A Representação Do Passado Histórico Em Paul Ricoeur

A Representação Do Passado Histórico Em Paul Ricoeur oferece uma das melhores e mais claras interpretações da teoria da história de Paul Ricoeur.

Nesse importante livro, A Representação Do Passado Histórico Em Paul Ricoeur, Breno Mendes sustenta que essa não é a historiografia que “deveríamos” fazer e, para combater esse estruturalismo linguístico, sem sujeitos e sem realidade, recorrerá ao “realismo crítico” de Paul Ricoeur.

Mendes, colocando-se do ponto de vista da comunidade dos historiadores, deseja dialogar com o filósofo Paul Ricoeur porque pensa que o diálogo entre a filosofia e a história é fértil e deve ser retomado.

No livro, ele ao mesmo tempo expõe, analisa e faz um elogio ao caminho que Ricoeur propõe aos historiadores. Para Mendes, Ricoeur teria construído um “realismo crítico”, uma terceira via historiográfica situada entre um realismo de objeto, positivista e ingênuo, que acha que realiza uma duplicação do passado pela narrativa, e um relativismo radical, antirealista, cético, quanto à possibilidade de representação do passado histórico.

O “realismo crítico” assume a possibilidade de a operação histórica ter acesso à realidade do passado mesmo se esse acesso seja mediado pela linguagem narrativa do historiador.

A hermenêutica ricoeuriana é também uma filosofia da linguagem, mas de uma linguagem que tem uma visada ontológica, que não oculta a referência exterior pelo quase-mundo dos textos. É um realismo “crítico” porque, embora tenha uma ambição veritativa, sabe que jamais irá coincidir plenamente com o passado.

A relação de Ricoeur com o estruturalismo foi tensa e ambivalente nos anos 50/60. A hermenêutica era desqualificada pelo estruturalismo francês. Ricoeur sempre discordou do estruturalismo porque subordina a diacronia e o evento à sincronia, suprime o sujeito e a consciência, anula o problema da historicidade e do sentido.

Mas, Ricoeur não rechaçou o método estruturalista, pois prefere evitar antinomias e fazer trabalhar as aporias e construiu uma mediação entre ele e a hermenêutica.

Para ele, o estruturalismo é legitimo, mas limitado. A partir dos anos 80, a relação entre Ricoeur e o pensamento histórico francês mudou, diagnosticou-se um tempo de incerteza, de crise epistemológica, de crise da história, que levou os historiadores a dialogarem com Ricoeur.

Para Ricoeur, não é possível assumir em historiografia uma concepção da linguagem que seja fechada em si mesma e cuja produção de sentido escape à consciência do sujeito.

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No livro, ele ao mesmo tempo expõe, analisa e faz um elogio ao caminho que Ricoeur propõe aos historiadores. Para Mendes, Ricoeur teria construído um “realismo crítico”, uma terceira via historiográfica situada entre um realismo de objeto, positivista e ingênuo, que acha que realiza uma duplicação do passado pela narrativa, e um relativismo radical, antirealista, cético, quanto à possibilidade de representação do passado histórico.

O “realismo crítico” assume a possibilidade de a operação histórica ter acesso à realidade do passado mesmo se esse acesso seja mediado pela linguagem narrativa do historiador.

A hermenêutica ricoeuriana é também uma filosofia da linguagem, mas de uma linguagem que tem uma visada ontológica, que não oculta a referência exterior pelo quase-mundo dos textos. É um realismo “crítico” porque, embora tenha uma ambição veritativa, sabe que jamais irá coincidir plenamente com o passado.

A relação de Ricoeur com o estruturalismo foi tensa e ambivalente nos anos 50/60. A hermenêutica era desqualificada pelo estruturalismo francês. Ricoeur sempre discordou do estruturalismo porque subordina a diacronia e o evento à sincronia, suprime o sujeito e a consciência, anula o problema da historicidade e do sentido.

Mas, Ricoeur não rechaçou o método estruturalista, pois prefere evitar antinomias e fazer trabalhar as aporias e construiu uma mediação entre ele e a hermenêutica.

Para ele, o estruturalismo é legitimo, mas limitado. A partir dos anos 80, a relação entre Ricoeur e o pensamento histórico francês mudou, diagnosticou-se um tempo de incerteza, de crise epistemológica, de crise da história, que levou os historiadores a dialogarem com Ricoeur.

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