Passagem Para Ararat

Em Passagem para Ararat, Michael Arlen se propõe uma tarefa quase homérica: a recuperação de um povo esquecido, os armênios.

Em Passagem para Ararat, que recebeu o National Book Award em 1976, Michael J. Arlen vai além do retrato de seu pai, o famoso romancista anglo-armênio da década de 1920, que ele criou em Exiles para tentar descobrir o que seu pai havia experimentado.

Esquecer a Armênia e o que significava ser um armênio, um descendente de um povo orgulhoso que os conquistadores tentaram exterminar durante séculos.

Mas talvez de maneira mais afetiva, Arlen conta uma história tão ampla quanto um povo inteiro, mas tão pessoal quanto o elo desconfortável entre pai e filho, oferecendo um relato magistral da afirmação e da dor do parentesco.

Michael Arlen foi um escritor de naturalidade armênia. Muito jovem, mudou-se para a Inglaterra e, posteriormente, para os Estados Unidos. Seu filho percebeu desde cedo a dificuldade e discrição que o pai tinha quando o assunto era sua nacionalidade armênia.

Consequentemente, Michael J. Arlen também acabou por conviver com uma questão complexa, que será o ponto de partida e guia de todo o livro: “Numa determinada época de minha vida, parti numa viagem para descobrir por mim o que significa ser um armênio”. Esta é a base do enredo límpido e autobiográfico que Michael compõe.

Diante das dúvidas a respeito de sua origem e frustrado com a distância intransponível que os livros de história podem trazer, Michael e sua esposa viajam à Armênia depois do conselho de um conhecido (também de origem armênia).

Michael chega à terra paterna e não parte apenas em busca de simples respostas, mas também de um autoconhecimento mais profundo. Contudo, o tipo de conhecimento pessoal que ele busca está ligado diretamente com sua ascendência armênia e, assim, com toda a questão da história e cultura de tal país – e é aí que ele consegue estruturar de maneira brilhante o enredo.

Ao mesmo tempo em que passa por diversas experiências e conhece pessoas no mínimo curiosas, como o guia Sarkis, Michael J. Arlen contempla através de livros a história armênia – e, estando em território armênio, as histórias que outrora pareciam tão distantes começam a se tornar palpáveis.

De uma maneira didática e compenetrada, Michael relata, juntamente com suas experiências pessoais, todo o percurso traçado pelo país: a antiguidade, com os reis de Nairi; a ascensão do Império Romano e sua relação com o território armênio; a participação dos armênios nas cruzadas; o início das relações entre armênios e turcos etc.

É, sem dúvidas, uma bela aula de história.

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Esquecer a Armênia e o que significava ser um armênio, um descendente de um povo orgulhoso que os conquistadores tentaram exterminar durante séculos.

Mas talvez de maneira mais afetiva, Arlen conta uma história tão ampla quanto um povo inteiro, mas tão pessoal quanto o elo desconfortável entre pai e filho, oferecendo um relato magistral da afirmação e da dor do parentesco.

Michael Arlen foi um escritor de naturalidade armênia. Muito jovem, mudou-se para a Inglaterra e, posteriormente, para os Estados Unidos. Seu filho percebeu desde cedo a dificuldade e discrição que o pai tinha quando o assunto era sua nacionalidade armênia.

Consequentemente, Michael J. Arlen também acabou por conviver com uma questão complexa, que será o ponto de partida e guia de todo o livro: “Numa determinada época de minha vida, parti numa viagem para descobrir por mim o que significa ser um armênio”. Esta é a base do enredo límpido e autobiográfico que Michael compõe.

Diante das dúvidas a respeito de sua origem e frustrado com a distância intransponível que os livros de história podem trazer, Michael e sua esposa viajam à Armênia depois do conselho de um conhecido (também de origem armênia).

Michael chega à terra paterna e não parte apenas em busca de simples respostas, mas também de um autoconhecimento mais profundo. Contudo, o tipo de conhecimento pessoal que ele busca está ligado diretamente com sua ascendência armênia e, assim, com toda a questão da história e cultura de tal país – e é aí que ele consegue estruturar de maneira brilhante o enredo.

Ao mesmo tempo em que passa por diversas experiências e conhece pessoas no mínimo curiosas, como o guia Sarkis, Michael J. Arlen contempla através de livros a história armênia – e, estando em território armênio, as histórias que outrora pareciam tão distantes começam a se tornar palpáveis.

De uma maneira didática e compenetrada, Michael relata, juntamente com suas experiências pessoais, todo o percurso traçado pelo país: a antiguidade, com os reis de Nairi; a ascensão do Império Romano e sua relação com o território armênio; a participação dos armênios nas cruzadas; o início das relações entre armênios e turcos etc.

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