Ficções Pós-Apocalípticas Nas Vertentes Do Fantástico

David Roas, Flavio García & Marisa Martins Gama-Khalil (Orgs.) - Ficções Pós-Apocalípticas Nas Vertentes Do Fantástico

A primeira delas seria levar a pensar a questão sobre o que é ficção pós-apocalíptica. Richard K. Emmerson debate como a noção de fim de mundo já fazia parte de várias religiões, mas foi com aquelas de vertentes judaico-cristã e islâmica que adquiriu seu valor mais sombrio. Mais tarde o mundo secular/científico se apodera do termo ao levantar o ponto da entropia, que pode levar o universo a uma paralisia final da qual não se poderá escapar.

Mas são a literatura e, posteriormente, o cinema que vão dar o toque final ao trazerem para o fim do mundo vários outros motivos, como guerras, epidemias, ambição humana, crises ambientais, entre outros.

No entanto, este fim de mundo não pode ser total, senão não haveria as narrativas pós-apocalípticas. Segundo Diletta de Cristofaro, o que ocorre é o fim de um mundo, com o subsequente geralmente sendo bem pior para os que ficaram para trás, tendo que lutar para garantir a sobrevivência.

Outro ponto que merece atenção é a própria questão da distopia. É muito comum que as pessoas achem que distopias são histórias necessariamente pós-apocalíticas. Mas isso não é bem verdade, histórias pós-apocalípticas podem ser distópicas ou não. Raffaella Baccolini e Tom Moylan discorrem sobre o caráter profético e desastroso das sociedades distópicas na sua obra Dark Horizons, mas nem sempre elas são obrigatoriamente sociedades pós-apocalípticas.

Para John Clute e Peter Nicholls, a principal característica da distopia é ser uma sociedade estruturada na opressão de um grupo tomado por “inferior” por outro tudo considerado “elite”.

Ainda assim, o que tanto a narrativa pós-apocalíptica quanto a distopia claramente compartilham é esta visão de alerta e preocupação com o futuro. Seja pelo fundamentalismo religioso de The Handmaid’s Tale, de Margaret Atwood; pela crise epidemiológica de Eu Sou a Lenda, de Richard Matheson; ou pela devastadora guerra de proporções mundiais de O Livro de Eli, sempre fica o tom de alerta para que, se nada for feito agora, o futuro não será tão idílico quanto se desejaria.

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A primeira delas seria levar a pensar a questão sobre o que é ficção pós-apocalíptica. Richard K. Emmerson debate como a noção de fim de mundo já fazia parte de várias religiões, mas foi com aquelas de vertentes judaico-cristã e islâmica que adquiriu seu valor mais sombrio. Mais tarde o mundo secular/científico se apodera do termo ao levantar o ponto da entropia, que pode levar o universo a uma paralisia final da qual não se poderá escapar.

Mas são a literatura e, posteriormente, o cinema que vão dar o toque final ao trazerem para o fim do mundo vários outros motivos, como guerras, epidemias, ambição humana, crises ambientais, entre outros.

No entanto, este fim de mundo não pode ser total, senão não haveria as narrativas pós-apocalípticas. Segundo Diletta de Cristofaro, o que ocorre é o fim de um mundo, com o subsequente geralmente sendo bem pior para os que ficaram para trás, tendo que lutar para garantir a sobrevivência.

Outro ponto que merece atenção é a própria questão da distopia. É muito comum que as pessoas achem que distopias são histórias necessariamente pós-apocalíticas. Mas isso não é bem verdade, histórias pós-apocalípticas podem ser distópicas ou não. Raffaella Baccolini e Tom Moylan discorrem sobre o caráter profético e desastroso das sociedades distópicas na sua obra Dark Horizons, mas nem sempre elas são obrigatoriamente sociedades pós-apocalípticas.

Para John Clute e Peter Nicholls, a principal característica da distopia é ser uma sociedade estruturada na opressão de um grupo tomado por “inferior” por outro tudo considerado “elite”.

Ainda assim, o que tanto a narrativa pós-apocalíptica quanto a distopia claramente compartilham é esta visão de alerta e preocupação com o futuro. Seja pelo fundamentalismo religioso de The Handmaid’s Tale, de Margaret Atwood; pela crise epidemiológica de Eu Sou a Lenda, de Richard Matheson; ou pela devastadora guerra de proporções mundiais de O Livro de Eli, sempre fica o tom de alerta para que, se nada for feito agora, o futuro não será tão idílico quanto se desejaria.

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