Tractatus Practico Theoreticus

Um tratado prático-teorético é fundamentalmente um tratado de filosofia social e de metafísica, na medida em que trata da filosofia prática em sua relação específica, por um lado, com uma teoria do conhecimento e da linguagem, e por outro lado, com a própria questão da teoria do social

, enquanto teorização do ser social (ontologia social e epistemologia social), da intersubjetividade (teoria moral, filosofia política, antropologia e psicologia filosóficas) e dos domínios regionais de objetos de investigação (sobretudo as ciências empíricas, incluindo, além da antropologia cultural e da psicologia social, a própria lingüística e abordagens neurocientíficas da linguagem e de fenômenos mentais), em sua diferença programática entre um uso teórico e um uso prático da razão em suas tentativas de fundamentar ou justificar a crença de que as coisas são o que são, em contraposição a por que devem ser assim e não de outro modo.
Desde a emergência de uma subjetividade e de uma consciência enquanto objetos do pensamento na modernidade, temos assistido a uma retomada do motif clássico de tradições tão distintas e densas quanto a judaico-cristã e a greco-romana, epitomizada pela parábola do pregador messiânico essênio: “Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos; chegando ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele respondeu: Irei, senhor; e não foi. Chegando ao segundo, disse-lhe o mesmo. Porém este respondeu: Não quero; mais tarde, tocado de arrependimento, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Responderam eles: O segundo.
Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entrarão primeiro do que vós no reino de Deus.” (Mateus 21:28-32) Embora a maior parte das leituras e citações dessa passagem se refira ao testemunho espiritual da justiça do reino de Deus, em contraposição aos preconceitos e convenções sociais dos seres humanos (decerto, hipócritas, além de classistas, racistas e sexistas), é mister destacar o sentido mais óbvio do dictum de sapiência judaica: de nada vale falar e não fazer o que se prega, dizer e acreditar em algo sem praticar o que se fala e crê.

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Um tratado prático-teorético é fundamentalmente um tratado de filosofia social e de metafísica, na medida em que trata da filosofia prática em sua relação específica, por um lado, com uma teoria do conhecimento e da linguagem, e por outro lado, com a própria questão da teoria do social, enquanto teorização do ser social (ontologia social e epistemologia social), da intersubjetividade (teoria moral, filosofia política, antropologia e psicologia filosóficas) e dos domínios regionais de objetos de investigação (sobretudo as ciências empíricas, incluindo, além da antropologia cultural e da psicologia social, a própria lingüística e abordagens neurocientíficas da linguagem e de fenômenos mentais), em sua diferença programática entre um uso teórico e um uso prático da razão em suas tentativas de fundamentar ou justificar a crença de que as coisas são o que são, em contraposição a por que devem ser assim e não de outro modo.
Desde a emergência de uma subjetividade e de uma consciência enquanto objetos do pensamento na modernidade, temos assistido a uma retomada do motif clássico de tradições tão distintas e densas quanto a judaico-cristã e a greco-romana, epitomizada pela parábola do pregador messiânico essênio: “Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos; chegando ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele respondeu: Irei, senhor; e não foi. Chegando ao segundo, disse-lhe o mesmo. Porém este respondeu: Não quero; mais tarde, tocado de arrependimento, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Responderam eles: O segundo.
Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entrarão primeiro do que vós no reino de Deus.” (Mateus 21:28-32) Embora a maior parte das leituras e citações dessa passagem se refira ao testemunho espiritual da justiça do reino de Deus, em contraposição aos preconceitos e convenções sociais dos seres humanos (decerto, hipócritas, além de classistas, racistas e sexistas), é mister destacar o sentido mais óbvio do dictum de sapiência judaica: de nada vale falar e não fazer o que se prega, dizer e acreditar em algo sem praticar o que se fala e crê.

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