A Tripla Hélice: Gene, Organismo E Ambiente

O deciframento do código genético realizado pelo Projeto Genoma Humano ganhou as primeiras páginas dos jornais de todo o planeta. Com o mapeamento dos genes, os cientistas se viram em condições de compreender melhor o comportamento biológico do organismo

, prever as características que serão herdadas pelos descendentes e desenvolver estudos para evitar doenças como o câncer.
O biólogo Richard Lewontin, porém, relativiza a importância do seqüenciamento do DNA e propõe uma nova abordagem para as relações entre organismo e meio. Segundo o autor, um dos cientistas mais destacados da atualidade, os indivíduos não são determinados simplesmente pela interação entre genes e ambiente, mas também por eventos aleatórios que a ciência não é capaz de controlar.
Lewontin desmonta artifícios retóricos pelos quais a ciência atual se legitima e mostra como a compreensão literal das metáforas do discurso científico pode levar a sérios mal-entendidos.
Além disso, nos quatro ensaios aqui reunidos o autor discute metodologias de pesquisa, sugere uma distinção surpreendente entre doença e normalidade - esta, como a condição em que o organismo não é determinado por um caminho causal único - e propõe novas direções para o ensino da biologia, tendo como horizonte um saber fundado em procedimentos mais éticos e condutas mais humanas.

Não se pode fazer ciência sem usar uma linguagem cheia de metáforas. Praticamente todo o corpo da ciência moderna é uma tentativa de explicar fenômenos que não podem ser experimentados diretamente pelos seres humanos porque se referem a forças e processos que não podemos perceber diretamente, ou por serem demasiado pequenos, como as moléculas, ou por serem demasiado vastos, como todo o universo conhecido, ou ainda por resultarem de forças que os nossos sentidos não podem detectar, como o eletromagnetismo, ou de interações extremamente complexas, como a formação de um organismo individual a partir da sua concepção como ovo fertilizado.
Se pretendemos que as nossas explicações não sejam apenas proposições meramente formais, expressas em alguma linguagem técnica inventada, mas que apelem para a compreensão do mundo desenvolvida por meio de nossa própria experiência comum, elas terão, necessariamente, de envolver o emprego de linguagem metafórica.

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A Tripla Hélice: Gene, Organismo E Ambiente

O deciframento do código genético realizado pelo Projeto Genoma Humano ganhou as primeiras páginas dos jornais de todo o planeta. Com o mapeamento dos genes, os cientistas se viram em condições de compreender melhor o comportamento biológico do organismo, prever as características que serão herdadas pelos descendentes e desenvolver estudos para evitar doenças como o câncer.
O biólogo Richard Lewontin, porém, relativiza a importância do seqüenciamento do DNA e propõe uma nova abordagem para as relações entre organismo e meio. Segundo o autor, um dos cientistas mais destacados da atualidade, os indivíduos não são determinados simplesmente pela interação entre genes e ambiente, mas também por eventos aleatórios que a ciência não é capaz de controlar.
Lewontin desmonta artifícios retóricos pelos quais a ciência atual se legitima e mostra como a compreensão literal das metáforas do discurso científico pode levar a sérios mal-entendidos.
Além disso, nos quatro ensaios aqui reunidos o autor discute metodologias de pesquisa, sugere uma distinção surpreendente entre doença e normalidade – esta, como a condição em que o organismo não é determinado por um caminho causal único – e propõe novas direções para o ensino da biologia, tendo como horizonte um saber fundado em procedimentos mais éticos e condutas mais humanas.

Não se pode fazer ciência sem usar uma linguagem cheia de metáforas. Praticamente todo o corpo da ciência moderna é uma tentativa de explicar fenômenos que não podem ser experimentados diretamente pelos seres humanos porque se referem a forças e processos que não podemos perceber diretamente, ou por serem demasiado pequenos, como as moléculas, ou por serem demasiado vastos, como todo o universo conhecido, ou ainda por resultarem de forças que os nossos sentidos não podem detectar, como o eletromagnetismo, ou de interações extremamente complexas, como a formação de um organismo individual a partir da sua concepção como ovo fertilizado.
Se pretendemos que as nossas explicações não sejam apenas proposições meramente formais, expressas em alguma linguagem técnica inventada, mas que apelem para a compreensão do mundo desenvolvida por meio de nossa própria experiência comum, elas terão, necessariamente, de envolver o emprego de linguagem metafórica.

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