Feminismo Em Resistência

Os textos reunidos em Feminismo Em Resistência dialogam com os desafios e com um processo permanente de reflexão coletiva.

No Brasil, os retrocessos político-institucionais são acelerados, assim como seus efeitos imediatos na precarização da vida. Nesse momento, no Brasil e em outras partes do mundo, há uma ascensão de forças de extrema-direita que dão os contornos de um capitalismo ainda mais autoritário e antidemocrático.

Encontrar os caminhos para manter e ampliar a organização das mulheres em movimento, criar e reforçar alternativas para resolver as questões colocadas no dia a dia, sustentar a vida… todos esses são desafios permanentes, frente aos quais não há receitas prontas.

Os textos reunidos em Feminismo Em Resistência dialogam com esses desafios e com um processo permanente de reflexão coletiva, iluminando questões que nos parecem fundamentais para seguir em marcha.

Pode parecer paradoxal nossa afirmação, no título desta publicação, de que o feminismo está em resistência neste momento de reconhecida capilarização na sociedade.

Sem dúvida, o feminismo tem tido mais alcance e legitimidade, mais capacidade de convocatória e hoje influencia agendas, políticas e estratégias de marketing.

Muitas das questões historicamente levantadas pelo movimento feminista, como o direito de viver uma vida livre de violência, a crítica à imposição da maternidade, a denúncia do assédio nos espaços públicos e no ambiente de trabalho, são hoje reconhecidas por mulheres de diferentes gerações.

Mas, em nossa perspectiva, o feminismo não deve ser visto de forma isolada das lutas populares que resistem à ofensiva capitalista autoritária. Ao contrário, vemos o feminismo como parte das lutas populares, que em todo o continente têm as mulheres à frente.

As mulheres indígenas estão à frente da defesa dos territórios e da natureza contra o avanço do agronegócio e das empresas transnacionais, que se encontram ainda mais legitimadas por governos autoritários; as mulheres negras conjugam luto e luta no enfrentamento permanente à violência racista da militarização das periferias; ao enfrentar a precarização da vida e a privatização dos serviços públicos de saúde e educação, as mulheres constroem comunidade e alternativas para garantir a sobrevivência.

Diante de todos esses exemplos, é preciso recusar concepções e práticas que apartam o feminismo do anticapitalismo, como se fossem lutas distintas. A luta das mulheres vem mostrando que o feminismo é um elemento transversal; e que hoje, sem dúvida nenhuma, tem tido condições de abrir e indicar caminhos para fortalecer as resistências populares, e transformá-las em enfrentamento e superação.

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No Brasil, os retrocessos político-institucionais são acelerados, assim como seus efeitos imediatos na precarização da vida. Nesse momento, no Brasil e em outras partes do mundo, há uma ascensão de forças de extrema-direita que dão os contornos de um capitalismo ainda mais autoritário e antidemocrático.

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Sem dúvida, o feminismo tem tido mais alcance e legitimidade, mais capacidade de convocatória e hoje influencia agendas, políticas e estratégias de marketing.

Muitas das questões historicamente levantadas pelo movimento feminista, como o direito de viver uma vida livre de violência, a crítica à imposição da maternidade, a denúncia do assédio nos espaços públicos e no ambiente de trabalho, são hoje reconhecidas por mulheres de diferentes gerações.

Mas, em nossa perspectiva, o feminismo não deve ser visto de forma isolada das lutas populares que resistem à ofensiva capitalista autoritária. Ao contrário, vemos o feminismo como parte das lutas populares, que em todo o continente têm as mulheres à frente.

As mulheres indígenas estão à frente da defesa dos territórios e da natureza contra o avanço do agronegócio e das empresas transnacionais, que se encontram ainda mais legitimadas por governos autoritários; as mulheres negras conjugam luto e luta no enfrentamento permanente à violência racista da militarização das periferias; ao enfrentar a precarização da vida e a privatização dos serviços públicos de saúde e educação, as mulheres constroem comunidade e alternativas para garantir a sobrevivência.

Diante de todos esses exemplos, é preciso recusar concepções e práticas que apartam o feminismo do anticapitalismo, como se fossem lutas distintas. A luta das mulheres vem mostrando que o feminismo é um elemento transversal; e que hoje, sem dúvida nenhuma, tem tido condições de abrir e indicar caminhos para fortalecer as resistências populares, e transformá-las em enfrentamento e superação.

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