A atividade industrial tem passado, atualmente, de forma disruptiva, por profundas e intensas reestruturações produtivas e organizacionais, ocasionando rebatimentos e efeitos espaciais de forma multiescalar, como abordado no Capítulo 1.
Os fatores locacionais clássicos ou tradicionais tais como: matérias-primas, mercado, mão-obra, dentre outros, continuam sendo importantes, contudo, não mais determinantes como no passado.
Outros fatores mais intensivos em conhecimento, inovação, tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), Ciência e Tecnologia (C&T) e criatividade ganham destaque e tornam-se cada vez mais imprescindíveis para a compreensão da dinâmica locacional das indústrias, como analisado nos Capítulos 2 e 3.
Muitos são os agentes públicos e privados, com interesses e racionalidades distintas, que atuam na produção do espaço fabril e que não podem ser negligenciados nas investigações sobre essa temática.
Os processos perpassam o espaço em suas diferentes dimensões constituindo e fortalecendo redes topográficas e topológicas, materiais e imateriais, tangíveis e intangíveis, nas quais circulam insumos e mercadorias, por exemplo, como, também, informações, conhecimentos, ordens, comandos etc.
Enfim, nada foge ao capital presente nos circuitos espaciais da produção e círculos de cooperação que por meio de inúmeras e imbricadas networks, linkages e sinergias, de várias naturezas e tipologias, ganham concretude no espaço e afetam o cotidiano, como discutido no Capítulo 4.
O espaço industrial se metamorfoseou e contemporaneamente é possível encontrar várias formas de organização do espaço industrial. Novas formas de aglomerações fabris convivendo, inclusive, com paisagens industriais pretéritas.
Atualmente, o espaço industrial foi se tornando cada vez mais smart, cool, seletivo, integrado, eficiente, dotado de infraestruturas e serviços sofisticados e especializados, além de logística e estrategicamente bem localizados, para atender as demandas cada vez maiores e mais exigentes das indústrias, conforme as análises realizadas nos Capítulos 5 e 6.
As indústrias em sua dinâmica em nível global, sempre em busca por vantagens comparativas e competitivas, escolhem alguns países e excluem outros de acordo com a sua lógica.
Em nível nacional, não é diferente quando se analisa a divisão territorial do trabalho e da produção da atividade fabril, a guerra fiscal entre os lugares e os processos de concentração e desconcentração industrial em curso no Brasil.
Se no passado, as regiões metropolitanas foram as áreas de atração para os investimentos industriais e implantações de unidades produtivas fabris, posteriormente, as cidades médias especialmente aquelas localizadas no estado de São Paulo e, mais recentemente ainda, as pequenas cidades, entraram nessa competição atraindo grandes e importantes indústrias de capitais nacionais e estrangeiros, como abordado nos Capítulos 7 e 8.
Em nível local, se por um lado é possível verificar a relevância da indústria na geração de emprego e renda, na arrecadação municipal, na potencialização das atividades econômicas, dentre outros aspectos, por outro lado, constatam-se, também em muitos casos, o agravamento de problemas socais e ambientais, como tratado no Capítulo 9.
Dinâmica Locacional Das Indústrias será de grande valia para a Geografia Industrial, para outras ciências afins e para os interessados em compreender a indústria e a sua dinâmica locacional na atualidade.