Histórias De Cronópios E De Famas

Histórias de cronópios e de famas, o sexto livro de Júlio Cortázar, foi escrito em Roma e em Paris, no período de 1952 a 1959, e publicado em 1962, um ano antes de O jogo da amarelinha.

A Encyclopédie Universalis (Paris, 1970), que dedica mais de uma página a Cortázar, dando assim uma medida do prestígio internacional do escritor argentino, qualifica o livro como "desconcertante". E acrescenta: "Sobre um fundo de caricatura da vida em Buenos Aires, é uma seleção variada, insólita, de notas, de fantasias e de improvisações. Um humor melancólico, irônico ou violento, cheio de uma curiosa poesia, ali se desdobra num estilo carregado de imagens intensas e de achados verbais e psicológicos." O título é o mesmo no original em espanhol. A chave de que se necessita para penetrá-lo é universal. Que são cronópios? Que são famas? O leitor irá descobrindo por si mesmo, à medida que entra no fundo fantástico desvendado pelo autor; e nisto achará um prazer que se renova a cada instante. Mas não será nenhum desmancha-prazeres adiantar alguns dados rápidos sobre as origens e o temperamento dessas fascinantes criaturas.
O próprio autor, uma noite em Paris, num concerto, assim descreveu os seus personagens: "Eram tão estranhos que eu não conseguia vê-los claramente, uma espécie de micróbios flutuando no ar, uns glóbulos verdes que pouco a pouco iam tomando características humanas. A força dos cronópios é a poesia. Eles cantam, como as cigarras, indiferentes ao prosaísmo do cotidiano; e quando cantam, esquecem tudo, são atropelados, perdem o que levam nos bolsos e até a conta dos dias.
Os famas são seres acomodados, prudentes, dados ao cálculo, e embalsamam suas recordações. Se a família vai se hospedar num hotel, mandam um na frente para verificar os preços e a cor dos lençóis. Os famas sabem tudo da vida prática, mas os cronópios sentem por eles uma compaixão infinita. Além dos cronópios e famas, há também as esperanças. "As esperanças, sedentárias — escreve Cortázar —, deixam-se viajar pelas coisas e pelos homens, e são como as estátuas, que é preciso ir vê-las, porque elas não vêm até nós." Os famas dançam trégua e dançam catala, danças essas inventadas pelo seu criador e não se encontram em nenhum folclore argentino ou latino-americano.

  

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Histórias de cronópios e de famas, o sexto livro de Júlio Cortázar, foi escrito em Roma e em Paris, no período de 1952 a 1959, e publicado em 1962, um ano antes de O jogo da amarelinha. A Encyclopédie Universalis (Paris, 1970), que dedica mais de uma página a Cortázar, dando assim uma medida do prestígio internacional do escritor argentino, qualifica o livro como “desconcertante”. E acrescenta: “Sobre um fundo de caricatura da vida em Buenos Aires, é uma seleção variada, insólita, de notas, de fantasias e de improvisações. Um humor melancólico, irônico ou violento, cheio de uma curiosa poesia, ali se desdobra num estilo carregado de imagens intensas e de achados verbais e psicológicos.” O título é o mesmo no original em espanhol. A chave de que se necessita para penetrá-lo é universal. Que são cronópios? Que são famas? O leitor irá descobrindo por si mesmo, à medida que entra no fundo fantástico desvendado pelo autor; e nisto achará um prazer que se renova a cada instante. Mas não será nenhum desmancha-prazeres adiantar alguns dados rápidos sobre as origens e o temperamento dessas fascinantes criaturas.
O próprio autor, uma noite em Paris, num concerto, assim descreveu os seus personagens: “Eram tão estranhos que eu não conseguia vê-los claramente, uma espécie de micróbios flutuando no ar, uns glóbulos verdes que pouco a pouco iam tomando características humanas. A força dos cronópios é a poesia. Eles cantam, como as cigarras, indiferentes ao prosaísmo do cotidiano; e quando cantam, esquecem tudo, são atropelados, perdem o que levam nos bolsos e até a conta dos dias.
Os famas são seres acomodados, prudentes, dados ao cálculo, e embalsamam suas recordações. Se a família vai se hospedar num hotel, mandam um na frente para verificar os preços e a cor dos lençóis. Os famas sabem tudo da vida prática, mas os cronópios sentem por eles uma compaixão infinita. Além dos cronópios e famas, há também as esperanças. “As esperanças, sedentárias — escreve Cortázar —, deixam-se viajar pelas coisas e pelos homens, e são como as estátuas, que é preciso ir vê-las, porque elas não vêm até nós.” Os famas dançam trégua e dançam catala, danças essas inventadas pelo seu criador e não se encontram em nenhum folclore argentino ou latino-americano.

  

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