O Justo Ou A Essência Da Justiça

Paul Ricoeur - O Justo Ou A Essência Da Justiça

Nestes últimos anos fui levado a pensar que o jurídico - apreendido sob os traços do judiciário, com as suas leis escritas, os seus tribunais, os seus juízes e a leitura da sentença onde o direito é pronunciado - oferecia ao filósofo uma ocasião para refletir sobre a especificidade do direito, no seu lugar próprio, a meio caminho entre a moral e a política.

Proponho-me afirmar que a guerra é o tema lancinante da filosofia política e a paz o da filosofia do direito para dar uma aparência dramática à oposição que faço aqui entre uma filosofia política, onde a questão do direito é ocultada pela obsessão da presença incoercível do mal na história, e uma filosofia em que o direito seria reconhecido na sua especificidade não violenta.

O pensamento desenvolvido por Ricoeur revela as influências da fenomenologia de Husserl, do pensamento de Gabriel Marcel e da corrente personalista francesa, dirigida por Emmanuel Mounier.

A sua vasta e complexa obra reflete uma tentativa de conciliar, criativamente, algumas das correntes mais significativas da filosofia contemporânea: a fenomenologia, a hermenêutica, o existencialismo e a psicanálise.

Renovou a hermenêutica, associando-a à fenomenologia. Segundo o filósofo, esta não corresponde somente a um trabalho de captação do sentido dos textos e dos símbolos, mas também a um esforço efetivo de compreensão de nós próprios e do mundo. Numa segunda fase, Ricoeur reflete sobre a narrativa, salientando o seu carácter "inventivo".

A narração permite a compreensão de nós próprios numa dimensão temporal. Finalmente, o filósofo desenvolve o conceito do "agir ético", considerando que este se afirma em três momentos essenciais: "momento do ético", o "momento da moral" e o "estádio da sabedoria prática".

Na análise que realiza ao conceito de justiça, considera que, sendo as instituições políticas "frágeis" e o ser humano limitado, o poder político deve ser vigiado por aqueles que representam o produto puro dessa mesma política, ou seja, os cidadãos.

É essencialmente nas obras Soi-même comme un autre, publicada em 1990, e O Justo Ou A Essência Da Justiça que Ricoeur desenvolve o essencial da sua perspectiva ética e política.

 

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Paul Ricoeur – O Justo Ou A Essência Da Justiça

Nestes últimos anos fui levado a pensar que o jurídico – apreendido sob os traços do judiciário, com as suas leis escritas, os seus tribunais, os seus juízes e a leitura da sentença onde o direito é pronunciado – oferecia ao filósofo uma ocasião para refletir sobre a especificidade do direito, no seu lugar próprio, a meio caminho entre a moral e a política.

Proponho-me afirmar que a guerra é o tema lancinante da filosofia política e a paz o da filosofia do direito para dar uma aparência dramática à oposição que faço aqui entre uma filosofia política, onde a questão do direito é ocultada pela obsessão da presença incoercível do mal na história, e uma filosofia em que o direito seria reconhecido na sua especificidade não violenta.

O pensamento desenvolvido por Ricoeur revela as influências da fenomenologia de Husserl, do pensamento de Gabriel Marcel e da corrente personalista francesa, dirigida por Emmanuel Mounier.

A sua vasta e complexa obra reflete uma tentativa de conciliar, criativamente, algumas das correntes mais significativas da filosofia contemporânea: a fenomenologia, a hermenêutica, o existencialismo e a psicanálise.

Renovou a hermenêutica, associando-a à fenomenologia. Segundo o filósofo, esta não corresponde somente a um trabalho de captação do sentido dos textos e dos símbolos, mas também a um esforço efetivo de compreensão de nós próprios e do mundo. Numa segunda fase, Ricoeur reflete sobre a narrativa, salientando o seu carácter “inventivo”.

A narração permite a compreensão de nós próprios numa dimensão temporal. Finalmente, o filósofo desenvolve o conceito do “agir ético”, considerando que este se afirma em três momentos essenciais: “momento do ético”, o “momento da moral” e o “estádio da sabedoria prática”.

Na análise que realiza ao conceito de justiça, considera que, sendo as instituições políticas “frágeis” e o ser humano limitado, o poder político deve ser vigiado por aqueles que representam o produto puro dessa mesma política, ou seja, os cidadãos.

É essencialmente nas obras Soi-même comme un autre, publicada em 1990, e O Justo Ou A Essência Da Justiça que Ricoeur desenvolve o essencial da sua perspectiva ética e política.

 

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