Espaço, Sociabilidade E Segurança

O indivíduo se situa no espaço e lhe confere sentidos, que são, no tempo, permanentemente ressemantizados. É nele que o homem estabelece suas relações intersubjetivas, atribui valores sociais e regula suas práticas cotidianas.

A ação social desenvolvida no espaço produz imagens e discursos sobre ele que, de forma relacional, atribui interpretações e significados aos atores que o ocupam. Nesse sentido o espaço, enquanto produto e produtor de identidades, deve ser concebido como um permanente processo.
Especificamente no que diz respeito à temática da violência, os centros urbanos e suas dinâmicas comunicacionais têm revelado um forte sentimento de insegurança da população, aparentemente vinculado ao medo generalizado da criminalidade. Apesar de sistemas de segurança cada vez mais abrangentes e sofisticados, remanesce uma incômoda sensação de alerta constante, que deposita no outro – no estranho, no estrangeiro, no desconhecido – a iminente representação do mal. A sensação de insegurança parece intimamente ligada ao esmorecimento da confiança acerca dos comportamentos alheios e da capacidade dos poderes públicos em gerir essa conflitividade e estabilizar expectativas normativas dos cidadãos.
Não surpreende que esse quadro provoque reflexos nas relações intersubjetivas mantidas entre os indivíduos, na sua avaliação sobre a efetividade das instituições estatais e na formulação espacial dos usos da cidade. O tema avoca relevância na medida em que as representações sociais acerca da questão da violência assumem um papel de controle, gestão, autoridade e domínio na regulação da vida citadina e no uso do espaço urbano pelo indivíduo. Por isso, “trabalhar a espacialidade urbana, a violência e o medo equivale a trabalhar a concretude da criminologia e da política criminal.”
Por conseguinte, o presente estudo radicou-se em três problemas de partida:
A) como são formuladas as representações sociais acerca da violência?, B) de que maneira elas intervém na construção e usos do espaço urbano e na relação entre os indivíduos situados nesse espaço?, C) quais as formas de estabelecimento de uma nova relação com a cidade, a partir de práticas e usos sócio-espaciais que propiciem a experiência de ressignificação do espaço urbano e ruptura com os efeitos do imaginário do perigo?.

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O indivíduo se situa no espaço e lhe confere sentidos, que são, no tempo, permanentemente ressemantizados. É nele que o homem estabelece suas relações intersubjetivas, atribui valores sociais e regula suas práticas cotidianas. A ação social desenvolvida no espaço produz imagens e discursos sobre ele que, de forma relacional, atribui interpretações e significados aos atores que o ocupam. Nesse sentido o espaço, enquanto produto e produtor de identidades, deve ser concebido como um permanente processo.
Especificamente no que diz respeito à temática da violência, os centros urbanos e suas dinâmicas comunicacionais têm revelado um forte sentimento de insegurança da população, aparentemente vinculado ao medo generalizado da criminalidade. Apesar de sistemas de segurança cada vez mais abrangentes e sofisticados, remanesce uma incômoda sensação de alerta constante, que deposita no outro – no estranho, no estrangeiro, no desconhecido – a iminente representação do mal. A sensação de insegurança parece intimamente ligada ao esmorecimento da confiança acerca dos comportamentos alheios e da capacidade dos poderes públicos em gerir essa conflitividade e estabilizar expectativas normativas dos cidadãos.
Não surpreende que esse quadro provoque reflexos nas relações intersubjetivas mantidas entre os indivíduos, na sua avaliação sobre a efetividade das instituições estatais e na formulação espacial dos usos da cidade. O tema avoca relevância na medida em que as representações sociais acerca da questão da violência assumem um papel de controle, gestão, autoridade e domínio na regulação da vida citadina e no uso do espaço urbano pelo indivíduo. Por isso, “trabalhar a espacialidade urbana, a violência e o medo equivale a trabalhar a concretude da criminologia e da política criminal.”
Por conseguinte, o presente estudo radicou-se em três problemas de partida:
A) como são formuladas as representações sociais acerca da violência?, B) de que maneira elas intervém na construção e usos do espaço urbano e na relação entre os indivíduos situados nesse espaço?, C) quais as formas de estabelecimento de uma nova relação com a cidade, a partir de práticas e usos sócio-espaciais que propiciem a experiência de ressignificação do espaço urbano e ruptura com os efeitos do imaginário do perigo?.

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