Um Percurso Psicanalítico Pela Mística

O que o autor nos apresenta é uma visão ampla, tanto do ponto de vista histórico quanto conceitual, dos trabalhos psicanalíticos sobre a mística.

Um Percurso Psicanalítico Pela Mística: De Freud A Lacan, de Marlos Terêncio, surpreenderá o leitor pela qualidade de sua pesquisa, tão ampla quanto original; pelo seu estilo, claro e conciso; e, sobretudo, por sua coragem, ao abordar um tema por si só polêmico e que, além disso, solicita um conhecimento da teoria psicanalítica muito sólido e abrangente.

O que o autor nos apresenta é uma visão ampla, tanto do ponto de vista histórico quanto conceitual, dos trabalhos psicanalíticos sobre a mística. Aprendemos, com ele, que a visão do próprio Freud sobre o assunto está longe de ser unívoca. O eixo principal de seu trabalho reside na demonstração de que as hipóteses desenvolvidas por Freud sobre o “sentimento oceânico” dominaram a reflexão psicanalítica sobre o misticismo até Lacan, na última parte de seu ensino, introduzir uma abordagem radicalmente nova do problema – através da dimensão do gozo do Outro.

Talvez por sua complexidade, o estudo dos místicos pela psicanálise tenha sido deixado de lado durante muito tempo. Freud se dedicou quase exclusivamente a abordar a religião em seu famoso ensaio O futuro de uma ilusão, no qual concentra seus esforços em localizar o poder da religião na dependência do desamparo infantil que deixa sua marca indelével no adulto. O homem religioso, com seu deus-pai todo poderoso, se comporta como a criança pequena para a qual o pai representa uma proteção em relação aos inúmeros perigos que a vida oferece.

Em essência, a religião constitui para Freud a tentativa mais poderosa de dar sentido à vida e, por isso mesmo, ela é capaz de fornecer sentido inclusive para a morte. Pois como conciliar o sentido que a religião prega incessantemente – através, sobretudo, da apologia do amor e do recalcamento do ódio – com o não senso da morte, senão dando a esta igualmente uma significação última e essencial?

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O que o autor nos apresenta é uma visão ampla, tanto do ponto de vista histórico quanto conceitual, dos trabalhos psicanalíticos sobre a mística. Aprendemos, com ele, que a visão do próprio Freud sobre o assunto está longe de ser unívoca. O eixo principal de seu trabalho reside na demonstração de que as hipóteses desenvolvidas por Freud sobre o “sentimento oceânico” dominaram a reflexão psicanalítica sobre o misticismo até Lacan, na última parte de seu ensino, introduzir uma abordagem radicalmente nova do problema – através da dimensão do gozo do Outro.

Talvez por sua complexidade, o estudo dos místicos pela psicanálise tenha sido deixado de lado durante muito tempo. Freud se dedicou quase exclusivamente a abordar a religião em seu famoso ensaio O futuro de uma ilusão, no qual concentra seus esforços em localizar o poder da religião na dependência do desamparo infantil que deixa sua marca indelével no adulto. O homem religioso, com seu deus-pai todo poderoso, se comporta como a criança pequena para a qual o pai representa uma proteção em relação aos inúmeros perigos que a vida oferece.

Em essência, a religião constitui para Freud a tentativa mais poderosa de dar sentido à vida e, por isso mesmo, ela é capaz de fornecer sentido inclusive para a morte. Pois como conciliar o sentido que a religião prega incessantemente – através, sobretudo, da apologia do amor e do recalcamento do ódio – com o não senso da morte, senão dando a esta igualmente uma significação última e essencial?

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