Sentidos De Liberdade

Falar de liberdade não é falar de uma ideia só, mas de múltiplas ideias que não são, com toda a certeza, ideias do mesmo. E se, em vez de ideias, se disser ideais, o problema nada perde em complexidade – há ideais de liberdade distintos, e também os há contraditórios ou mesmo conflituais.

À parte outras razões, conflitos entre ideais de liberdade têm participado historicamente da justificação das crises da Modernidade. A liberdade move povos, quer como ideal a perseguir quer como status a salvaguardar.
Teoricamente, a importância do conceito de liberdade, caso se pudesse falar de um tal conceito, entenda-se como se de um só se tratasse, e caso essa importância se deixasse medir assim, é dada pelo valor fundacional que desempenha, ou se disputa desempenhar, em contextos filosóficos tão variados como a Ética, a Teoria Política, a Antropologia Filosófica. Além disso, há uma tão notável quanto antiga questão em torno da metafísica da liberdade – ao fim e ao cabo, perguntar-se-á, pode haver liberdade?
Ou talvez de forma menos atreita a escândalos – que pode a liberdade ser?
Falar de liberdade é, por certo, falar de uma plurivocidade. Tantas vozes, porém, arriscam nada significar para lá da vozearia, o que faz com que em bocas mais entusiasmadas a palavra liberdade ganhe préstimo menos para usos do que para abusos. Por isso, não é difícil ser-se conduzido a equívocos ao se falar filosoficamente de liberdade. Para isto contribui ainda uma considerável permeabilidade conceitual entre os diferentes campos disciplinares onde o conceito de liberdade é pregnante.
A contrapartida é facilmente enunciável: o descrédito é uma possibilidade recorrente em qualquer discurso sobre a liberdade.
Os sete estudos que Sentidos De Liberdade apresenta não visam introduzir mais ordem à ordem dos sentidos que a palavra liberdade assume filosoficamente. Nem visam inventariar, cartografar ou sistematizar a pluralidade de sentidos enunciáveis. Não há sequer pretensão à exaustividade.
Diversamente, a pretensão é outra: dar conta de alguns apenas, ainda que particularmente relevantes, sentidos de liberdade – os de Rousseau, Kant, Berlin, Sartre, Lévinas – para, com eles, propor um itinerário de reflexão e, sobretudo, devolver crédito à possibilidade da liberdade, seja metafisicamente, seja enquanto conceito, se não fundacional pelo menos iniludível na filosofia política, na ética, na filosofia da ação.

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Falar de liberdade não é falar de uma ideia só, mas de múltiplas ideias que não são, com toda a certeza, ideias do mesmo. E se, em vez de ideias, se disser ideais, o problema nada perde em complexidade – há ideais de liberdade distintos, e também os há contraditórios ou mesmo conflituais. À parte outras razões, conflitos entre ideais de liberdade têm participado historicamente da justificação das crises da Modernidade. A liberdade move povos, quer como ideal a perseguir quer como status a salvaguardar.
Teoricamente, a importância do conceito de liberdade, caso se pudesse falar de um tal conceito, entenda-se como se de um só se tratasse, e caso essa importância se deixasse medir assim, é dada pelo valor fundacional que desempenha, ou se disputa desempenhar, em contextos filosóficos tão variados como a Ética, a Teoria Política, a Antropologia Filosófica. Além disso, há uma tão notável quanto antiga questão em torno da metafísica da liberdade – ao fim e ao cabo, perguntar-se-á, pode haver liberdade?
Ou talvez de forma menos atreita a escândalos – que pode a liberdade ser?
Falar de liberdade é, por certo, falar de uma plurivocidade. Tantas vozes, porém, arriscam nada significar para lá da vozearia, o que faz com que em bocas mais entusiasmadas a palavra liberdade ganhe préstimo menos para usos do que para abusos. Por isso, não é difícil ser-se conduzido a equívocos ao se falar filosoficamente de liberdade. Para isto contribui ainda uma considerável permeabilidade conceitual entre os diferentes campos disciplinares onde o conceito de liberdade é pregnante.
A contrapartida é facilmente enunciável: o descrédito é uma possibilidade recorrente em qualquer discurso sobre a liberdade.
Os sete estudos que Sentidos De Liberdade apresenta não visam introduzir mais ordem à ordem dos sentidos que a palavra liberdade assume filosoficamente. Nem visam inventariar, cartografar ou sistematizar a pluralidade de sentidos enunciáveis. Não há sequer pretensão à exaustividade.
Diversamente, a pretensão é outra: dar conta de alguns apenas, ainda que particularmente relevantes, sentidos de liberdade – os de Rousseau, Kant, Berlin, Sartre, Lévinas – para, com eles, propor um itinerário de reflexão e, sobretudo, devolver crédito à possibilidade da liberdade, seja metafisicamente, seja enquanto conceito, se não fundacional pelo menos iniludível na filosofia política, na ética, na filosofia da ação.

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