Ficções De Um Gabinete Ocidental: Ensaios De História E Literatura

Outrora, homens de gabinete tinham lugar de destaque na constelação dos intelectuais. Dicionarizada em fins do século XVI, a palavra gabinete tinha a ver com as salas de estudo onde se abrigavam humanistas.

Cercados por livros, raridades de toda a sorte e uma luneta apontada para o firmamento, especialistas na literatura greco-latina e na filosofia que valorizava o espírito humano bracejavam contra o obscurantismo.
Marco Lucchesi é herdeiro desta plêiade. Seu Ficções de um gabinete ocidental é um retrato do erudito e daquele que — como desejava Voltaire —, vê alegria no conhecimento. Ele fez dos livros sua vida. E o fez não numa biblioteca morta como a conhecida “11 mil virgens”, pelo número de volumes e a ignorância que dela tinham reis de Portugal. Mas cercado por autores que o convocam, numa espécie de urgência existencial, a refletir, a sonhar e a pensar. Envolvido por uma coleção de obras vivas, cuja função é animar a exploração, a experimentação e o gosto de ler. E isto, pois como muito bem diz o autor, ele não separa o livro do mundo e o mundo dos livros.
Reunidos em 27 ensaios, agrupados em sete núcleos temáticos, a obra é simplesmente tônica, uma vez que entrelaça vozes e registros de poesia, crítica, literatura, história e filosofia. Numa espécie de espiral que é, ao mesmo tempo, lição existencial, cada texto evoca um dia de plenitude, o sentimento de uma existência coerente, o diálogo com um amigo ou a descoberta da alteridade. Os conteúdos, por sua vez, cobrem uma gama ilimitada de interesses, remetendo ao cosmopolitismo e à sabedoria do autor e lembrando-nos, a cada página, a extensão de seu talento.
Em A história do futuro, o diálogo com a história é denso. Lucchesi faz a história de si mesmo, de sua formação e das leituras que a embasaram. De Marx a Martin Buber, de Vico a Negri, sua busca foi uma só: a da liberdade, contra o poder e a “miséria dos intelectuais”. Daí escolher a imagem do Purgatório para pensar o ofício do historiador.

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Outrora, homens de gabinete tinham lugar de destaque na constelação dos intelectuais. Dicionarizada em fins do século XVI, a palavra gabinete tinha a ver com as salas de estudo onde se abrigavam humanistas. Cercados por livros, raridades de toda a sorte e uma luneta apontada para o firmamento, especialistas na literatura greco-latina e na filosofia que valorizava o espírito humano bracejavam contra o obscurantismo.
Marco Lucchesi é herdeiro desta plêiade. Seu Ficções de um gabinete ocidental é um retrato do erudito e daquele que — como desejava Voltaire —, vê alegria no conhecimento. Ele fez dos livros sua vida. E o fez não numa biblioteca morta como a conhecida “11 mil virgens”, pelo número de volumes e a ignorância que dela tinham reis de Portugal. Mas cercado por autores que o convocam, numa espécie de urgência existencial, a refletir, a sonhar e a pensar. Envolvido por uma coleção de obras vivas, cuja função é animar a exploração, a experimentação e o gosto de ler. E isto, pois como muito bem diz o autor, ele não separa o livro do mundo e o mundo dos livros.
Reunidos em 27 ensaios, agrupados em sete núcleos temáticos, a obra é simplesmente tônica, uma vez que entrelaça vozes e registros de poesia, crítica, literatura, história e filosofia. Numa espécie de espiral que é, ao mesmo tempo, lição existencial, cada texto evoca um dia de plenitude, o sentimento de uma existência coerente, o diálogo com um amigo ou a descoberta da alteridade. Os conteúdos, por sua vez, cobrem uma gama ilimitada de interesses, remetendo ao cosmopolitismo e à sabedoria do autor e lembrando-nos, a cada página, a extensão de seu talento.
Em A história do futuro, o diálogo com a história é denso. Lucchesi faz a história de si mesmo, de sua formação e das leituras que a embasaram. De Marx a Martin Buber, de Vico a Negri, sua busca foi uma só: a da liberdade, contra o poder e a “miséria dos intelectuais”. Daí escolher a imagem do Purgatório para pensar o ofício do historiador.

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