A Enxada E A Lança

A Enxada e a Lança e sua continuação, “A Manilha e o Libambo – A África e a Escravidão, de 1500 a 1700“ tratam de toda a África subsaariana, que alguns autores chamam de África negra. Isso porque sempre teve a impressão de que o Magrebe, a Líbia e Egito, estando no continente, pertencem ao Mediterrâneo. Sua história é a do Mediterrâneo.


O autor dá enfoque especial às áreas que tiveram importância na história do Brasil, que não começa com Pedro Álvares Cabral, mas com as grandes migrações ameríndias, com dom Afonso Henriques em Portugal, com a invenção do ferro em Nok, na África, e com a expansão dos bantos. O Brasil é resultado de três histórias. Sempre lhe impressionou que uma dessas fontes fosse tão mal estudada. Quando ele tinha 15 anos, leu “Casa-Grande & Senzala“, e foi uma revelação. Freyre punha o negro não mais como um problema do Brasil, mas como sua essência. Mas o livro lhe chamou a atenção também pelas coisas que não diz. Quase todos os estudiosos do negro no Brasil não enxergavam nele toda sua vestimenta cultural africana, inclusive Freyre. Não se tinha estudado a cultura tradicional do negro na África, para explicar, por exemplo, por que alguns deles nunca vieram para cá. Seu interesse pelo assunto começou quando ele era rapazola. Mas o material disponível a respeito era mínimo.
Costa e Silva achou muito material em sebos e bibliotecas. Foi formando sua história particular da África, sem pensar em escrever a respeito. Era uma espécie de vício secreto, de paixão não confessada. Foi pela primeira vez à África nos últimos dias de setembro de 1960, como diplomata, para participar das comemorações da independência da Nigéria. Foi um deslumbramento. Teve a impressão de estar num quadro do Renascimento italiano. Seu terno escuro e a gravata pareciam uma roupa humilhante diante das túnicas, das togas, das roupas rendadas, dos veludos, das roupas daqueles que lhes aguardavam no aeroporto. E havia, além dos trajes, a riqueza das pessoas nas ruas, do comportamento. Era curioso, porque, de certa forma, era o Brasil do Debret, e algo mais, com o perfume do Brasil. Representando o Itamaraty, conheceu países como Etiópia, Sudão, Senegal, Togo, Gana, Costa do Marfim, Camarões, Gabão, Angola, Quênia…

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A Enxada e a Lança e sua continuação, “A Manilha e o Libambo – A África e a Escravidão, de 1500 a 1700“ tratam de toda a África subsaariana, que alguns autores chamam de África negra. Isso porque sempre teve a impressão de que o Magrebe, a Líbia e Egito, estando no continente, pertencem ao Mediterrâneo. Sua história é a do Mediterrâneo.
O autor dá enfoque especial às áreas que tiveram importância na história do Brasil, que não começa com Pedro Álvares Cabral, mas com as grandes migrações ameríndias, com dom Afonso Henriques em Portugal, com a invenção do ferro em Nok, na África, e com a expansão dos bantos. O Brasil é resultado de três histórias. Sempre lhe impressionou que uma dessas fontes fosse tão mal estudada. Quando ele tinha 15 anos, leu “Casa-Grande & Senzala“, e foi uma revelação. Freyre punha o negro não mais como um problema do Brasil, mas como sua essência. Mas o livro lhe chamou a atenção também pelas coisas que não diz. Quase todos os estudiosos do negro no Brasil não enxergavam nele toda sua vestimenta cultural africana, inclusive Freyre. Não se tinha estudado a cultura tradicional do negro na África, para explicar, por exemplo, por que alguns deles nunca vieram para cá. Seu interesse pelo assunto começou quando ele era rapazola. Mas o material disponível a respeito era mínimo.
Costa e Silva achou muito material em sebos e bibliotecas. Foi formando sua história particular da África, sem pensar em escrever a respeito. Era uma espécie de vício secreto, de paixão não confessada. Foi pela primeira vez à África nos últimos dias de setembro de 1960, como diplomata, para participar das comemorações da independência da Nigéria. Foi um deslumbramento. Teve a impressão de estar num quadro do Renascimento italiano. Seu terno escuro e a gravata pareciam uma roupa humilhante diante das túnicas, das togas, das roupas rendadas, dos veludos, das roupas daqueles que lhes aguardavam no aeroporto. E havia, além dos trajes, a riqueza das pessoas nas ruas, do comportamento. Era curioso, porque, de certa forma, era o Brasil do Debret, e algo mais, com o perfume do Brasil. Representando o Itamaraty, conheceu países como Etiópia, Sudão, Senegal, Togo, Gana, Costa do Marfim, Camarões, Gabão, Angola, Quênia…

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