Notas Do Subsolo

Notas Do Subsolo é uma novela escrita do princípio ao fim na primeira pessoa do singular, pretensamente pelo protagonista-narrador. Não se conhece muita coisa desse personagem, a não ser o que ele mesmo diz a respeito de si próprio.

Nem ao menos o seu nome nos é revelado. Deduz-se que ele era oriundo da nobreza empobrecida ou da nascente classe média, não-nobre.
Notas Do Subsolo, estruturalmente, é constituído de duas partes com funções bem diferentes. Na primeira parte, Dostoiévski utiliza a novela como um espaço em que discute as idéias correntes no seu tempo a respeito de política, filosofia, sociedade, movimentos sociais, polemizando com as diversas tendências que fervilhavam na Rússia na segunda metade do século XIX e com as muitas idéias em voga que eram importadas da Europa Ocidental e a que ele, como eslavófilo, se opunha. Nessa primeira parte, ainda, ele desenha as características desse protagonista-narrador, através de suas reminiscências e auto-análises.
Na segunda parte, ele narra episódios da vida do seu herói, ou anti-herói, ou paradoxista, como ele mesmo se qualifica no final do livro. Aí ele mostra na prática aquilo que o narrador diz de si próprio na primeira parte. Com relação à linguagem, existe uma diferença marcante entre os estilos dessas duas partes, mas um aspecto que é comum às duas é a larga utilização de elementos dos registros informais (linguagem popular, informal falada, palavras depreciativas, além de diminutivos, aumentativos, repetições, hesitações, utilização de frases feitas e ditados populares, marcadores discursivos e conversacionais), pois o narrador escreve todo o livro na primeira pessoa e conversa com uns certos “senhores”, que ora podem ser leitores comuns, ora parecem ser seus adversários nos campos político e social.
O personagem-narrador polemiza com inúmeras personalidades do seu século, russos e estrangeiros, como Kant, Darwin, os socialistas utópicos franceses e russos, escritores e intelectuais russos do campo revolucionário democrático, entre outros. Seu tom é agressivo, hostil e provocativo, o que é atestado por um grande número de palavras injuriosas e de conotação negativa, utilizadas contra seus adversários ideológicos e também contra si mesmo, pois ele quer provar que possui todos aqueles defeitos como uma conseqüência natural de ter crescido naquela sociedade.

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Notas Do Subsolo é uma novela escrita do princípio ao fim na primeira pessoa do singular, pretensamente pelo protagonista-narrador. Não se conhece muita coisa desse personagem, a não ser o que ele mesmo diz a respeito de si próprio. Nem ao menos o seu nome nos é revelado. Deduz-se que ele era oriundo da nobreza empobrecida ou da nascente classe média, não-nobre.
Notas Do Subsolo, estruturalmente, é constituído de duas partes com funções bem diferentes. Na primeira parte, Dostoiévski utiliza a novela como um espaço em que discute as idéias correntes no seu tempo a respeito de política, filosofia, sociedade, movimentos sociais, polemizando com as diversas tendências que fervilhavam na Rússia na segunda metade do século XIX e com as muitas idéias em voga que eram importadas da Europa Ocidental e a que ele, como eslavófilo, se opunha. Nessa primeira parte, ainda, ele desenha as características desse protagonista-narrador, através de suas reminiscências e auto-análises.
Na segunda parte, ele narra episódios da vida do seu herói, ou anti-herói, ou paradoxista, como ele mesmo se qualifica no final do livro. Aí ele mostra na prática aquilo que o narrador diz de si próprio na primeira parte. Com relação à linguagem, existe uma diferença marcante entre os estilos dessas duas partes, mas um aspecto que é comum às duas é a larga utilização de elementos dos registros informais (linguagem popular, informal falada, palavras depreciativas, além de diminutivos, aumentativos, repetições, hesitações, utilização de frases feitas e ditados populares, marcadores discursivos e conversacionais), pois o narrador escreve todo o livro na primeira pessoa e conversa com uns certos “senhores”, que ora podem ser leitores comuns, ora parecem ser seus adversários nos campos político e social.
O personagem-narrador polemiza com inúmeras personalidades do seu século, russos e estrangeiros, como Kant, Darwin, os socialistas utópicos franceses e russos, escritores e intelectuais russos do campo revolucionário democrático, entre outros. Seu tom é agressivo, hostil e provocativo, o que é atestado por um grande número de palavras injuriosas e de conotação negativa, utilizadas contra seus adversários ideológicos e também contra si mesmo, pois ele quer provar que possui todos aqueles defeitos como uma conseqüência natural de ter crescido naquela sociedade.

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