Amor Entre Guerras

Amor Entre Guerras - Tomiyo Yamada viu a carioca Ilma pela primeira vez na estação de trem de Mogi das Cruzes, numa tarde ensolarada de dezembro de 1940. O que mais lhe chamou atenção foram seus cachos quase loiros, embalados pelo vento. Ilma, por sua vez, tinha paixão por homens de olhos puxados.
Mas, recatada e religiosa, não deu muita bola para os olhares instigantes daquele desconhecido bem apessoado. Alguns dias se passaram e eles se reencontraram na Missa do Galo, e, a partir dai, foram muitos encontros e desencontros na pequena cidade do interior de São Paulo.


O destino dos dois já havia sido selado e nem mesmo uma tenebrosa guerra foi capaz de arrefecer a paixão que nasceu na plataforma daquela estação. Nem mesmo a morte. Esta poderia ser a sinopse de um filme de Hollywood, no entanto e a historia real do japonês Tomiyo Yamada, um soldado da FEB, e da carioca Ilma Faria, separados pelo ciúme, pelas diferenças raciais e, por fim, pelo horror da Segunda Guerra Mundial. Mas o amor tudo vence.

A pesquisa original que fiz há quatorze anos era voltada à história desses rapazes, que acabaram lutando do lado contrário ao do país de seus próprios pais e avós, divididos entre a farda e suas origens. O Japão fazia parte da chamada Aliança do Eixo, junto da Alemanha e da Itália, países contra os quais o Brasil declarou guerra em 1942, aliando-se aos Estados Unidos, Inglaterra e França.
Nesse período, a situação dos imigrantes já estava submetida a restrições. Em 1937 foi proibido o ensino de língua estrangeira para menores de quatorze anos. Escolas da colônia japonesa, que funcionavam dentro de fazendas e sítios, foram fechadas.
No ano seguinte foi a vez das publicações em outros idiomas serem banidas. A partir de 1945, após o fim da guerra, os jovens pracinhas nikkeis brasileiros sofreram novo revés. Depararam-se com japoneses que viviam no Brasil e não acreditavam que a Terra do Sol Nascente tivesse perdido o conflito. Esses nacionalistas ficaram conhecidos como Kachigumi e faziam parte da organização Shindo Renmei — Liga do Caminho dos Súditos —, que chegou a matar 23 compatriotas que propagavam ser verdadeira a informação sobre a derrota nipônica.
Este último grupo era chamado Makegumi. As famílias dos ex-combatentes tinham de se isolar, manter-se em sigilo e jamais mencionar que os seus entes próximos ganharam a guerra pelo Brasil e que, sim, o Japão havia se rendido e o imperador deixara de ser considerado um ser divino.

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Amor Entre Guerras – Tomiyo Yamada viu a carioca Ilma pela primeira vez na estação de trem de Mogi das Cruzes, numa tarde ensolarada de dezembro de 1940. O que mais lhe chamou atenção foram seus cachos quase loiros, embalados pelo vento. Ilma, por sua vez, tinha paixão por homens de olhos puxados.
Mas, recatada e religiosa, não deu muita bola para os olhares instigantes daquele desconhecido bem apessoado. Alguns dias se passaram e eles se reencontraram na Missa do Galo, e, a partir dai, foram muitos encontros e desencontros na pequena cidade do interior de São Paulo.
O destino dos dois já havia sido selado e nem mesmo uma tenebrosa guerra foi capaz de arrefecer a paixão que nasceu na plataforma daquela estação. Nem mesmo a morte. Esta poderia ser a sinopse de um filme de Hollywood, no entanto e a historia real do japonês Tomiyo Yamada, um soldado da FEB, e da carioca Ilma Faria, separados pelo ciúme, pelas diferenças raciais e, por fim, pelo horror da Segunda Guerra Mundial. Mas o amor tudo vence.

A pesquisa original que fiz há quatorze anos era voltada à história desses rapazes, que acabaram lutando do lado contrário ao do país de seus próprios pais e avós, divididos entre a farda e suas origens. O Japão fazia parte da chamada Aliança do Eixo, junto da Alemanha e da Itália, países contra os quais o Brasil declarou guerra em 1942, aliando-se aos Estados Unidos, Inglaterra e França.
Nesse período, a situação dos imigrantes já estava submetida a restrições. Em 1937 foi proibido o ensino de língua estrangeira para menores de quatorze anos. Escolas da colônia japonesa, que funcionavam dentro de fazendas e sítios, foram fechadas.
No ano seguinte foi a vez das publicações em outros idiomas serem banidas. A partir de 1945, após o fim da guerra, os jovens pracinhas nikkeis brasileiros sofreram novo revés. Depararam-se com japoneses que viviam no Brasil e não acreditavam que a Terra do Sol Nascente tivesse perdido o conflito. Esses nacionalistas ficaram conhecidos como Kachigumi e faziam parte da organização Shindo Renmei — Liga do Caminho dos Súditos —, que chegou a matar 23 compatriotas que propagavam ser verdadeira a informação sobre a derrota nipônica.
Este último grupo era chamado Makegumi. As famílias dos ex-combatentes tinham de se isolar, manter-se em sigilo e jamais mencionar que os seus entes próximos ganharam a guerra pelo Brasil e que, sim, o Japão havia se rendido e o imperador deixara de ser considerado um ser divino.

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