Contos Tradicionais Do Brasil

Nenhuma ciência como o Folclore possui maior espaço de pesquisa e de aproximação humana. Ciência da psicologia coletiva, cultura do geral no Homem, da tradição e do milênio na Atualidade, do heroico no quotidiano, é uma verdadeira História Normal do Povo.


De todos os materiais de estudo, o conto popular é justamente o mais amplo e mais expressivo. É, também, o menos examinado, reunido e divulgado. Para centenas de volumes de versos populares, possuímos três ou quatro coleções de contos tradicionais.
O valor do conto não é apenas emocional e delicioso, uma viagem de retorno ao país da infância. Nem social, expondo o dogma da Fraternidade Universal pelo simples emprego de seu método, como ensinava Saintyves. Constitui elemento indispensável para ciências afins. Franz Boas, antropologista, é um dos patronos da American Folklore Society. Sem Folclore não era possível The Mind of Primitive Man. Marrett dedicou um volume inteiro para demonstrar as relações entre o Folclore e a Psicologia, Psychology and Folklore (Londres, 1920). George Laurence Gomme já o fizera quanto à História, Folklore as an Historical Science (Londres, 1908). De sua amplidão, já em 1891, declarava Andrew Lang: “Se me perguntassem como e por que o Folclore difere da Antropologia, ficaria um pouco embaraçado para responder...”.
Se ele recolhe e estuda a produção anônima e coletiva (Van Gennep) é um dos altos testemunhos da atividade espiritual do Povo, em sua forma espontânea, diária e regular. Ligado, um pouco confundido com a Etnografia, o Folclore ensina a conhecer o espírito, o trabalho, a tendência, o instinto, tudo quanto de habitual existe no homem. Ao lado da literatura, do pensamento intelectual letrado, correm as águas paralelas, solitárias e poderosas, da memória e da imaginação popular.
O conto é um vértice de ângulo dessa memória e dessa imaginação. A memória conserva os traços gerais, esquematizadores, o arcabouço do edifício. A imaginação modifica, ampliando pela assimilação, enxertias ou abandonos de pormenores, certos aspectos da narrativa. O princípio e o fim das histórias são as partes mais deformadas na literatura oral.
O conto popular revela informação histórica, etnográfica, sociológica, jurídica, social. É um documento vivo, denunciando costumes, ideias, mentalidades, decisões e julgamentos.

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Nenhuma ciência como o Folclore possui maior espaço de pesquisa e de aproximação humana. Ciência da psicologia coletiva, cultura do geral no Homem, da tradição e do milênio na Atualidade, do heroico no quotidiano, é uma verdadeira História Normal do Povo.
De todos os materiais de estudo, o conto popular é justamente o mais amplo e mais expressivo. É, também, o menos examinado, reunido e divulgado. Para centenas de volumes de versos populares, possuímos três ou quatro coleções de contos tradicionais.
O valor do conto não é apenas emocional e delicioso, uma viagem de retorno ao país da infância. Nem social, expondo o dogma da Fraternidade Universal pelo simples emprego de seu método, como ensinava Saintyves. Constitui elemento indispensável para ciências afins. Franz Boas, antropologista, é um dos patronos da American Folklore Society. Sem Folclore não era possível The Mind of Primitive Man. Marrett dedicou um volume inteiro para demonstrar as relações entre o Folclore e a Psicologia, Psychology and Folklore (Londres, 1920). George Laurence Gomme já o fizera quanto à História, Folklore as an Historical Science (Londres, 1908). De sua amplidão, já em 1891, declarava Andrew Lang: “Se me perguntassem como e por que o Folclore difere da Antropologia, ficaria um pouco embaraçado para responder…”.
Se ele recolhe e estuda a produção anônima e coletiva (Van Gennep) é um dos altos testemunhos da atividade espiritual do Povo, em sua forma espontânea, diária e regular. Ligado, um pouco confundido com a Etnografia, o Folclore ensina a conhecer o espírito, o trabalho, a tendência, o instinto, tudo quanto de habitual existe no homem. Ao lado da literatura, do pensamento intelectual letrado, correm as águas paralelas, solitárias e poderosas, da memória e da imaginação popular.
O conto é um vértice de ângulo dessa memória e dessa imaginação. A memória conserva os traços gerais, esquematizadores, o arcabouço do edifício. A imaginação modifica, ampliando pela assimilação, enxertias ou abandonos de pormenores, certos aspectos da narrativa. O princípio e o fim das histórias são as partes mais deformadas na literatura oral.
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