Webdocumentários E Narrativas Em Paralaxe

A obra recupera algumas das raízes que irão subsidiar a discussão acerca da narrativa e seus desdobramentos no âmbito dos webdocumentários.

A produção de sentindo integra o rol das mais complexas atividades a que nos debruçamos e imbrica-se de modo inequívoco ao espectro cultural.

O “nevermore” de Edgar Alan Poe em The Raven (1845) extrapola as funções adverbiais de tempo ou de negação para lançar o leitor numa jornada angusta em direção a um futuro sombrio. O mesmo “nevermore” desdobra-se em possibilidades quando o ouvimos na voz de Vincent, personagem da animação de mesmo nome de Tim Burton.

Tal problemática nos acompanha ao longo da história e intensifica-se a cada paradigma tecnológico.

Quando pensamos em webdocumentários (ou webdocs), o universo da produção de sentido envolve alguns conceitos típicos das escritas digitais que merecem ser repensados, a exemplo de interatividade, linearidade, multilinearidade e o próprio conceito de narrativa.

Aristóteles, em sua Poética, já discorria sobre a especificidade da produção em diferentes gêneros: a exemplo da epopeia, poesia trágica, comédia. A todas chamava de artes da imitação e pontuava: “[…] seus meios não são os mesmos, nem os objetos que imitam, nem a maneira de os imitar”.

Preocupava-se, ainda, com o fato de que: “Os seres humanos sentem prazer em olhar para as imagens que reproduzem objetos. A contemplação delas os instrui, e os induz a discorrer sobre cada uma, ou a discernir nas imagens as pessoas deste ou daquele sujeito conhecido”, buscando, assim, diferenciar o conceito de imagem da perspectiva platônica (como uma projeção da mente) e tomá-lo a partir de uma representação mental do objeto real, sendo capturada através dos sentidos. Para Aristóteles o pensamento não ocorre sem imagens, “não se pode pensar sem imagens”.

Retomar a problemática interpretativa dos conceitos em Aristóteles não está nos objetivos desta pesquisa, mas, a título de preâmbulo, cabe recuperar algumas das raízes que irão subsidiar a discussão acerca da narrativa e seus desdobramentos no âmbito dos webdocumentários.

O foco, portanto, irá concentrar-se nas possibilidades de construções narrativas hipertextuais, entre elas a narrativa em paralaxe, como estruturadoras da linguagem dos webdocumentários, provocando uma gama mais ampla de leituras possíveis.

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A obra recupera algumas das raízes que irão subsidiar a discussão acerca da narrativa e seus desdobramentos no âmbito dos webdocumentários.

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O “nevermore” de Edgar Alan Poe em The Raven (1845) extrapola as funções adverbiais de tempo ou de negação para lançar o leitor numa jornada angusta em direção a um futuro sombrio. O mesmo “nevermore” desdobra-se em possibilidades quando o ouvimos na voz de Vincent, personagem da animação de mesmo nome de Tim Burton.

Tal problemática nos acompanha ao longo da história e intensifica-se a cada paradigma tecnológico.

Quando pensamos em webdocumentários (ou webdocs), o universo da produção de sentido envolve alguns conceitos típicos das escritas digitais que merecem ser repensados, a exemplo de interatividade, linearidade, multilinearidade e o próprio conceito de narrativa.

Aristóteles, em sua Poética, já discorria sobre a especificidade da produção em diferentes gêneros: a exemplo da epopeia, poesia trágica, comédia. A todas chamava de artes da imitação e pontuava: “[…] seus meios não são os mesmos, nem os objetos que imitam, nem a maneira de os imitar”.

Preocupava-se, ainda, com o fato de que: “Os seres humanos sentem prazer em olhar para as imagens que reproduzem objetos. A contemplação delas os instrui, e os induz a discorrer sobre cada uma, ou a discernir nas imagens as pessoas deste ou daquele sujeito conhecido”, buscando, assim, diferenciar o conceito de imagem da perspectiva platônica (como uma projeção da mente) e tomá-lo a partir de uma representação mental do objeto real, sendo capturada através dos sentidos. Para Aristóteles o pensamento não ocorre sem imagens, “não se pode pensar sem imagens”.

Retomar a problemática interpretativa dos conceitos em Aristóteles não está nos objetivos desta pesquisa, mas, a título de preâmbulo, cabe recuperar algumas das raízes que irão subsidiar a discussão acerca da narrativa e seus desdobramentos no âmbito dos webdocumentários.

O foco, portanto, irá concentrar-se nas possibilidades de construções narrativas hipertextuais, entre elas a narrativa em paralaxe, como estruturadoras da linguagem dos webdocumentários, provocando uma gama mais ampla de leituras possíveis.

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