Oscar Wilde

Oscar Wilde viveu 46 anos para o prazer. Conheceu a glória e a decadência. Orador brilhante, poeta e dramaturgo de sucesso, seu único romance, O retrato de Dorian Gray (1890), é uma obra sublime sobre a corrupção da alma.

Dândi por excelência, seus cabelos escuros divididos ao meio, o paletó de veludo, a bengala e os sapatos de verniz se tornaram sua marca registrada.
Arguto observador da burguesia, lapidou alguns dos mais espirituosos aforismos da língua inglesa. A condenação por atentado ao pudor foi um golpe em sua vida. Os dois anos passados na prisão, que deram origem ao De profundis, arrasaram sua saúde. Falido, repelido pela mulher e por Bosie, seu amante, Wilde sucumbiu. Só lhe restou a glória literária.

A criança que nasceu no dia 16 de outubro de 1854 em Dublin, na Westland Row, número 21, e que o mundo logo iria conhecer como o glorioso Oscar Wilde – tanto por seu gênio literário quanto por suas aventuras mundanas – tinha inicialmente um nome com consonâncias ainda mais prestigiosas: Oscar Fingal O’Flahertie Wills Wilde. Pois foi assim que seus pais, William Robert Wilde e Jane Francesca Elgee – ambos pertencentes à antiga burguesia irlandesa protestante e fervorosos nacionalistas –, chamaram seu segundo filho, batizado com esse patrônimo pelo reverendo Ralph Wilde, seu tio paterno, em 26 de abril de 1855.
De fato, tal nome de batismo traduz toda uma doutrina, enraizada num poderoso contexto histórico. Oscar, na mitologia céltica, é o filho de Ossian, rei de Morven, na Escócia; enquanto Fingal, irmão de Ossian, é um herói do folclore irlandês – em torno do qual James Macpherson criou, em 1760, seu fabulário gaélico, antes de compor, em 1762, sua série epônima de poemas épicos. O’Flahertie é o nome genérico dos reis pré-normandos do condado de Connaught, às margens do lago Connemara, do lado ocidental da Irlanda. Essa genealogia é corroborada – num artigo tardio (1909) dedicado a Wilde – por outro célebre autor irlandês: James Joyce. Quanto ao quarto nome, Wills, trata-se de um dos nomes do próprio pai de Oscar Wilde, descendente de um ilustre e destemido guerreiro batavo. Pode-se imaginar que essa encantadora sucessão de antropônimos – espécie de aliteração poética extemporânea – ressoava no espírito do jovem Wilde como um eco das velhas lendas: histórias das quais a Irlanda sempre se orgulhou, embebidas na memória popular e transmitidas pela tradição oral.

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Oscar Wilde viveu 46 anos para o prazer. Conheceu a glória e a decadência. Orador brilhante, poeta e dramaturgo de sucesso, seu único romance, O retrato de Dorian Gray (1890), é uma obra sublime sobre a corrupção da alma. Dândi por excelência, seus cabelos escuros divididos ao meio, o paletó de veludo, a bengala e os sapatos de verniz se tornaram sua marca registrada.
Arguto observador da burguesia, lapidou alguns dos mais espirituosos aforismos da língua inglesa. A condenação por atentado ao pudor foi um golpe em sua vida. Os dois anos passados na prisão, que deram origem ao De profundis, arrasaram sua saúde. Falido, repelido pela mulher e por Bosie, seu amante, Wilde sucumbiu. Só lhe restou a glória literária.

A criança que nasceu no dia 16 de outubro de 1854 em Dublin, na Westland Row, número 21, e que o mundo logo iria conhecer como o glorioso Oscar Wilde – tanto por seu gênio literário quanto por suas aventuras mundanas – tinha inicialmente um nome com consonâncias ainda mais prestigiosas: Oscar Fingal O’Flahertie Wills Wilde. Pois foi assim que seus pais, William Robert Wilde e Jane Francesca Elgee – ambos pertencentes à antiga burguesia irlandesa protestante e fervorosos nacionalistas –, chamaram seu segundo filho, batizado com esse patrônimo pelo reverendo Ralph Wilde, seu tio paterno, em 26 de abril de 1855.
De fato, tal nome de batismo traduz toda uma doutrina, enraizada num poderoso contexto histórico. Oscar, na mitologia céltica, é o filho de Ossian, rei de Morven, na Escócia; enquanto Fingal, irmão de Ossian, é um herói do folclore irlandês – em torno do qual James Macpherson criou, em 1760, seu fabulário gaélico, antes de compor, em 1762, sua série epônima de poemas épicos. O’Flahertie é o nome genérico dos reis pré-normandos do condado de Connaught, às margens do lago Connemara, do lado ocidental da Irlanda. Essa genealogia é corroborada – num artigo tardio (1909) dedicado a Wilde – por outro célebre autor irlandês: James Joyce. Quanto ao quarto nome, Wills, trata-se de um dos nomes do próprio pai de Oscar Wilde, descendente de um ilustre e destemido guerreiro batavo. Pode-se imaginar que essa encantadora sucessão de antropônimos – espécie de aliteração poética extemporânea – ressoava no espírito do jovem Wilde como um eco das velhas lendas: histórias das quais a Irlanda sempre se orgulhou, embebidas na memória popular e transmitidas pela tradição oral.

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