História, Teatro E Política

O teatro está na linguagem dos historiadores tanto quanto na dos exércitos: o lugar onde se desenvolvem as ações é “palco”; o terreno onde se dão as batalhas é “teatro da guerra”. A narrativa de Tucídides sobre o Peloponeso não seria possível sem a linguagem do teatro clássico grego.

No Renascimento, Maquiavel tomou também o teatro, entendido como representação e aparência, como metáfora maior da ação do Príncipe, conforme mostra Adalberto Paranhos em um ensaio do presente livro.
Modernamente, quando Marx atuou como historiador do presente, os termos que ele utilizou para dar forma à dialética da representação da política da luta de classes na França só poderiam ser emprestados do teatro: O 18 de brumário de Luís Bonaparte é também a montagem de um espetáculo que fala de “farsa”, “tragédia”, “comédia”, “atores”, “personagens”, “máscaras” — sobretudo aquelas tomadas pelo poder que dramatiza, identifi ca e engana. Uma obra na qual Hegel parece ser menos importante do que Shakespeare.
Teatro é História, ou é a história em ato. A história é teatro, ou só pode ser entendida e narrada nesses termos. Por isso é sempre fundamental que os historiadores e cientistas sociais vejam o teatro como seu objeto. E isso ainda é raro.
Este livro, resultado conjunto do esforço de diversos historiadores, críticos e pesquisadores que têm em comum o interesse pelo estudo do teatro (e da História), é um belo descortinar de atos para se entender o fenômeno teatral em suas mais alucinantes e ricas possibilidades.
Aprendemos sobre as relações entre teatro, história e política, sobre fontes para se estudar os gêneros maiores ou menores do fenômeno teatral, sobre o teatro na Rússia revolucionária ou no Brasil do golpe militar. Vemos como artistas admiráveis, Hélio Oiticica e Lina Bo Bardi, construíram seus trabalhos tendo a cena teatral como fonte e podemos entender em que contexto e sob que circunstâncias essas experiências foram possíveis. Aqui a História vê o teatro, e o teatro ganha uma nova história.

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O teatro está na linguagem dos historiadores tanto quanto na dos exércitos: o lugar onde se desenvolvem as ações é “palco”; o terreno onde se dão as batalhas é “teatro da guerra”. A narrativa de Tucídides sobre o Peloponeso não seria possível sem a linguagem do teatro clássico grego. No Renascimento, Maquiavel tomou também o teatro, entendido como representação e aparência, como metáfora maior da ação do Príncipe, conforme mostra Adalberto Paranhos em um ensaio do presente livro.
Modernamente, quando Marx atuou como historiador do presente, os termos que ele utilizou para dar forma à dialética da representação da política da luta de classes na França só poderiam ser emprestados do teatro: O 18 de brumário de Luís Bonaparte é também a montagem de um espetáculo que fala de “farsa”, “tragédia”, “comédia”, “atores”, “personagens”, “máscaras” — sobretudo aquelas tomadas pelo poder que dramatiza, identifi ca e engana. Uma obra na qual Hegel parece ser menos importante do que Shakespeare.
Teatro é História, ou é a história em ato. A história é teatro, ou só pode ser entendida e narrada nesses termos. Por isso é sempre fundamental que os historiadores e cientistas sociais vejam o teatro como seu objeto. E isso ainda é raro.
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Aprendemos sobre as relações entre teatro, história e política, sobre fontes para se estudar os gêneros maiores ou menores do fenômeno teatral, sobre o teatro na Rússia revolucionária ou no Brasil do golpe militar. Vemos como artistas admiráveis, Hélio Oiticica e Lina Bo Bardi, construíram seus trabalhos tendo a cena teatral como fonte e podemos entender em que contexto e sob que circunstâncias essas experiências foram possíveis. Aqui a História vê o teatro, e o teatro ganha uma nova história.

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