Nóis Também É Humano: título criado especificamente como apelo para mostrar à sociedade, que não tem olhos para os periféricos, que também estamos aqui, com sonhos e objetivos.
Através da poesia conseguimos nos expressar, levando para os leitores a sensação e o prazer de poder imaginar o que vivemos e o quanto sofremos para chegar até aqui.
Nós, socioeducandos das Unidades de Internação do Recanto das Emas (UNIRE), Planaltina (UIP), São Sebastião (UISS) e Santa Maria (UISM), criamos poesias sobre nossas histórias e cotidianos, a fim de mostrar a realidade em que vivemos.
Com elas aprendemos a ser fortes e não desistir, reavivando a esperança de poder fazer diferente. Com a nossa força, dedicação, determinação e união, conseguiremos alcançar metas e realizar sonhos.
Com a nova experiência de poder fotografar, dedicamos as nossas fotos, tiradas nas unidades de internação do DF, especialmente para este livro. Imagens que mostram cicatrizes e sofrimentos que adquirimos com a vida ao longo do tempo, porém também mostram a pureza, o amor e, ao mesmo tempo, a carência no brilho do olhar de cada jovem que participou do projeto.
Como o sentimento de amizade é belo, conseguimos nos tornar uma família mesmo sendo de quebradas diferentes e tendo diferenças entre nós.
Às vezes, pensamos que tudo pode estar perdido, mas aqui do lado de dentro do muro ainda temos esperança de um mundo com menos desigualdade e discriminação e mais oportunidades.
Que possamos pegar todas as pedras que nos atirarem e construir a nossa escada degrau por degrau, para poder chegar mais longe!
Fabricado no sistema, exportado para o mundo. Contribuindo com a revolução, que as nossas vozes nunca se silenciem!
Nossas vidas são poesias, mas as dores do racismo, da desigualdade e da violência insistem em incluir um ponto nal. A real é que somos reticências, cotntinuaremos a cantar, a escrever, a sonhar.
Dedicamos Nóis Também É Humano a Ágatha, Giovana, Vinícius e a todas as crianças, adolescentes e jovens de periferia. Se suas vozes são silenciadas, as nossas jamais se calarão!