Por Uma Fenomenologia Encarnada: Corpo E Intersubjetividade Em Husserl

O projeto filosófico husserliano que culminou na fenomenologia foi motivado pela tentativa de formular uma ciência rigorosa, que servisse de base para todos os demais conhecimentos.

Husserl, de formação originalmente matemática, estava de início interessado na fundamentação da aritmética, mas aos poucos seus estudos de lógica, assim como a influência de Brentano, o levam diretamente para a filosofia. Tal influência, assim como a de Bolzano, é bastante visível nos seus primeiros trabalhos e algumas das importantes intuições de Husserl surgem, de fato, a partir do confronto com a obra desses autores. Sua filosofia madura é denominada por ele fenomenologia, disciplina que se dedica ao estudo da consciência a partir do ponto de vista do eu, sujeito pensante, apreendido em termos conceitual e metodologicamente novos em relação à tradição.
Após a publicação de sua importante obra de 1901, Logische Untersuchungen, que recebeu diversas críticas devido ao seu suposto psicologismo, Husserl passa por uma revisão de sua filosofia que resulta na chamada “virada idealista” da fenomenologia. Tal modificação de seu pensamento, surpreendente mesmo para alguns alunos próximos, é ainda hoje objeto de estudo e polêmica entre intérpretes. As opiniões se dividem tanto no que diz respeito ao que teria motivado o filósofo, como também no que concerne a como devemos entender o “idealismo” por ele proposto.
Embora o debate em torno da “virada idealista” na filosofia husserliana tenha surgido a partir de Ideen I (1913), Husserl não chega a nomear sua filosofia como “idealista” nessa obra, mas desenvolve ali todas as bases do que depois define como “idealismo transcendental” (transzendentaler Idealismus)2. Porém, embora o filósofo tenha ficado conhecido, assim como tenha sido criticado, em função desse aspecto de sua obra, há desdobramentos interessantes da fenomenologia, sobretudo no pensamento husserliano tardio, os quais são ainda pouco estudados e reconhecidos, principalmente no Brasil. Uma investigação de tais elementos é relevante, em primeiro lugar, na medida em que permite indicar o caminho para novas leituras do filósofo, as quais se afastam da ideia de concebê-lo como um idealista no sentido tradicional.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Por Uma Fenomenologia Encarnada: Corpo E Intersubjetividade Em Husserl

O projeto filosófico husserliano que culminou na fenomenologia foi motivado pela tentativa de formular uma ciência rigorosa, que servisse de base para todos os demais conhecimentos. Husserl, de formação originalmente matemática, estava de início interessado na fundamentação da aritmética, mas aos poucos seus estudos de lógica, assim como a influência de Brentano, o levam diretamente para a filosofia. Tal influência, assim como a de Bolzano, é bastante visível nos seus primeiros trabalhos e algumas das importantes intuições de Husserl surgem, de fato, a partir do confronto com a obra desses autores. Sua filosofia madura é denominada por ele fenomenologia, disciplina que se dedica ao estudo da consciência a partir do ponto de vista do eu, sujeito pensante, apreendido em termos conceitual e metodologicamente novos em relação à tradição.
Após a publicação de sua importante obra de 1901, Logische Untersuchungen, que recebeu diversas críticas devido ao seu suposto psicologismo, Husserl passa por uma revisão de sua filosofia que resulta na chamada “virada idealista” da fenomenologia. Tal modificação de seu pensamento, surpreendente mesmo para alguns alunos próximos, é ainda hoje objeto de estudo e polêmica entre intérpretes. As opiniões se dividem tanto no que diz respeito ao que teria motivado o filósofo, como também no que concerne a como devemos entender o “idealismo” por ele proposto.
Embora o debate em torno da “virada idealista” na filosofia husserliana tenha surgido a partir de Ideen I (1913), Husserl não chega a nomear sua filosofia como “idealista” nessa obra, mas desenvolve ali todas as bases do que depois define como “idealismo transcendental” (transzendentaler Idealismus)2. Porém, embora o filósofo tenha ficado conhecido, assim como tenha sido criticado, em função desse aspecto de sua obra, há desdobramentos interessantes da fenomenologia, sobretudo no pensamento husserliano tardio, os quais são ainda pouco estudados e reconhecidos, principalmente no Brasil. Uma investigação de tais elementos é relevante, em primeiro lugar, na medida em que permite indicar o caminho para novas leituras do filósofo, as quais se afastam da ideia de concebê-lo como um idealista no sentido tradicional.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog