Diálogo Entre A Sociologia E A Psicanálise

No presente trabalho faço o esforço de reflexão e escrita para tornar possível um estudo sobre o entrelaçamento da dimensão social e da dimensão psíquica do ser humano, à luz dos condicionamentos sociais do que estou denominando indivíduo e da determinação inconsciente do que estou denominando sujeito.

Nessa tentativa, buscarei estabelecer um diálogo entre a sociologia e a psicanálise. A partir daí, espero compreender melhor os mecanismos sociais e psíquicos que bloqueiam a autodeterminação humana. Dizendo de outro modo, compreender a margem de liberdade, de autonomia, de emancipação e de responsabilidade que restam ao ser humano em sua vida social. Como diz Sergio Paulo Rouanet, ao dar destaque ao estudo das determinações psíquicas: “Considero impossível entender a luta de classes, as situações externas de opressão, de ideologia, de falsa consciência, sem entender os mecanismos psíquicos que condicionam todas essas distorções”.
Desde que me iniciei no estudo da psicanálise, em 1978, colocava-me a questão sobre as relações da teoria e da prática fundadas por Freud - que causaram decisivo impacto na cultura do século XX, e, de resto, até os dias atuais -, com a arte, com a ciência e, em especial, com os estudos sociais.
Freud afirmava que a psicanálise, ao lado da ciência, era apoiada na busca incessante de um conhecimento mais aguçado da realidade, no sentido do esclarecimento, sempre incompleto. Em relação à arte, expressava que a psicanálise era tributária das obras artísticas, atribuindo aos artistas um profundo conhecimento da alma humana e da sociedade. Pensava mesmo que os autores literários estavam muito adiante das pessoas comuns – entre elas cientistas e psicanalistas – porque bebiam em fontes para nós inacessíveis.
Em relação às ciências sociais, ele afirmava a impossibilidade de separar a psicologia individual da psicologia social, já que não há como o indivíduo se constituir fora da relação com seus semelhantes, para se identificar - somente através da identificação com o outro esse indivíduo pode formar o seu Eu e internalizar o seu sistema de valores morais. Em outras palavras, o indivíduo somente adquire a condição humana através do laço social construído na sociedade em que vive.

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Desde que me iniciei no estudo da psicanálise, em 1978, colocava-me a questão sobre as relações da teoria e da prática fundadas por Freud – que causaram decisivo impacto na cultura do século XX, e, de resto, até os dias atuais -, com a arte, com a ciência e, em especial, com os estudos sociais.
Freud afirmava que a psicanálise, ao lado da ciência, era apoiada na busca incessante de um conhecimento mais aguçado da realidade, no sentido do esclarecimento, sempre incompleto. Em relação à arte, expressava que a psicanálise era tributária das obras artísticas, atribuindo aos artistas um profundo conhecimento da alma humana e da sociedade. Pensava mesmo que os autores literários estavam muito adiante das pessoas comuns – entre elas cientistas e psicanalistas – porque bebiam em fontes para nós inacessíveis.
Em relação às ciências sociais, ele afirmava a impossibilidade de separar a psicologia individual da psicologia social, já que não há como o indivíduo se constituir fora da relação com seus semelhantes, para se identificar – somente através da identificação com o outro esse indivíduo pode formar o seu Eu e internalizar o seu sistema de valores morais. Em outras palavras, o indivíduo somente adquire a condição humana através do laço social construído na sociedade em que vive.

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