Da Reciprocidade À Mutualidade

Da Reciprocidade À Mutualidade indica um deslocamento impingido a esses dois conceitos no interior da vasta e intrincada obra do pensador Paul Ricoeur.

O livro versa sobre a questão da assimetria originária em Paul Ricoeur. Defendemos a tese de que a precedência da assimetria da mutualidade ante a simetria da reciprocidade resguarda, simultaneamente, tanto a alteridade quanto a insubstituibilidade de cada pessoa, por meio do reconhecimento mútuo. Sustentar tal tese implica, por um lado, em demonstrar que a simetria não deve ser desconsiderada, uma vez que este conceito é imprescindível para a constituição da ética, da moral e do direito.

Por outro lado, significa considerar a possibilidade da suspensão da luta por reconhecimento através de experiências efetivas de reconhecimento mútuo, simbolizadas pela troca de dons entre protagonistas; e passar, desse modo, da negatividade à positividade, de tal forma que o menosprezo e a negação não reduzam o reconhecimento a um desconhecimento originário. Enfim, implica em conceder primazia à pessoa ante a norma, isto é, assegurar que a mutualidade das relações não seja dissolvida pelo caráter impessoal da lógica da reciprocidade.

O título do livro remete para dois temas polêmicos do debate acadêmico atual. Da Reciprocidade À Mutualidade indica um deslocamento impingido a esses dois conceitos no interior da vasta e intrincada obra do pensador francês. É neste deslocamento que esses conceitos adquirem significado e função na complexa dialética que entrecruza as relações interpessoais com as institucionais, passando pelo si-mesmo.

A questão da assimetria, por sua vez, evoca um problema de não tão fácil resolução no debate atual: que, inicialmente, eu não sou o outro. Tal problema contrasta com a retórica da modernidade que insistiu e insiste ainda na tese contrária, muitas vezes velada sob expressões repetidas em uníssono, tais como “somos todos iguais”, “ninguém está acima da lei”; ou, em sua forma evangélica, “somos todos irmãos”.

Tomadas como ponto de partida, essas afirmações, que se tornaram senso comum, podem vir a ser usadas contra as suas próprias reivindicações originais, às vezes dando lastro ao fundo falso que suporta os acalorados discursos de ódio, que não fazem mais que a apologia sectária da discriminação e da violência contra o diferente, o diverso, o estrangeiro.

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Da Reciprocidade À Mutualidade indica um deslocamento impingido a esses dois conceitos no interior da vasta e intrincada obra do pensador Paul Ricoeur.

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Por outro lado, significa considerar a possibilidade da suspensão da luta por reconhecimento através de experiências efetivas de reconhecimento mútuo, simbolizadas pela troca de dons entre protagonistas; e passar, desse modo, da negatividade à positividade, de tal forma que o menosprezo e a negação não reduzam o reconhecimento a um desconhecimento originário. Enfim, implica em conceder primazia à pessoa ante a norma, isto é, assegurar que a mutualidade das relações não seja dissolvida pelo caráter impessoal da lógica da reciprocidade.

O título do livro remete para dois temas polêmicos do debate acadêmico atual. Da Reciprocidade À Mutualidade indica um deslocamento impingido a esses dois conceitos no interior da vasta e intrincada obra do pensador francês. É neste deslocamento que esses conceitos adquirem significado e função na complexa dialética que entrecruza as relações interpessoais com as institucionais, passando pelo si-mesmo.

A questão da assimetria, por sua vez, evoca um problema de não tão fácil resolução no debate atual: que, inicialmente, eu não sou o outro. Tal problema contrasta com a retórica da modernidade que insistiu e insiste ainda na tese contrária, muitas vezes velada sob expressões repetidas em uníssono, tais como “somos todos iguais”, “ninguém está acima da lei”; ou, em sua forma evangélica, “somos todos irmãos”.

Tomadas como ponto de partida, essas afirmações, que se tornaram senso comum, podem vir a ser usadas contra as suas próprias reivindicações originais, às vezes dando lastro ao fundo falso que suporta os acalorados discursos de ódio, que não fazem mais que a apologia sectária da discriminação e da violência contra o diferente, o diverso, o estrangeiro.

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