Direita E Esquerda

Tanto quanto uma erudita exposição sistemática, este pequeno mas denso livro é um instigante libelo contra todos os que desprezam a clássica dicotomia direita e esquerda.

Traço peculiar da chamada cultura 'pós-moderna', a alegação de que os conceitos de direita e esquerda tornaram-se obsoleto com a crescente complexidade das estruturas sociais e sobretudo com a crise do socialismo (do comunismo, da social-democracia) parece querer impregnar numerosos ambientes políticos e intelectuais.
Quando de sua primeira edição, em 1999, Norberto Bobbio, um dos principais pensadores contemporâneos, deu uma resposta a quem preconizava que já não fazia sentido distinguir direita e esquerda, pois na globalização a análise dos problemas políticos e econômicos expandira-se para além das fronteiras dos Estados nacionais: “Parece-me ter ocorrido exatamente o contrário, ou seja, que a distinção não está morta e sepultada, mas mais viva do que nunca”.
Bobbio começa o livro refutando, no prefácio “1995: resposta aos críticos”, da sua segunda edição, as alegações de que a dicotomia direita e esquerda teria deixado de existir ou fazer sentido. Ele coloca o exemplo da campanha eleitoral de 1994, na qual os partidos deixavam claras suas posições ideológicas, facilmente classificáveis como de esquerda ou de direita.
O corpo principal do livro aborda que a díade em questão continua conceitualmente válida nas áreas de conhecimento ligadas à Política. Cita abordagens alternativas do espectro ideológico, como aquela que o coloca não como uma dicotomia de dois pontos, mas sim uma linha com cinco pontos – esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita e direita –, e um espectro alternativo que defende a existência de uma “terceira via” – interpretável como se houvesse não uma reta bidirecional, mas sim três linhas dispostas num mesmo plano saindo de um ponto central para direções diferentes. Mas deixa clara sua preferência pela dicotomia.
Nesse início ele traz alguns axiomas sobre a dicotomia direita e esquerda, como o fato de que não existe uma política ou pessoa ao mesmo tempo de esquerda e de direita. Mais adiante, no capítulo 3, explica as semelhanças entre a extrema-esquerda e a extrema-direita, esclarecendo que a proximidade entre ambas está no fato de compartilharem com o mesmo extremismo tendente ao autoritarismo e ao uso recursivo da violência explícita, embora ocupem cada uma um dos dois extremos da linha direita e esquerda.

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Tanto quanto uma erudita exposição sistemática, este pequeno mas denso livro é um instigante libelo contra todos os que desprezam a clássica dicotomia direita e esquerda. Traço peculiar da chamada cultura ‘pós-moderna’, a alegação de que os conceitos de direita e esquerda tornaram-se obsoleto com a crescente complexidade das estruturas sociais e sobretudo com a crise do socialismo (do comunismo, da social-democracia) parece querer impregnar numerosos ambientes políticos e intelectuais.
Quando de sua primeira edição, em 1999, Norberto Bobbio, um dos principais pensadores contemporâneos, deu uma resposta a quem preconizava que já não fazia sentido distinguir direita e esquerda, pois na globalização a análise dos problemas políticos e econômicos expandira-se para além das fronteiras dos Estados nacionais: “Parece-me ter ocorrido exatamente o contrário, ou seja, que a distinção não está morta e sepultada, mas mais viva do que nunca”.
Bobbio começa o livro refutando, no prefácio “1995: resposta aos críticos”, da sua segunda edição, as alegações de que a dicotomia direita e esquerda teria deixado de existir ou fazer sentido. Ele coloca o exemplo da campanha eleitoral de 1994, na qual os partidos deixavam claras suas posições ideológicas, facilmente classificáveis como de esquerda ou de direita.
O corpo principal do livro aborda que a díade em questão continua conceitualmente válida nas áreas de conhecimento ligadas à Política. Cita abordagens alternativas do espectro ideológico, como aquela que o coloca não como uma dicotomia de dois pontos, mas sim uma linha com cinco pontos – esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita e direita –, e um espectro alternativo que defende a existência de uma “terceira via” – interpretável como se houvesse não uma reta bidirecional, mas sim três linhas dispostas num mesmo plano saindo de um ponto central para direções diferentes. Mas deixa clara sua preferência pela dicotomia.
Nesse início ele traz alguns axiomas sobre a dicotomia direita e esquerda, como o fato de que não existe uma política ou pessoa ao mesmo tempo de esquerda e de direita. Mais adiante, no capítulo 3, explica as semelhanças entre a extrema-esquerda e a extrema-direita, esclarecendo que a proximidade entre ambas está no fato de compartilharem com o mesmo extremismo tendente ao autoritarismo e ao uso recursivo da violência explícita, embora ocupem cada uma um dos dois extremos da linha direita e esquerda.

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