O Conhecimento Da Vida

O Conhecimento Da Vida reúne muitas conferências ou artigos, mas cuja inspiração é contínua, e cuja aproximação não nos parece artificial.

A presente obra reúne muitas conferências ou artigos de datas diferentes, mas cuja inspiração é contínua, e cuja aproximação não nos parece artificial.

Como todos os diversos ensaios foram revistos, remanejados e completados, tanto em vista de sua atualização quanto em vista de sua coordenação, de modo a diferirem mais ou menos de seu primeiro estado de exposição ou de publicação, seu conjunto atual pode pretender alguma unidade e alguma originalidade.

Conhecer é analisar. Nós o dizemos de melhor bom grado do que o justificamos, pois é um dos traços de toda filosofia preocupada com o problema do conhecimento que a atenção que se dá às operações do conhecer acarrete a distração no que concerne ao sentido do conhecer.

No melhor dos casos, acontece de respondermos a esse último problema por meio de uma afirmação de suficiência e de pureza de saber. E, no entanto, saber por saber não é mais sensato do que comer por comer, ou matar por matar, ou rir por rir, porquanto é a um só tempo a confissão de que o saber deve ter um sentido e a recusa de lhe encontrar um outro sentido diferente dele mesmo.

Se o conhecimento é análise, mesmo assim não é para permanecer nisso. Decompor, reduzir, explicar, identificar, medir, pôr em equações deve ser claramente um benefício do lado da inteligência, já que, manifestamente, é uma perda para o gozo.

Gozamos não das leis da natureza, mas da natureza, não dos números, mas das qualidades, não das relações, mas dos seres. Para dizer tudo, não se vive de saber. Vulgaridade? Talvez. Blasfêmia? Mas em quê?

Pelo fato de alguns homens se terem votado a viver para o saber, devemos crer que o homem só vive verdadeiramente na ciência e por ela?

Admitimos demasiado fácil a existência de um conflito fundamental entre o conhecimento e a vida, e de tal modo que sua aversão recíproca só possa conduzir à destruição da vida pelo conhecimento ou à derrisão do conhecimento pela vida.

Só há, então, escolha entre um intelectualismo cristalino, isto é, transparente e inerte, e um misticismo confuso, ao mesmo tempo ativo e descuidado.

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Como todos os diversos ensaios foram revistos, remanejados e completados, tanto em vista de sua atualização quanto em vista de sua coordenação, de modo a diferirem mais ou menos de seu primeiro estado de exposição ou de publicação, seu conjunto atual pode pretender alguma unidade e alguma originalidade.

Conhecer é analisar. Nós o dizemos de melhor bom grado do que o justificamos, pois é um dos traços de toda filosofia preocupada com o problema do conhecimento que a atenção que se dá às operações do conhecer acarrete a distração no que concerne ao sentido do conhecer.

No melhor dos casos, acontece de respondermos a esse último problema por meio de uma afirmação de suficiência e de pureza de saber. E, no entanto, saber por saber não é mais sensato do que comer por comer, ou matar por matar, ou rir por rir, porquanto é a um só tempo a confissão de que o saber deve ter um sentido e a recusa de lhe encontrar um outro sentido diferente dele mesmo.

Se o conhecimento é análise, mesmo assim não é para permanecer nisso. Decompor, reduzir, explicar, identificar, medir, pôr em equações deve ser claramente um benefício do lado da inteligência, já que, manifestamente, é uma perda para o gozo.

Gozamos não das leis da natureza, mas da natureza, não dos números, mas das qualidades, não das relações, mas dos seres. Para dizer tudo, não se vive de saber. Vulgaridade? Talvez. Blasfêmia? Mas em quê?

Pelo fato de alguns homens se terem votado a viver para o saber, devemos crer que o homem só vive verdadeiramente na ciência e por ela?

Admitimos demasiado fácil a existência de um conflito fundamental entre o conhecimento e a vida, e de tal modo que sua aversão recíproca só possa conduzir à destruição da vida pelo conhecimento ou à derrisão do conhecimento pela vida.

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