Fenomenologia, Linguística & Psicanálise

Fenomenologia, Linguística & Psicanálise pode ser descrito como um “sintoma”, na medida em que cada autor apresenta aqui sua resposta ao real.

“Na verdade, o homem não era necessário” . Com esta afirmação, Vinícius de Moraes, no poema O Dia Da Criação, busca evidenciar a contingência que está na origem da existência do ser humano.

Depois que o Senhor criou o Universo e tudo o que nele existe, no sexto dia resolveu criar o homem à sua imagem e semelhança.

Com a existência do homem no planeta, chamado por ele mesmo de Terra, acontecimentos característicos de seu modo de viver, tais como a pobreza, a fome, homicídio, e todas as demais desgraças, que permeiam em todo lugar onde haja um ser humano, se fazem presente.

No referido poema, Vinícius usa a expressão “porque hoje é sábado” – que remete ao dia da criação – sempre acompanhada de algum evento, como por exemplo: “Há criancinhas que não comem, há um renovar-se de esperanças, há um homem rico que se mata, há um grande espírito de porco, há a sensação angustiante” , etc., tudo isso porque “é sábado”, ou se preferir, porque o homem existe e é impossível de ele “fugir a essa dura realidade”.

A tese central deste célebre poema ilustra o que buscaremos apresentar em Fenomenologia, Linguística & Psicanálise, ou seja, o que os 14 capítulos compartilham, como pano de fundo, é a ideia de que o sujeito é, desde sua entrada na dita cultura, precário, incompleto, um falta-a-ser, para usar um conceito lacaniano.

De fato, o preço a se pagar para ser sujeito não é nada barato – paga-se com o seu ser, diria Lacan.

Mas o paroradoxo que advém disso é que, se por um lado, não escolhemos ter nascido, por outro, precisamos fazer algo com isso que nos foi relegado, isso que não tem sentido – non-sense –, que se apresenta como aquilo que Albert Camus, n’O Mito De Sísifo, bem descreveu como sendo o absurdo.

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“Na verdade, o homem não era necessário” . Com esta afirmação, Vinícius de Moraes, no poema O Dia Da Criação, busca evidenciar a contingência que está na origem da existência do ser humano.

Depois que o Senhor criou o Universo e tudo o que nele existe, no sexto dia resolveu criar o homem à sua imagem e semelhança.

Com a existência do homem no planeta, chamado por ele mesmo de Terra, acontecimentos característicos de seu modo de viver, tais como a pobreza, a fome, homicídio, e todas as demais desgraças, que permeiam em todo lugar onde haja um ser humano, se fazem presente.

No referido poema, Vinícius usa a expressão “porque hoje é sábado” – que remete ao dia da criação – sempre acompanhada de algum evento, como por exemplo: “Há criancinhas que não comem, há um renovar-se de esperanças, há um homem rico que se mata, há um grande espírito de porco, há a sensação angustiante” , etc., tudo isso porque “é sábado”, ou se preferir, porque o homem existe e é impossível de ele “fugir a essa dura realidade”.

A tese central deste célebre poema ilustra o que buscaremos apresentar em Fenomenologia, Linguística & Psicanálise, ou seja, o que os 14 capítulos compartilham, como pano de fundo, é a ideia de que o sujeito é, desde sua entrada na dita cultura, precário, incompleto, um falta-a-ser, para usar um conceito lacaniano.

De fato, o preço a se pagar para ser sujeito não é nada barato – paga-se com o seu ser, diria Lacan.

Mas o paroradoxo que advém disso é que, se por um lado, não escolhemos ter nascido, por outro, precisamos fazer algo com isso que nos foi relegado, isso que não tem sentido – non-sense –, que se apresenta como aquilo que Albert Camus, n’O Mito De Sísifo, bem descreveu como sendo o absurdo.

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