O Que É Capitalismo

Das teorias que procuram explicar o que é o Capitalismo, destacam-se duas grandes correntes representadas por Max Weber e por Karl Marx; à primeira chamamos culturalista e à segunda, histórica, em razão dos diferentes pontos de vista dos quais partem para explicar os mesmos conceitos.


A primeira corrente busca explicar o Capitalismo através de fatores externos à economia. Para M. Weber, o Capitalismo se constitui a partir da herança de um modo de pensar as relações sociais (as econômicas aí compreendidas) legada pelo movimento da Reforma na Europa: do protestantismo de Lutero e mais ainda do calvinismo.
A ideia principal neste modo de pensar refere- -se à extrema valorização do trabalho, da prática de uma profissão (vocação) na busca da salvação individual. A criação de riquezas pelo trabalho e poupança seria um sinal de que o indivíduo pertenceria ao grupo dos "predestinados”.
O conjunto destas ideias formaria o fundamento de uma ética, elaborada pela Reforma, que implica a aceitação de princípios, normas para conduta, que seriam a expressão de uma "mentalidade" e de um "espírito" capitalista. Torna-se evidente nesta concepção do Capitalismo a grande importância conferida a fatores culturais.
De acordo com M. Weber, existe Capitalismo onde quer que a provisão industrial das necessidades de uma comunidade seja executada pelo método de empresa, pelo estabelecimento capitalista racional e pela contabilidade do Capital.
A segunda corrente, partindo de uma perspectiva histórica, define Capitalismo como sendo um determinado modo de produção de mercadorias, gerado historicamente desde o início da idade moderna e que encontrou sua plenitude no intenso processo de desenvolvimento industrial inglês, ao qual se chamou Revolução Industrial.
Por modo de produção entende-se tanto o modo pelo qual os meios necessários à produção são apropriados, quanto as relações que se estabelecem entre os homens a partir de suas vinculações ao processo de produção.
Por esta perspectiva, Capitalismo significa não apenas um sistema de produção de mercadorias, como também um determinado sistema no qual a força de trabalho se transforma em mercadoria e se coloca no mercado como qualquer objeto de troca.
Para que exista Capitalismo faz-se necessária a concentração da propriedade dos meios de produção em mãos de uma classe social e a presença de uma outra classe para a qual a venda da força de trabalho seja a única fonte de subsistência. Estes requisitos Marx demonstrou terem sido estabelecidos através de um processo histórico que transformou as antigas relações econômicas dominantes no Feudalismo, destruindo-as ao mesmo tempo em que se construía o Capitalismo.
Na primeira parte deste livro serão aprofundadas ambas as teorias acima delineadas, enquanto na segunda parte será feita uma análise sobre o desenvolvimento capitalista no Brasil.   

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  1. Grande iniciativa. Fui leitor da coleção em seu início ainda em 1970. Parabéns.

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Das teorias que procuram explicar o que é o Capitalismo, destacam-se duas grandes correntes representadas por Max Weber e por Karl Marx; à primeira chamamos culturalista e à segunda, histórica, em razão dos diferentes pontos de vista dos quais partem para explicar os mesmos conceitos.
A primeira corrente busca explicar o Capitalismo através de fatores externos à economia. Para M. Weber, o Capitalismo se constitui a partir da herança de um modo de pensar as relações sociais (as econômicas aí compreendidas) legada pelo movimento da Reforma na Europa: do protestantismo de Lutero e mais ainda do calvinismo.
A ideia principal neste modo de pensar refere- -se à extrema valorização do trabalho, da prática de uma profissão (vocação) na busca da salvação individual. A criação de riquezas pelo trabalho e poupança seria um sinal de que o indivíduo pertenceria ao grupo dos “predestinados”.
O conjunto destas ideias formaria o fundamento de uma ética, elaborada pela Reforma, que implica a aceitação de princípios, normas para conduta, que seriam a expressão de uma “mentalidade” e de um “espírito” capitalista. Torna-se evidente nesta concepção do Capitalismo a grande importância conferida a fatores culturais.
De acordo com M. Weber, existe Capitalismo onde quer que a provisão industrial das necessidades de uma comunidade seja executada pelo método de empresa, pelo estabelecimento capitalista racional e pela contabilidade do Capital.
A segunda corrente, partindo de uma perspectiva histórica, define Capitalismo como sendo um determinado modo de produção de mercadorias, gerado historicamente desde o início da idade moderna e que encontrou sua plenitude no intenso processo de desenvolvimento industrial inglês, ao qual se chamou Revolução Industrial.
Por modo de produção entende-se tanto o modo pelo qual os meios necessários à produção são apropriados, quanto as relações que se estabelecem entre os homens a partir de suas vinculações ao processo de produção.
Por esta perspectiva, Capitalismo significa não apenas um sistema de produção de mercadorias, como também um determinado sistema no qual a força de trabalho se transforma em mercadoria e se coloca no mercado como qualquer objeto de troca.
Para que exista Capitalismo faz-se necessária a concentração da propriedade dos meios de produção em mãos de uma classe social e a presença de uma outra classe para a qual a venda da força de trabalho seja a única fonte de subsistência. Estes requisitos Marx demonstrou terem sido estabelecidos através de um processo histórico que transformou as antigas relações econômicas dominantes no Feudalismo, destruindo-as ao mesmo tempo em que se construía o Capitalismo.
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