Estar Vivo

Tim Ingold - Estar Vivo: Ensaios Sobre Movimento, Conhecimento E Descrição

Estar Vivo é uma coletânea de ensaios do antropólogo britânico Tim Ingold escritos e ministrados ao longo da primeira década do século XXI.

O volume dá continuidade e atualiza um processo teórico iniciado em Lines: a brief history (2007), subsidiando formulações posteriores, reunidas em Making: Anthropology, Archeology, Art and Architecture (2013).

As ideias de Estar Vivo, segundo ele, orbitam em torno das três palavras-chave que o intitulam: movimento, conhecimento e descrição. Estas não são meras sequências de operações, mas compostos paralelos de um só processo, o do curso da vida.

Uma simples caminhada, ele sugere, mobiliza as três operações ao mesmo tempo, o que requer observação para além dos grandes esquemas filosóficos sobre o “estar no mundo”. Aí reside o principal argumento do autor: o ser que está em movimento, conhecendo e descrevendo, está atento, e estar atento é estar vivo para (e no) mundo.

Nos dezenove capítulos distribuídos em cinco partes, Ingold argumenta que a epistemologia antropológica deve se inclinar aos fluxos e percursos da vida. Por isso, renuncia a adjetivações (social, estrutural, ecológica, simbólica ou cultural) comumente associadas ao vocabulário da disciplina.

Para ele, se o objetivo dos antropólogos é ler o mundo, as fontes textuais que os informam devem estar abertas às inspirações e dizeres contidos, literalmente, no chão que se pisa; no curso dos rios e movimentos das marés; na habitação das casas e no convívio entre animais humanos e não-humanos.

O autor busca superar fronteiras disciplinares, conduzindo diálogos com a arte, a arquitetura e os estudos da cultura material, pois acredita que esses domínios partilham da capacidade de observar, descrever e propor.

À antropologia não caberia apenas o papel de relatar a vida social tal como ela se apresenta, mas sobretudo um engajamento no mundo e uma educação perceptiva, aberta às infinitas possibilidades dos organismos de nele estarem e existirem.

Amparado sobretudo pela psicologia ecológica de James Gibson, Ingold defende que colocar o foco nas atividades dos materiais - sem encerrá-las no interior de um objeto, reduzindo-as a matéria inerte - significa admitir que a vida está nas coisas, e não que as coisas estão na vida.

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Tim Ingold – Estar Vivo: Ensaios Sobre Movimento, Conhecimento E Descrição

Estar Vivo é uma coletânea de ensaios do antropólogo britânico Tim Ingold escritos e ministrados ao longo da primeira década do século XXI.

O volume dá continuidade e atualiza um processo teórico iniciado em Lines: a brief history (2007), subsidiando formulações posteriores, reunidas em Making: Anthropology, Archeology, Art and Architecture (2013).

As ideias de Estar Vivo, segundo ele, orbitam em torno das três palavras-chave que o intitulam: movimento, conhecimento e descrição. Estas não são meras sequências de operações, mas compostos paralelos de um só processo, o do curso da vida.

Uma simples caminhada, ele sugere, mobiliza as três operações ao mesmo tempo, o que requer observação para além dos grandes esquemas filosóficos sobre o “estar no mundo”. Aí reside o principal argumento do autor: o ser que está em movimento, conhecendo e descrevendo, está atento, e estar atento é estar vivo para (e no) mundo.

Nos dezenove capítulos distribuídos em cinco partes, Ingold argumenta que a epistemologia antropológica deve se inclinar aos fluxos e percursos da vida. Por isso, renuncia a adjetivações (social, estrutural, ecológica, simbólica ou cultural) comumente associadas ao vocabulário da disciplina.

Para ele, se o objetivo dos antropólogos é ler o mundo, as fontes textuais que os informam devem estar abertas às inspirações e dizeres contidos, literalmente, no chão que se pisa; no curso dos rios e movimentos das marés; na habitação das casas e no convívio entre animais humanos e não-humanos.

O autor busca superar fronteiras disciplinares, conduzindo diálogos com a arte, a arquitetura e os estudos da cultura material, pois acredita que esses domínios partilham da capacidade de observar, descrever e propor.

À antropologia não caberia apenas o papel de relatar a vida social tal como ela se apresenta, mas sobretudo um engajamento no mundo e uma educação perceptiva, aberta às infinitas possibilidades dos organismos de nele estarem e existirem.

Amparado sobretudo pela psicologia ecológica de James Gibson, Ingold defende que colocar o foco nas atividades dos materiais – sem encerrá-las no interior de um objeto, reduzindo-as a matéria inerte – significa admitir que a vida está nas coisas, e não que as coisas estão na vida.

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