Shakespeare E Orson Welles

Shakespeare E Orson Welles analisa a adaptação das peças Henry IV e Henry V realizadas por Orson Welles, em seu filme Falstaff.

Este livro versa sobre os processos de adaptação das duas partes do drama histórico shakespeariano Henry IV e de trechos do também drama histórico Henry V para o cinema. Mais especificamente, propomo-nos a analisar a adaptação dessas peças realizadas por Orson Welles, em seu filme Falstaff, sob a ótica do dialogismo intertextual proposto por Robert Stam e da ideia de carnavalização proposta por Mikhail Bakhtin.

Entretanto, para entender a escolha do corpus, é necessário considerarmos, primeiramente, a importância e a influência da obra shakespeariana para a história do cinema. Esse esclarecimento permitirá expor as razões pelas quais optamos pela análise de peças históricas, parte da obra desse autor considerada negligenciada pela crítica e pelo público, durante grande parte dos séculos que seguiram a escritura das mesmas.

Nesse movimento de adaptação, é comum em todos os tempos, em todas as épocas a tentativa de ajustar a obra do bardo para um novo contexto sociocultural e sua agenda política, o que é perceptível durante toda a história editorial dos textos de Shakespeare que, por diversas vezes, foram reeditados, encenados e adaptados.

Além disso, a eminente tensão entre a cultura popular e a cultura erudita, presente nos dramas shakespearianos, permitia, nos primórdios do cinema, que os produtores alcançassem a meta almejada com a apropriação da literatura, em seus diversos gêneros, para a criação do enredo de suas obras: a elevação do status do cinema de arte popular para forma de arte erudita, que alcançaria, assim, a burguesia e as classes mais altas da sociedade.

Ao longo deste livro, buscaremos responder aos seguintes objetivos de pesquisa:

(1) Investigar o processo de tradução/adaptação das duas partes do drama histórico shakespeariano Henry IV e de trechos do também drama histórico Henry V para a tela no filme Falstaff (1966), de Orson Welles, com base nos apontamentos de Robert Stam, que, fundamentado no dialogismo do Círculo de Bakhtin e nas categorias da transtextualidade, desenvolvidas por Gérard Genette, propõe o dialogismo intertextual como enquadramento para a investigação centrada na relação entre a literatura e o cinema;

(2) Analisar a relação entre a esfera popular – representada pela praça pública – e a oficial – mundo oficial – nas obras shakespearianas e no filme elencado como corpus para a pesquisa com base na teoria da carnavalização bakhtiniana, entendendo como os processos de tradução/adaptação funcionam estabilizando e/ou desestabilizando tais relações.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Shakespeare E Orson Welles

Shakespeare E Orson Welles analisa a adaptação das peças Henry IV e Henry V realizadas por Orson Welles, em seu filme Falstaff.

Este livro versa sobre os processos de adaptação das duas partes do drama histórico shakespeariano Henry IV e de trechos do também drama histórico Henry V para o cinema. Mais especificamente, propomo-nos a analisar a adaptação dessas peças realizadas por Orson Welles, em seu filme Falstaff, sob a ótica do dialogismo intertextual proposto por Robert Stam e da ideia de carnavalização proposta por Mikhail Bakhtin.

Entretanto, para entender a escolha do corpus, é necessário considerarmos, primeiramente, a importância e a influência da obra shakespeariana para a história do cinema. Esse esclarecimento permitirá expor as razões pelas quais optamos pela análise de peças históricas, parte da obra desse autor considerada negligenciada pela crítica e pelo público, durante grande parte dos séculos que seguiram a escritura das mesmas.

Nesse movimento de adaptação, é comum em todos os tempos, em todas as épocas a tentativa de ajustar a obra do bardo para um novo contexto sociocultural e sua agenda política, o que é perceptível durante toda a história editorial dos textos de Shakespeare que, por diversas vezes, foram reeditados, encenados e adaptados.

Além disso, a eminente tensão entre a cultura popular e a cultura erudita, presente nos dramas shakespearianos, permitia, nos primórdios do cinema, que os produtores alcançassem a meta almejada com a apropriação da literatura, em seus diversos gêneros, para a criação do enredo de suas obras: a elevação do status do cinema de arte popular para forma de arte erudita, que alcançaria, assim, a burguesia e as classes mais altas da sociedade.

Ao longo deste livro, buscaremos responder aos seguintes objetivos de pesquisa:

(1) Investigar o processo de tradução/adaptação das duas partes do drama histórico shakespeariano Henry IV e de trechos do também drama histórico Henry V para a tela no filme Falstaff (1966), de Orson Welles, com base nos apontamentos de Robert Stam, que, fundamentado no dialogismo do Círculo de Bakhtin e nas categorias da transtextualidade, desenvolvidas por Gérard Genette, propõe o dialogismo intertextual como enquadramento para a investigação centrada na relação entre a literatura e o cinema;

(2) Analisar a relação entre a esfera popular – representada pela praça pública – e a oficial – mundo oficial – nas obras shakespearianas e no filme elencado como corpus para a pesquisa com base na teoria da carnavalização bakhtiniana, entendendo como os processos de tradução/adaptação funcionam estabilizando e/ou desestabilizando tais relações.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog