Mulheres De Papel

Mulheres De Papel é um ensaio sobre as imagens da mulher do século XIX, construídas por José de Alencar e por Machado de Assis em seus romances.

Este é um ensaio sobre as imagens da mulher do século XIX, construídas por José de Alencar e por Machado de Assis em seus romances. O livro analisa as complexas relações que se estabelecem entre os mundos criados pelos dois romancistas e o contexto cultural de que emergem e descreve as condições históricas e sociais em que nasce o romance brasileiro. Resulta daí um amplo panorama do século XIX, desenhado a partir de uma acurada análise de discursos e centrado na construção do imaginário social. Sua novidade radical reside na revelação do processo ideológico que preside, naquele momento, a construção de uma determinada imagem da mulher.

Mulheres De Papel sublinha, de forma dramática, a distância existente entre as mulheres de carne e osso e essas imagens literárias, postas em circulação por dois de nossos maiores romancistas.

Luis Filipe Ribeiro adota, em Mulheres De Papel, a posição estratégica de deixar que o texto fale, e com isto quebra o ramerrão das teses em que o mestrando ou doutorando cita tanta bibliografia de apoio que amiúde eclipsa o objeto da pesquisa e ficamos sem saber se ele está falando do autor ou autores estudados ou de seus comentadores, além de nos deixar a imensa dificuldade de descobrir o que ele mesmo está pensando.

Ao deixar que o texto fale, o autor se coloca consciente e deliberadamente na contramão de grande parte das teses acadêmicas atuais e assim se expõe de forma destemida e plena ao leitor, permitindo que este acompanhe a sua viagem interpretativa pelos labirintos do discurso de Alencar e Machado.

Dentro da visão dialógica de Mikhail Bakhtin — de quem L.F.R. é leitor constante e atento — e da tese bakhtiniana segundo a qual todo discurso tem mão dupla, é proferido com mirada em torno e duplamente orientado, isto é., visa a um interlocutor presente ou ausente e traz em si um incitamento a outro falante em potencial, L. F. dialoga primeiro com José de Alencar e Machado de Assis, depois com os seus principais estudiosos, a quem cita textualmente só em casos raríssimos, e o faz com a plena convicção de que o discurso de um falante nunca se esgota em si mesmo mas se completa na réplica do outro ou percebe sua carência e sua incompletude na fala do outro, e assim reconhece que sem as ideias dos outros estudiosos de Alencar e Machado as suas não encontrariam solo adubado para medrarem.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Mulheres De Papel

Mulheres De Papel é um ensaio sobre as imagens da mulher do século XIX, construídas por José de Alencar e por Machado de Assis em seus romances.

Este é um ensaio sobre as imagens da mulher do século XIX, construídas por José de Alencar e por Machado de Assis em seus romances. O livro analisa as complexas relações que se estabelecem entre os mundos criados pelos dois romancistas e o contexto cultural de que emergem e descreve as condições históricas e sociais em que nasce o romance brasileiro. Resulta daí um amplo panorama do século XIX, desenhado a partir de uma acurada análise de discursos e centrado na construção do imaginário social. Sua novidade radical reside na revelação do processo ideológico que preside, naquele momento, a construção de uma determinada imagem da mulher.

Mulheres De Papel sublinha, de forma dramática, a distância existente entre as mulheres de carne e osso e essas imagens literárias, postas em circulação por dois de nossos maiores romancistas.

Luis Filipe Ribeiro adota, em Mulheres De Papel, a posição estratégica de deixar que o texto fale, e com isto quebra o ramerrão das teses em que o mestrando ou doutorando cita tanta bibliografia de apoio que amiúde eclipsa o objeto da pesquisa e ficamos sem saber se ele está falando do autor ou autores estudados ou de seus comentadores, além de nos deixar a imensa dificuldade de descobrir o que ele mesmo está pensando.

Ao deixar que o texto fale, o autor se coloca consciente e deliberadamente na contramão de grande parte das teses acadêmicas atuais e assim se expõe de forma destemida e plena ao leitor, permitindo que este acompanhe a sua viagem interpretativa pelos labirintos do discurso de Alencar e Machado.

Dentro da visão dialógica de Mikhail Bakhtin — de quem L.F.R. é leitor constante e atento — e da tese bakhtiniana segundo a qual todo discurso tem mão dupla, é proferido com mirada em torno e duplamente orientado, isto é., visa a um interlocutor presente ou ausente e traz em si um incitamento a outro falante em potencial, L. F. dialoga primeiro com José de Alencar e Machado de Assis, depois com os seus principais estudiosos, a quem cita textualmente só em casos raríssimos, e o faz com a plena convicção de que o discurso de um falante nunca se esgota em si mesmo mas se completa na réplica do outro ou percebe sua carência e sua incompletude na fala do outro, e assim reconhece que sem as ideias dos outros estudiosos de Alencar e Machado as suas não encontrariam solo adubado para medrarem.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog