O Medo Dos Bárbaros: Para Além Do Choque Das Civilizações

Em seu livro O medo dos bárbaros, Tzvetan Todorov apresenta criticamente as maneiras como pensadores que vão desde Rousseau até Samuel Huntington entenderam as noções de civilização, barbárie, cultura e identidade.

Resgatando historicamente esses termos, Todorov alcança seu objetivo principal de revelar as formas assumidas pela barbárie e pela civilização na época contemporânea.
A preocupação central do autor é mostrar como o medo dos bárbaros pode ensejar nas vítimas comportamentos tão desumanos quanto aqueles perpetrados pelos seus agressores. Conforme Todorov, “o medo dos bárbaros é o que ameaça converter-nos em bárbaros. [...] A história nos ensina: o remédio pode ser pior que a enfermidade”.
Para evitar o perigo de uma reação excessiva e, em última instância, o fim da existência da espécie humana, dadas as capacidades atuais das armas de destruição em massa, Todorov lança um apelo ao diálogo, mas não aderindo a um “angelismo qualquer” – pois ele mesmo reconhece que “não se deve deixar de combater ativamente as ameaças terroristas”. Assim, entendendo que é insuficiente manifestar boas intenções ou proclamar as virtudes do diálogo, ele afirma que o enfrentamento dos fatos é indispensável e exige que todos estejam abertos para questionar suas próprias certezas e evidências.
Entendendo a barbárie e a civilização como características intrínsecas aos seres humanos, o autor afirma ser ilusório tentar identificar um período específico da história da humanidade ou uma região qualquer do planeta como um exemplo de barbárie ou civilização. Pois “nenhuma cultura traz em seu bojo a marca da barbárie, nenhum povo é definitivamente civilizado; todos podem tornar-se bárbaros ou civilizados. Esse é o caráter
próprio da espécie humana”.
Todorov defende que cada indivíduo participa ao mesmo tempo de inúmeras identidades, cujas amplitudes são variáveis. Ele destaca, sobretudo, três tipos de identidade: a primeira refere-se à “cultura”, com um caráter mais sentimental de apego à terra dos antepassados; a segunda, mais presente na esfera cívica, corresponde ao Estado, ao país do qual somos cidadãos; e a terceira diz respeito ao projeto moral e político ao qual decidimos aderir e em defesa dos quais somos capazes de atitudes intransigentes.

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Em seu livro O medo dos bárbaros, Tzvetan Todorov apresenta criticamente as maneiras como pensadores que vão desde Rousseau até Samuel Huntington entenderam as noções de civilização, barbárie, cultura e identidade. Resgatando historicamente esses termos, Todorov alcança seu objetivo principal de revelar as formas assumidas pela barbárie e pela civilização na época contemporânea.
A preocupação central do autor é mostrar como o medo dos bárbaros pode ensejar nas vítimas comportamentos tão desumanos quanto aqueles perpetrados pelos seus agressores. Conforme Todorov, “o medo dos bárbaros é o que ameaça converter-nos em bárbaros. […] A história nos ensina: o remédio pode ser pior que a enfermidade”.
Para evitar o perigo de uma reação excessiva e, em última instância, o fim da existência da espécie humana, dadas as capacidades atuais das armas de destruição em massa, Todorov lança um apelo ao diálogo, mas não aderindo a um “angelismo qualquer” – pois ele mesmo reconhece que “não se deve deixar de combater ativamente as ameaças terroristas”. Assim, entendendo que é insuficiente manifestar boas intenções ou proclamar as virtudes do diálogo, ele afirma que o enfrentamento dos fatos é indispensável e exige que todos estejam abertos para questionar suas próprias certezas e evidências.
Entendendo a barbárie e a civilização como características intrínsecas aos seres humanos, o autor afirma ser ilusório tentar identificar um período específico da história da humanidade ou uma região qualquer do planeta como um exemplo de barbárie ou civilização. Pois “nenhuma cultura traz em seu bojo a marca da barbárie, nenhum povo é definitivamente civilizado; todos podem tornar-se bárbaros ou civilizados. Esse é o caráter
próprio da espécie humana”.
Todorov defende que cada indivíduo participa ao mesmo tempo de inúmeras identidades, cujas amplitudes são variáveis. Ele destaca, sobretudo, três tipos de identidade: a primeira refere-se à “cultura”, com um caráter mais sentimental de apego à terra dos antepassados; a segunda, mais presente na esfera cívica, corresponde ao Estado, ao país do qual somos cidadãos; e a terceira diz respeito ao projeto moral e político ao qual decidimos aderir e em defesa dos quais somos capazes de atitudes intransigentes.

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