A Metáfora Viva

Para entender todas as implicações da metáfora, os oito estudos aqui publicados seguem uma trajetória que vai da palavra à frase e, daí, ao discurso.

Para levar a entender todas as implicações da metáfora - especialmente da retórica e das figuras de linguagem -, os oito estudos aqui publicados seguem uma trajetória que vai da palavra à frase e, daí, ao discurso.

A retórica, das origens até hoje, sempre tomou a palavra como unidade de referência. Nesse sentido, a metáfora é o deslocamento e a extensão do sentido das palavras. Quando a metáfora é ressituada no quadro da frase, ela deixa de ser uma denominação desviante para se tornar um enunciado impertinente.

Émille Benveniste é aqui o autor que permite à análise dar um passo decisivo, a partir da oposição entre uma semiótica, para a qual a palavra é apenas um signo num código lexical, e uma semântica, na qual a frase tem uma significação minimal completa. Ao passar da frase ao discurso propriamente dito (poema, narrativa, discurso filosófico), deixa-se o nível semântico e se chega ao nível hermenêutico.

E aqui o que está em questão não é mais a forma da metáfora (como na retórica), nem seu sentido (como na semântica), mas sua referência, isto é, a realidade extralinguagem. A metáfora, em último caso, é o poder de redescrever a realidade, segundo uma pluralidade de modos de discurso que vão da poesia à filosofia. Em todos os casos, falaremos de verdade metafórica.

Ricouer parte da Poética de Aristóteles que considera a metáfora composta por diáfora e epifora. Nessa conceituação percebe-se a epífora1 como a alma da metáfora. O material da epífora liga-se ao potencial criativo do poema e depende da intuição, responsável pela percepção do ícone.Por outro lado, aquilo que contemporaneamente se sabe do imaginário vem de Gaston Bachelar (assunção de Paul Ricoeur).

A fenomenologia do imaginário, de certa forma admite uma origem psíquica para a linguagem poética.. Paul Ricoeur levanta, então, meta que ele considera a solução da questão; investigar a possibilidade de a denotação não ser apenas a forma de expressão dos enunciados científicos. A referência invertida produz denotação metafórica, não conotação, pode-se dizer uma forma estável, racional, harmonizada com a postura contemporânea das ciências, da filosofia da linguagem, que reconhece na expressividade do símbolo o potencial, independente da emoção.

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Émille Benveniste é aqui o autor que permite à análise dar um passo decisivo, a partir da oposição entre uma semiótica, para a qual a palavra é apenas um signo num código lexical, e uma semântica, na qual a frase tem uma significação minimal completa. Ao passar da frase ao discurso propriamente dito (poema, narrativa, discurso filosófico), deixa-se o nível semântico e se chega ao nível hermenêutico.

E aqui o que está em questão não é mais a forma da metáfora (como na retórica), nem seu sentido (como na semântica), mas sua referência, isto é, a realidade extralinguagem. A metáfora, em último caso, é o poder de redescrever a realidade, segundo uma pluralidade de modos de discurso que vão da poesia à filosofia. Em todos os casos, falaremos de verdade metafórica.

Ricouer parte da Poética de Aristóteles que considera a metáfora composta por diáfora e epifora. Nessa conceituação percebe-se a epífora1 como a alma da metáfora. O material da epífora liga-se ao potencial criativo do poema e depende da intuição, responsável pela percepção do ícone.Por outro lado, aquilo que contemporaneamente se sabe do imaginário vem de Gaston Bachelar (assunção de Paul Ricoeur).

A fenomenologia do imaginário, de certa forma admite uma origem psíquica para a linguagem poética.. Paul Ricoeur levanta, então, meta que ele considera a solução da questão; investigar a possibilidade de a denotação não ser apenas a forma de expressão dos enunciados científicos. A referência invertida produz denotação metafórica, não conotação, pode-se dizer uma forma estável, racional, harmonizada com a postura contemporânea das ciências, da filosofia da linguagem, que reconhece na expressividade do símbolo o potencial, independente da emoção.

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