A Metamorfose Das Feiras Nordestinas

O objetivo do estudo são as metamorfoses ocorrida nas feiras nordestinas, com a explosão da comercialização de artigos de confecção na feira livre.

Malgrado a relação conflituosa da feira com o espaço urbano, este, ao buscar enquadrar aquela em consonância com a norma urbana, encontra o embate de interesses, por vezes, entre os comerciantes fixos ou, ainda, pela ocupação do espaço público, pois essa configuração de comércio promove grande fluxo por várias ruas em áreas centrais, fazendo com que o espaço da feira seja questionado.

Essa situação levou algumas cidades nordestinas à instalação de centros de comércio popular voltados exclusivamente para esse fim. Nosso foco de estudo, no entanto, primou pela feira livre, haja vista a essência desse tipo de comércio, caracterizado pelas vendas de rua, ou seja, o uso do espaço público urbano como condição de sobrevivência para grande parcela dos trabalhadores autônomos.

Inferimos a ideia de que essa metamorfose da feira não está dissociada do processo de modernização que sucedeu por meio das mudanças na divisão territorial do trabalho no Nordeste brasileiro nas últimas décadas.

A feira livre passa, desde os anos 1970, por mudanças significativas quanto ao seu conteúdo, antes marcado pelo predomínio de mercadorias, provenientes de áreas rurais; e, também, pela inserção de artigos industrializados de baixo valor agregado, a exemplo dos utensílios domésticos feitos de material plástico que pouco a pouco passaram a predominar sobre o artesanato utilitário também característico das feiras tradicionais.

Compreende-se que o fenômeno de expansão do comércio de confecção nas feiras livres não é apenas local, mas tem abrangência regional. Desse modo, elegemos, como objeto de estudo, as feiras de Aprazível, em Sobral, Ceará; de Caruaru, Pernambuco, e a feira de Serrinha, na cidade de mesmo nome, no Estado da Bahia. A escolha dessas três feiras, todas situadas em distrito e cidades no interior da região Nordeste, justifica-se pela relevância e representatividade dessas formas de comércio, embora ocorridas em momentos distintos, atualmente, marcadas pela intensiva inserção de produtos da indústria da confecção de vestuário e acessórios.

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Essa situação levou algumas cidades nordestinas à instalação de centros de comércio popular voltados exclusivamente para esse fim. Nosso foco de estudo, no entanto, primou pela feira livre, haja vista a essência desse tipo de comércio, caracterizado pelas vendas de rua, ou seja, o uso do espaço público urbano como condição de sobrevivência para grande parcela dos trabalhadores autônomos.

Inferimos a ideia de que essa metamorfose da feira não está dissociada do processo de modernização que sucedeu por meio das mudanças na divisão territorial do trabalho no Nordeste brasileiro nas últimas décadas.

A feira livre passa, desde os anos 1970, por mudanças significativas quanto ao seu conteúdo, antes marcado pelo predomínio de mercadorias, provenientes de áreas rurais; e, também, pela inserção de artigos industrializados de baixo valor agregado, a exemplo dos utensílios domésticos feitos de material plástico que pouco a pouco passaram a predominar sobre o artesanato utilitário também característico das feiras tradicionais.

Compreende-se que o fenômeno de expansão do comércio de confecção nas feiras livres não é apenas local, mas tem abrangência regional. Desse modo, elegemos, como objeto de estudo, as feiras de Aprazível, em Sobral, Ceará; de Caruaru, Pernambuco, e a feira de Serrinha, na cidade de mesmo nome, no Estado da Bahia. A escolha dessas três feiras, todas situadas em distrito e cidades no interior da região Nordeste, justifica-se pela relevância e representatividade dessas formas de comércio, embora ocorridas em momentos distintos, atualmente, marcadas pela intensiva inserção de produtos da indústria da confecção de vestuário e acessórios.

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