O Seminário (Livro I)

Desde 1973, Jacques-Alain Miller vem lançando os 26 volumes de O Seminário, referente aos seminários ministrados por Lacan em Paris

Fora de qualquer dúvida, Lacan é a figura mais discutida da psicanálise contemporânea. Seus Seminários, realizados em Paris de 1953 a 1980, são indispensáveis para o conhecimento integral da nova e revolucionária leitura por ele empreendida da obra de Freud.

Desde 1973, Jacques-Alain Miller vem lançando os 26 volumes de O Seminário, referente aos seminários ministrados por Lacan em Paris, de 1953 a 1980 – indispensáveis para o conhecimento integral da revolucionária leitura empreendida por Lacan da obra de Freud.

Na abertura do seminário dedicado aos Escritos técnicos de Freud, Lacan recorre à figura do mestre zen a fim de exemplificar o que ele designava ser uma forma de ensino cuja instituição implicaria em “uma recusa de todo sistema”.

Naquele momento preciso, no instante mesmo em que começavam a ser traçadas as coordenadas formais do seu retorno a Freud, o psicanalista francês sublinhava a permanente abertura à revisão que havia caracterizado a posição adotada pelo inventor da psicanálise ao longo de todo o seu empreendimento teórico.

Da suspeita pessoal de que em Freud “cada noção possui vida própria”, Lacan extrai a seguinte conclusão (absolutamente decisiva para os rumos que seu ensino tomaria no futuro): seria um erro grave, até mesmo um equívoco irremediável, reduzir a experiência freudiana a um certo número de clichês teóricos e clínicos, pois aqueles mesmos conceitos que foram fecundos no momento de seu surgimento acabariam por se transformar, ao longo do tempo, em um amontoado de “palavras gastas”.

Por esse motivo, o assim designado retorno a Freud, construído com base na leitura atenta dos escritos freudianos, representaria não apenas o esforço empreendido por Lacan a fim de voltar às fontes, mas sobretudo a tentativa de lançar nova luz sobre a invenção freudiana – ainda que para isso fosse necessário, por vezes, tomar Freud pelo avesso.

A pouca ortodoxia, somada ao desapego em relação às formas já então tradicionais de se ler e aplicar às formulações freudianas, permitiu ao psicanalista francês avançar em seu ensino seguindo, por vezes, mais de um movimento simultaneamente.

Assim, por exemplo, ao mesmo tempo em que se esforçava para restituir à palavra o seu devido valor no interior do campo psicanalítico (consequência maior da formulação de que o inconsciente freudiano opera regido pelas mesmas leis gerais que regem toda linguagem), Lacan formulava também a gênese do eu em sua tópica do imaginário.

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Fora de qualquer dúvida, Lacan é a figura mais discutida da psicanálise contemporânea. Seus Seminários, realizados em Paris de 1953 a 1980, são indispensáveis para o conhecimento integral da nova e revolucionária leitura por ele empreendida da obra de Freud.

Desde 1973, Jacques-Alain Miller vem lançando os 26 volumes de O Seminário, referente aos seminários ministrados por Lacan em Paris, de 1953 a 1980 – indispensáveis para o conhecimento integral da revolucionária leitura empreendida por Lacan da obra de Freud.

Na abertura do seminário dedicado aos Escritos técnicos de Freud, Lacan recorre à figura do mestre zen a fim de exemplificar o que ele designava ser uma forma de ensino cuja instituição implicaria em “uma recusa de todo sistema”.

Naquele momento preciso, no instante mesmo em que começavam a ser traçadas as coordenadas formais do seu retorno a Freud, o psicanalista francês sublinhava a permanente abertura à revisão que havia caracterizado a posição adotada pelo inventor da psicanálise ao longo de todo o seu empreendimento teórico.

Da suspeita pessoal de que em Freud “cada noção possui vida própria”, Lacan extrai a seguinte conclusão (absolutamente decisiva para os rumos que seu ensino tomaria no futuro): seria um erro grave, até mesmo um equívoco irremediável, reduzir a experiência freudiana a um certo número de clichês teóricos e clínicos, pois aqueles mesmos conceitos que foram fecundos no momento de seu surgimento acabariam por se transformar, ao longo do tempo, em um amontoado de “palavras gastas”.

Por esse motivo, o assim designado retorno a Freud, construído com base na leitura atenta dos escritos freudianos, representaria não apenas o esforço empreendido por Lacan a fim de voltar às fontes, mas sobretudo a tentativa de lançar nova luz sobre a invenção freudiana – ainda que para isso fosse necessário, por vezes, tomar Freud pelo avesso.

A pouca ortodoxia, somada ao desapego em relação às formas já então tradicionais de se ler e aplicar às formulações freudianas, permitiu ao psicanalista francês avançar em seu ensino seguindo, por vezes, mais de um movimento simultaneamente.

Assim, por exemplo, ao mesmo tempo em que se esforçava para restituir à palavra o seu devido valor no interior do campo psicanalítico (consequência maior da formulação de que o inconsciente freudiano opera regido pelas mesmas leis gerais que regem toda linguagem), Lacan formulava também a gênese do eu em sua tópica do imaginário.

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