Ubuntu Como Ética Africana, Humanista E Inclusiva

Os povos africanos, em geral, têm uma forma particular de viver e expressar o mundo que os caracteriza, os determina e os diferencia de outras povoações. Essa forma é sua visão de mundo, é ubuntu. E, a partir daí, todo o edifício ético-filosófico africano é construído.

Chega-se a tal construção, partindo da ideia de humanidade, delimitada pelo termo ubuntu. Em termos gerais, ubuntu significa, por um lado, a humanidade que é vivenciada e realizada com os outros, e, por outro, a humanidade como valor. A partir dessas ideias preliminares, pretendo demonstrar neste artigo que ubuntu é a pedra angular da ética africana, que é biocêntrica, ou seja, centrada na vida.
Com este propósito, dividi esta reflexão em dois pontos principais. O primeiro é reservado à parte histórica dos discursos escritos sobre ubuntu, nos quais o termo vai obtendo significações cada vez mais elaboradas até ser concebido como cosmovisão, filosofia ou ética africanas. Nesse mesmo ponto, ubuntu é apreendido de maneira ontofenomenológica e, dessa forma, é possível perceber a sua natureza e conhecer a sua articulação nos seres humanos e outros seres que constituem a realidade em que vivemos. O segundo ponto dá sequência, de alguma maneira, ao ponto anterior, mostrando de maneira ontológica e pragmática que, em ubuntu, o valor da vida – sobretudo o da vida humana – é central. É por isso que qualquer hierarquia, no mundo subsaariano, não pode ser entendida apenas como uma responsabilidade para com a vida.
O auge de ubuntu é recente, pois está relacionado com o fim do apartheid e o advento de uma África do Sul pós-apartheid, dois eventos ocorridos na década de noventa do século passado. No entanto, o termo ubuntu (e sua vivência) é muito antigo nas sociedades subsaarianas. Na África do Sul, onde ubuntu tem sido estudado e utilizado em vários âmbitos da vida, como na política, na academia, na religião, nos meios de comunicação, entre outros, a população em geral sabe algo sobre esse conceito.

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Os povos africanos, em geral, têm uma forma particular de viver e expressar o mundo que os caracteriza, os determina e os diferencia de outras povoações. Essa forma é sua visão de mundo, é ubuntu. E, a partir daí, todo o edifício ético-filosófico africano é construído. Chega-se a tal construção, partindo da ideia de humanidade, delimitada pelo termo ubuntu. Em termos gerais, ubuntu significa, por um lado, a humanidade que é vivenciada e realizada com os outros, e, por outro, a humanidade como valor. A partir dessas ideias preliminares, pretendo demonstrar neste artigo que ubuntu é a pedra angular da ética africana, que é biocêntrica, ou seja, centrada na vida.
Com este propósito, dividi esta reflexão em dois pontos principais. O primeiro é reservado à parte histórica dos discursos escritos sobre ubuntu, nos quais o termo vai obtendo significações cada vez mais elaboradas até ser concebido como cosmovisão, filosofia ou ética africanas. Nesse mesmo ponto, ubuntu é apreendido de maneira ontofenomenológica e, dessa forma, é possível perceber a sua natureza e conhecer a sua articulação nos seres humanos e outros seres que constituem a realidade em que vivemos. O segundo ponto dá sequência, de alguma maneira, ao ponto anterior, mostrando de maneira ontológica e pragmática que, em ubuntu, o valor da vida – sobretudo o da vida humana – é central. É por isso que qualquer hierarquia, no mundo subsaariano, não pode ser entendida apenas como uma responsabilidade para com a vida.
O auge de ubuntu é recente, pois está relacionado com o fim do apartheid e o advento de uma África do Sul pós-apartheid, dois eventos ocorridos na década de noventa do século passado. No entanto, o termo ubuntu (e sua vivência) é muito antigo nas sociedades subsaarianas. Na África do Sul, onde ubuntu tem sido estudado e utilizado em vários âmbitos da vida, como na política, na academia, na religião, nos meios de comunicação, entre outros, a população em geral sabe algo sobre esse conceito.

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