Barão Do Rio-Branco: Cadernos De Notas Vol. 3

Durante os anos 1897 e 1898, Rio-Branco continuou a dedicar-se à pesquisa e à redação da Memória. No início de 1897,o contexto favorável que havia cercado a escolha de seu nome como advogado do Brasil em 1895, passou a sofrer pressões em diversas frentes.

Trabalhava em ambiente incerto, pois enfrentava problemas profissionais e pessoais, os primeiros com o quadro político brasileiro, em que a oposição criticava o governo quanto a diferentes aspectos da questão, principalmente quanto à solução arbitral. Depois, com o ministro Dionysio Cerqueira, que havia assumido a pasta das Relações Exteriores em setembro do ano anterior. Sua vida familiar também passava por período muito difícil, pois, crescentemente, envolveu-se com o estado de saúde de sua esposa, Marie, que já apresentava sintomas pronunciados da doença que levaria à sua morte, em janeiro de 1898.
Tudo leva a crer que foi o ministro Carlos de Carvalho  quem propôs seu nome para a questão com a França. A proposta, feita em 1895, não deve ter enfrentado qualquer dificuldade quanto a convencer Prudente de Moraes, que dirigira pouco antes a Rio-Branco telegrama, cujo conhecido texto “Em nome da pátria brasileira agradeço inolvidável serviço reconhecimento seus direitos” exprimia o alto conceito do presidente com relação ao autor da brilhante vitória em Washington. Mas havia outros grupos que continuavam a opor-se ao seu nome, pois Rio-Branco era conhecidamente monarquista e continuava a manter empáticas ligações com a família imperial. Ademais, militava contra ele o fato de ter passado quase duas décadas no exterior, ausente do cenário político brasileiro, tanto durante a difícil transição de regimes, como por não ter estado presente, durante a turbulência política dos primeiros anos da República, abalada pelo levante no sul, pela revolta da Armada e por Canudos. A oposição aproveitava a fragilidade do primeiro governo civil de uma República que ainda sofria com a estagnação da economia decorrente do encilhamento, situação que só foi parcialmente equacionada durante o governo de Campos Salles.

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Durante os anos 1897 e 1898, Rio-Branco continuou a dedicar-se à pesquisa e à redação da Memória. No início de 1897,o contexto favorável que havia cercado a escolha de seu nome como advogado do Brasil em 1895, passou a sofrer pressões em diversas frentes. Trabalhava em ambiente incerto, pois enfrentava problemas profissionais e pessoais, os primeiros com o quadro político brasileiro, em que a oposição criticava o governo quanto a diferentes aspectos da questão, principalmente quanto à solução arbitral. Depois, com o ministro Dionysio Cerqueira, que havia assumido a pasta das Relações Exteriores em setembro do ano anterior. Sua vida familiar também passava por período muito difícil, pois, crescentemente, envolveu-se com o estado de saúde de sua esposa, Marie, que já apresentava sintomas pronunciados da doença que levaria à sua morte, em janeiro de 1898.
Tudo leva a crer que foi o ministro Carlos de Carvalho  quem propôs seu nome para a questão com a França. A proposta, feita em 1895, não deve ter enfrentado qualquer dificuldade quanto a convencer Prudente de Moraes, que dirigira pouco antes a Rio-Branco telegrama, cujo conhecido texto “Em nome da pátria brasileira agradeço inolvidável serviço reconhecimento seus direitos” exprimia o alto conceito do presidente com relação ao autor da brilhante vitória em Washington. Mas havia outros grupos que continuavam a opor-se ao seu nome, pois Rio-Branco era conhecidamente monarquista e continuava a manter empáticas ligações com a família imperial. Ademais, militava contra ele o fato de ter passado quase duas décadas no exterior, ausente do cenário político brasileiro, tanto durante a difícil transição de regimes, como por não ter estado presente, durante a turbulência política dos primeiros anos da República, abalada pelo levante no sul, pela revolta da Armada e por Canudos. A oposição aproveitava a fragilidade do primeiro governo civil de uma República que ainda sofria com a estagnação da economia decorrente do encilhamento, situação que só foi parcialmente equacionada durante o governo de Campos Salles.

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