Design Da Informação E Inovação Em Produtos Jornalísticos Para Tablets

Novas formas de uso e novas apropriações sociais dos produtos resultantes de inovações midiáticas dependem, em larga medida, de como as funcionalidades apropriáveis chegam inicialmente ao consumidor, através do design da informação inscrito no produto.

É necessário haver um ‘modo de uso’ de partida, claramente explicitado, para que as apropriações ocorram e novos usos sejam inventados ou potencializados pelos consumidores. Assim, o design da informação, como parte da inovação midiática, funciona como um primeiro e fundamental mapa ou bússola de navegação pelas interfaces do novo produto.
O texto de Rodrigo Cunha explora esse âmbito pouco conhecido do processo de inovação midiática: a criação de gramáticas visuais através do design da informação, que orientam e permitem que se potencialize a experiência que se dá entre o usuário, o dispositivo e sua interface, organizando uma gama sempre crescente de informações, incentivando-o a aceitar novos contratos de interação e mesmo a ir além deles. Nas palavras do próprio autor: “A relação designer/sistema/usuário é representada por um complexo jogo, no qual os atores se confrontam no processo de estabelecimento de um contrato: o designer cria, inova, empreende, manipula ideias e objetos, imaginando ser compreendido na sua intencionalidade pelo usuário final; o usuário busca as pistas deixadas pelo designer e faz sua interpretação”.
Para deslindar esses processos de criação em contextos de inovação, Rodrigo Cunha se debruça sobre um corpus que apresenta todos os requisitos para um bom exercício dessa análise: os produtos jornalísticos para tablet. Essa escolha envolve uma dupla novidade. Por um lado, temos o tablet enquanto dispositivo, que incorpora, a modo de síntese, as potencialidades de interação que – inicialmente no PC (Personal Computer) e em seguida no CC (Conected Computer) – vem sendo desenvolvidas nas últimas décadas, e às quais no tablet somam-se funcionalidades novas, como a tactilidade, a incorporação do acelerômetro e do giroscópio; por outro lado, temos os produtos jornalísticos, no processo mesmo de sua invenção/experimentação, que buscam fazer uso crescente e eficaz de tais funcionalidades que, em somatória, coalescem no novo dispositivo.
Termos como transposição, remediação, convergência, medialidade, mediamorfose, continuum multimídia, fazem parte do percurso e da discussão empreendidos, mas é no conceito de affordances e sua operacionalização para a esfera do design da informação e, mais especificamente, para o design da informação voltado para produtos jornalísticos para tablets, que Rodrigo Cunha encontra sua pedra de toque. Partindo do conceito original, proposto pelo psicólogo norte-americano James J. Gibson, o autor vai dele se apropriar, ajustando-o e adequando-o ao âmbito do design da informação e produzindo uma forma original de análise e compreensão dos processos criativos envolvidos.

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Novas formas de uso e novas apropriações sociais dos produtos resultantes de inovações midiáticas dependem, em larga medida, de como as funcionalidades apropriáveis chegam inicialmente ao consumidor, através do design da informação inscrito no produto. É necessário haver um ‘modo de uso’ de partida, claramente explicitado, para que as apropriações ocorram e novos usos sejam inventados ou potencializados pelos consumidores. Assim, o design da informação, como parte da inovação midiática, funciona como um primeiro e fundamental mapa ou bússola de navegação pelas interfaces do novo produto.
O texto de Rodrigo Cunha explora esse âmbito pouco conhecido do processo de inovação midiática: a criação de gramáticas visuais através do design da informação, que orientam e permitem que se potencialize a experiência que se dá entre o usuário, o dispositivo e sua interface, organizando uma gama sempre crescente de informações, incentivando-o a aceitar novos contratos de interação e mesmo a ir além deles. Nas palavras do próprio autor: “A relação designer/sistema/usuário é representada por um complexo jogo, no qual os atores se confrontam no processo de estabelecimento de um contrato: o designer cria, inova, empreende, manipula ideias e objetos, imaginando ser compreendido na sua intencionalidade pelo usuário final; o usuário busca as pistas deixadas pelo designer e faz sua interpretação”.
Para deslindar esses processos de criação em contextos de inovação, Rodrigo Cunha se debruça sobre um corpus que apresenta todos os requisitos para um bom exercício dessa análise: os produtos jornalísticos para tablet. Essa escolha envolve uma dupla novidade. Por um lado, temos o tablet enquanto dispositivo, que incorpora, a modo de síntese, as potencialidades de interação que – inicialmente no PC (Personal Computer) e em seguida no CC (Conected Computer) – vem sendo desenvolvidas nas últimas décadas, e às quais no tablet somam-se funcionalidades novas, como a tactilidade, a incorporação do acelerômetro e do giroscópio; por outro lado, temos os produtos jornalísticos, no processo mesmo de sua invenção/experimentação, que buscam fazer uso crescente e eficaz de tais funcionalidades que, em somatória, coalescem no novo dispositivo.
Termos como transposição, remediação, convergência, medialidade, mediamorfose, continuum multimídia, fazem parte do percurso e da discussão empreendidos, mas é no conceito de affordances e sua operacionalização para a esfera do design da informação e, mais especificamente, para o design da informação voltado para produtos jornalísticos para tablets, que Rodrigo Cunha encontra sua pedra de toque. Partindo do conceito original, proposto pelo psicólogo norte-americano James J. Gibson, o autor vai dele se apropriar, ajustando-o e adequando-o ao âmbito do design da informação e produzindo uma forma original de análise e compreensão dos processos criativos envolvidos.

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