A evolução da comunicação digital pode ser narrada de muitas formas. Para a maior parte das pessoas, o termo “digital” começou a entrar no vocabulário nos anos 1990, com a invenção da World Wide Web e a consequente popularização da internet comercial.
Comunicar-se instantaneamente em escala global por meio do computador pessoal tornou-se uma realidade para todos que tivessem acesso à rede.
A novidade logo despertou reações por parte de profissionais envolvidos com as inovações tecnológicas e intelectuais que atenderam ao desafio de compreender os fenômenos emergentes.
Revisitadas após quase duas décadas, muitas daquelas reações parecem conter excessos, seja de otimismo ou de pessimismo, revelando-se por vezes ingênuas quando observadas com as lentes do século XXI.
Obras icônicas como “A Vida Digital”, de Nicholas Negroponte, e “A Terceira Onda”, de Alvin Toffler, por exemplo, influenciaram diretamente uma geração que lidava pela primeira vez com as novas tecnologias.
A comunicação digital era apresentada como uma espécie de utopia possível, a redenção de uma sociedade em crise rumo a uma existência mais harmônica e justa.
A tecnoutopia encontrou abrigo no pensamento acadêmico, sendo possível verificar sua presença nas primeiras obras de um pensador tão fundamental como Pierre Lévy.
A presente obra adere a esta perspectiva contemporânea para investigar a “Comunicação em Ambiente Digital” a partir de diferentes objetos e abordagens teórico-metodológicas.
Apesar da variedade de dos temas e pontos de vista, o livro está organizado em duas partes articuladas a partir de grandes eixos presentes nas discussões propostas pelos autores: I) Criação e Produção; II) Mediação.
Os nove capítulos que integram a presente obra evitam as simplificações e não se furtam ao exercício de propor reflexões complexas sobre uma temática em plena expansão.
O leitor encontra aqui um conjunto denso de textos que apresentam respostas, mas também lançam importantes questões para quem se interessa pelo campo de estudo da comunicação digital.