Lima Barreto – Diário Do Hospício & O Cemitério Dos Vivos

Lima Barreto – Diário Do Hospício & O Cemitério Dos Vivos

Este livro reúne duas obras tocantes de Lima Barreto: Diário Do Hospício, no qual o autor combina memória e reflexão acerca da vida em um manicômio no qual ficou internado por dois meses, sendo uma escritura autobiográfica.


O Cemitério dos Vivos, projeto inacabado de romance, que foi idealizado no período de sua permanência no hospício, constituindo uma ficção.
Em seus textos, sobressai a necessidade de entender o enigma da vida humana. Lima Barreto nos apresenta um forte cenário, no qual se desenrola o “espetáculo da loucura”, reafirmando um talento prodigioso e tornando a obra um relato inesquecível.

Embora a literatura brasileira já conte com um alto número de memórias e escritos autobiográficos, são raras as obras que possam valer como testemunhos diretos e coerentes de um estado de opressão e humilhação. Este é o caso do Diário Do Hospício de Lima Barreto.
O que me impressiona é o efeito de serena lucidez que sai destas páginas escritas em um asilo de alienados. Lima Barreto, internado no casarão da praia Vermelha no dia de Natal de 1919, mostra-se consciente dos motivos que o arrastaram àquela situação de extrema abjeção social:
De mim para mim, tenho certeza que não sou louco; mas devido ao álcool, misturado com toda espécie de apreensões que as dificuldades de minha vida material há seis anos me assoberbam, de quando em quando dou sinais de loucura: deliro.
As primeiras anotações do Diário Do Hospício datam de 4 de janeiro de 1920, quinze dias depois de sua entrada no manicômio. A linguagem é transparente, o andamento da prosa é moderado, aparentemente sem surpresas, o que não prejudica a densidade de observação e pensamento crítico que pulsa em cada frase.
Observação, em primeiro plano. O “alienado” olha com atenção analítica o espaço onde o querem encerrar a polícia e o aparelho psiquiátrico da República Velha na capital da belle époque:
Não me incomodo muito com o Hospício, mas o que me aborrece é essa intromissão da polícia na minha vida.

   

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O Cemitério dos Vivos, projeto inacabado de romance, que foi idealizado no período de sua permanência no hospício, constituindo uma ficção.
Em seus textos, sobressai a necessidade de entender o enigma da vida humana. Lima Barreto nos apresenta um forte cenário, no qual se desenrola o “espetáculo da loucura”, reafirmando um talento prodigioso e tornando a obra um relato inesquecível.

Embora a literatura brasileira já conte com um alto número de memórias e escritos autobiográficos, são raras as obras que possam valer como testemunhos diretos e coerentes de um estado de opressão e humilhação. Este é o caso do Diário Do Hospício de Lima Barreto.
O que me impressiona é o efeito de serena lucidez que sai destas páginas escritas em um asilo de alienados. Lima Barreto, internado no casarão da praia Vermelha no dia de Natal de 1919, mostra-se consciente dos motivos que o arrastaram àquela situação de extrema abjeção social:
De mim para mim, tenho certeza que não sou louco; mas devido ao álcool, misturado com toda espécie de apreensões que as dificuldades de minha vida material há seis anos me assoberbam, de quando em quando dou sinais de loucura: deliro.
As primeiras anotações do Diário Do Hospício datam de 4 de janeiro de 1920, quinze dias depois de sua entrada no manicômio. A linguagem é transparente, o andamento da prosa é moderado, aparentemente sem surpresas, o que não prejudica a densidade de observação e pensamento crítico que pulsa em cada frase.
Observação, em primeiro plano. O “alienado” olha com atenção analítica o espaço onde o querem encerrar a polícia e o aparelho psiquiátrico da República Velha na capital da belle époque:
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