O Fim Da Guerra

O livro O Fim Da Guerra: A Maconha E A Criação De Um Novo Sistema Para Lidar Com As Drogas viaja mundo na busca por soluções para maconha.

O tema principal deste livro é a maconha, algo meio constrangedor de admitir. Afinal, maconha não é um assunto muito importante, certo? Maconha, dizem por aí, é a droga do prazer irresponsável, da indolência, da falta de seriedade.

Por décadas, a mera menção da palavra “maconha” era alvo de censura, de olhares atravessados do outro lado da mesa de jantar. Gastar folhas de papel para discuti-la, então, seria desperdício, ainda mais no mundo de hoje, assolado pelo crack, pela violência, pela desigualdade, pela injustiça, pela corrupção, pelo racismo, pela doença, por assuntos realmente sérios e graves.

Pois acredito que esse modo de pensar está errado. Mais que isso: acho que esse bloqueio invisível que nos constrange a não discutir o assunto agrava cada um dos problemas cabeludos listados na última frase do parágrafo anterior.

Como veremos em “Anatomia de um erro”, a política de drogas que dominou o mundo nos últimos cinquenta anos fracassou miseravelmente, gerando violência, desigualdade, corrupção, racismo, morte e incentivando o uso de drogas mais pesadas, até chegar ao crack.

E a maconha está no centro dessa política malsucedida. Há no mundo cerca de 210 milhões de usuários de drogas ilícitas, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre eles, 165 milhões consomem maconha, ou seja, 80% do total.

Assim, o combate às drogas refere-se, em grande medida, ao combate à canábis, a planta da maconha. Mudar a maneira como ela é tratada significa alterar fundamentalmente a política de drogas mundial e sair da confusão em que nos metemos. É esse o foco do capítulo seguinte, “Maconha e a solução”, no qual se discute também por que a maconha é diferente das demais drogas, o que justifica um jeito diferente de lidar com ela.

O coração deste livro são cinco estudos de caso que ajudam a vislumbrar como será a política de drogas global quando a guerra acabar.

Os três primeiros são sistemas que conseguiram quebrar a lógica atual ao separar a maconha das outras drogas: primeiro, a Holanda, que pagou caro pelo pioneirismo; depois, a Califórnia, onde a população se rebelou com democracia e mudou o mundo com capitalismo; em seguida, a Espanha, cujo sistema, ainda em fase de desenvolvimento, é o xodó dos especialistas, por adotar o caminho contrário ao dos americanos – abolir o mercado.

Os outros casos são o de Portugal, que, embora não tenha regulado o mercado de maconha nem tentado derrubar a proibição, mostrou ao mundo que uma política de drogas pode ser racional e eficaz mesmo num país católico e conservador, e o do Marrocos, cuja política de drogas só agora está entrando no século XX e depende profundamente do futuro da política de drogas global para chegar ao XXI. Em “Para terminar”, volto a falar do futuro, mais especificamente o do Brasil.

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O livro O Fim Da Guerra: A Maconha E A Criação De Um Novo Sistema Para Lidar Com As Drogas viaja mundo na busca por soluções para maconha.

O tema principal deste livro é a maconha, algo meio constrangedor de admitir. Afinal, maconha não é um assunto muito importante, certo? Maconha, dizem por aí, é a droga do prazer irresponsável, da indolência, da falta de seriedade.

Por décadas, a mera menção da palavra “maconha” era alvo de censura, de olhares atravessados do outro lado da mesa de jantar. Gastar folhas de papel para discuti-la, então, seria desperdício, ainda mais no mundo de hoje, assolado pelo crack, pela violência, pela desigualdade, pela injustiça, pela corrupção, pelo racismo, pela doença, por assuntos realmente sérios e graves.

Pois acredito que esse modo de pensar está errado. Mais que isso: acho que esse bloqueio invisível que nos constrange a não discutir o assunto agrava cada um dos problemas cabeludos listados na última frase do parágrafo anterior.

Como veremos em “Anatomia de um erro”, a política de drogas que dominou o mundo nos últimos cinquenta anos fracassou miseravelmente, gerando violência, desigualdade, corrupção, racismo, morte e incentivando o uso de drogas mais pesadas, até chegar ao crack.

E a maconha está no centro dessa política malsucedida. Há no mundo cerca de 210 milhões de usuários de drogas ilícitas, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre eles, 165 milhões consomem maconha, ou seja, 80% do total.

Assim, o combate às drogas refere-se, em grande medida, ao combate à canábis, a planta da maconha. Mudar a maneira como ela é tratada significa alterar fundamentalmente a política de drogas mundial e sair da confusão em que nos metemos. É esse o foco do capítulo seguinte, “Maconha e a solução”, no qual se discute também por que a maconha é diferente das demais drogas, o que justifica um jeito diferente de lidar com ela.

O coração deste livro são cinco estudos de caso que ajudam a vislumbrar como será a política de drogas global quando a guerra acabar.

Os três primeiros são sistemas que conseguiram quebrar a lógica atual ao separar a maconha das outras drogas: primeiro, a Holanda, que pagou caro pelo pioneirismo; depois, a Califórnia, onde a população se rebelou com democracia e mudou o mundo com capitalismo; em seguida, a Espanha, cujo sistema, ainda em fase de desenvolvimento, é o xodó dos especialistas, por adotar o caminho contrário ao dos americanos – abolir o mercado.

Os outros casos são o de Portugal, que, embora não tenha regulado o mercado de maconha nem tentado derrubar a proibição, mostrou ao mundo que uma política de drogas pode ser racional e eficaz mesmo num país católico e conservador, e o do Marrocos, cuja política de drogas só agora está entrando no século XX e depende profundamente do futuro da política de drogas global para chegar ao XXI. Em “Para terminar”, volto a falar do futuro, mais especificamente o do Brasil.

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