Luto E Melancolia

Em Luto E Melancolia: À Sombra Do Espetáculo, Sandra Edler define a importância dos conceitos ali presentes para a discussão psicanalítica posterior.

Luto E Melancolia: À Sombra Do Espetáculo contempla um artigo de Freud que se tornou referência obrigatória para todos os que se interessam pelo tema onipresente da depressão e dos transtornos ditos bipolares. Escrito em 1915, Luto e melancolia investiga os dois estados que dão título ao trabalho, ressaltando o aspecto natural do primeiro e o aspecto complexo e enigmático que reveste o segundo.

Além disso, o artigo integra — juntamente com As pulsões e seus destinos, O recalque, O inconsciente e Complemento metapsicológico à teoria dos sonhos — a chamada “Metapsicologia”, conjunto de artigos escritos por Freud em tempo recorde, um seguido do outro, e destinados a fazer uma descrição exaustiva dos processos mentais, registrando as principais elaborações da teoria psicanalítica até então.

O luto, sentimento normal diante da perda de alguém ou de algo que seja valioso para o sujeito, afeta todas as pessoas em algum momento da vida, e é até necessário para que se possa realmente elaborar a perda e seguir em frente, à procura de objetos substitutos que ocupem o lugar do que foi perdido. Freud estabelece uma analogia entre esse afeto e a melancolia, mostrando como o luto pode ser a via para o desenvolvimento de um quadro bem mais doloroso e difícil, uma espécie de luto “cronificado”.

A melancolia é descrita por Freud como um quadro de suspensão do interesse pelo mundo externo, de acentuada diminuição da auto-estima, podendo até mesmo chegar a uma expectativa delirante de punição. Outro aspecto importante na investigação da melancolia é a questão da identificação do melancólico com o objeto perdido. A célebre frase “a sombra do objeto se abateu sobre o eu” se tornou praticamente uma fórmula para descrever os estados que, hoje, chamaríamos de depressivos

Outro conceito importante que aparece no artigo em questão, ainda que sem moldura teórica, é o de superego. Denominado naquele momento de “instância crítica”, ele é minuciosamente descrito em termos clínicos, o que prepara o terreno para as futuras elaborações do termo. Observa-se na melancolia uma divisão do eu na qual uma parte, a “instância crítica”, se volta contra a outra, tornando-se seu algoz implacável.

Em Luto E Melancolia: À Sombra Do Espetáculo, Sandra Edler define a importância dos conceitos ali presentes para a discussão psicanalítica posterior. Com vasta experiência clínica, sua escrita é permeada de exemplos, nem sempre explícitos, de “falas” de consultório que revelam e ilustram os afetos comentados.

Muito relevante é a preocupação da autora em distinguir os estados descritos por Freud daquilo que se encontra atualmente na clínica e fora dela, na vida social. As diferenças entre as depressões de hoje e as de ontem são descritas tanto no sentido de seu conteúdo e de sua forma de manifestação — daí a importância da escuta da autora no consultório — quanto no sentido quantitativo, da freqüência crescente com que comparecem na clínica e nas queixas comuns, recolhidas em qualquer conversa informal de nossos tempos “prozaquianos”.

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Em Luto E Melancolia: À Sombra Do Espetáculo, Sandra Edler define a importância dos conceitos ali presentes para a discussão psicanalítica posterior.

Luto E Melancolia: À Sombra Do Espetáculo contempla um artigo de Freud que se tornou referência obrigatória para todos os que se interessam pelo tema onipresente da depressão e dos transtornos ditos bipolares. Escrito em 1915, Luto e melancolia investiga os dois estados que dão título ao trabalho, ressaltando o aspecto natural do primeiro e o aspecto complexo e enigmático que reveste o segundo.

Além disso, o artigo integra — juntamente com As pulsões e seus destinos, O recalque, O inconsciente e Complemento metapsicológico à teoria dos sonhos — a chamada “Metapsicologia”, conjunto de artigos escritos por Freud em tempo recorde, um seguido do outro, e destinados a fazer uma descrição exaustiva dos processos mentais, registrando as principais elaborações da teoria psicanalítica até então.

O luto, sentimento normal diante da perda de alguém ou de algo que seja valioso para o sujeito, afeta todas as pessoas em algum momento da vida, e é até necessário para que se possa realmente elaborar a perda e seguir em frente, à procura de objetos substitutos que ocupem o lugar do que foi perdido. Freud estabelece uma analogia entre esse afeto e a melancolia, mostrando como o luto pode ser a via para o desenvolvimento de um quadro bem mais doloroso e difícil, uma espécie de luto “cronificado”.

A melancolia é descrita por Freud como um quadro de suspensão do interesse pelo mundo externo, de acentuada diminuição da auto-estima, podendo até mesmo chegar a uma expectativa delirante de punição. Outro aspecto importante na investigação da melancolia é a questão da identificação do melancólico com o objeto perdido. A célebre frase “a sombra do objeto se abateu sobre o eu” se tornou praticamente uma fórmula para descrever os estados que, hoje, chamaríamos de depressivos

Outro conceito importante que aparece no artigo em questão, ainda que sem moldura teórica, é o de superego. Denominado naquele momento de “instância crítica”, ele é minuciosamente descrito em termos clínicos, o que prepara o terreno para as futuras elaborações do termo. Observa-se na melancolia uma divisão do eu na qual uma parte, a “instância crítica”, se volta contra a outra, tornando-se seu algoz implacável.

Em Luto E Melancolia: À Sombra Do Espetáculo, Sandra Edler define a importância dos conceitos ali presentes para a discussão psicanalítica posterior. Com vasta experiência clínica, sua escrita é permeada de exemplos, nem sempre explícitos, de “falas” de consultório que revelam e ilustram os afetos comentados.

Muito relevante é a preocupação da autora em distinguir os estados descritos por Freud daquilo que se encontra atualmente na clínica e fora dela, na vida social. As diferenças entre as depressões de hoje e as de ontem são descritas tanto no sentido de seu conteúdo e de sua forma de manifestação — daí a importância da escuta da autora no consultório — quanto no sentido quantitativo, da freqüência crescente com que comparecem na clínica e nas queixas comuns, recolhidas em qualquer conversa informal de nossos tempos “prozaquianos”.

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