Escravos, Quilombolas Ou Meeiros?

Escravos, Quilombolas Ou Meeiros? quantifica, qualifica e localiza grupos sociais indígenas e, particularmente, comunidades negras do Rio das Rãs.

Em Escravos, Quilombolas Ou Meeiros? Escravidão E Cultura Política No Médio São Francisco, estudo originário da sua dissertação de mestrado, José Ricardo Moreno Pinho quantifica, qualifica e localiza grupos sociais indígenas e, particularmente, comunidades negras do Rio das Rãs, afluente da margem direita do São Francisco, seu objeto de pesquisa.

Dentre outros aspectos relevantes, o seu estudo distingue o conceito histórico de quilombo, referenciado no modelo palmarino da formulação jurídico–sociológica que se elaborou para fundamentar defesas de interesses de comunidades negras, e se incorporou às Disposições Transitórias da Constituição brasileira de 1988.

Na avaliação das comunidades negras de Rio das Rãs, Moreno Pinho associa recursos metodológicos de natureza sistêmica, abordagens de facetas temáticas, recortes setoriais e enfoques locais ao emprego de categorias analíticas do materialismo histórico, do método quantitativo, da história regional e local e do cotidiano social.

Situa o trabalho compulsório no processo global de desenvolvimento capitalista; identifica especificidades desse regime de trabalho na pecuária e nas policulturas dessa região e compara essas particularidades com a escravidão monocultora, razão de ser desse sistema.

Aborda a resistência escrava na forma de fugas, embora ressalte outras estratégias atenuantes dos rigores do cativeiro, como o compadrio e a negociação, frequentemente interpretados como submissão ou debilidade moral de cativos. Destaca a cultura política, herança da colonização lusitana, e as formas de manifestação dos poderes locais na gestão do trabalho escravo.

Nas regiões pecuaristas e policultoras, de economias mais dirigidas ao mercado interno, o emprego da força de trabalho escrava alcançou menos expressão, relativamente ao das zonas monocultoras, em consequência das introduções simultâneas dos recursos da meação, do diarista e, em maior escala, do trabalho familiar autônomo, que a sociologia qualificou de campesinato.

O trabalho escravo na pecuária e nas policulturas caracterizava-se pela dispersão dos cativos em grandes unidades de criação extensiva de gado e em médias e pequenas unidades produtoras de cereais e de algodão.

Em tais circunstâncias, poucos escravos conseguiam se especializar numa profissão além das lidas do vaqueiro, do agricultor e do tropeiro, e as mulheres desenvolverem aptidões de costureira, rendeira ou tecelã.

Esses cativos desempenhavam quase todas as atividades da pecuária, da lavoura e da casa senhorial. Entretanto, tais circunstâncias proporcionavam, principalmente ao vaqueiro, melhores possibilidades para formação de pecúlio e de conquista da liberdade do que nas grandes concentrações de cativos, nas quais os senhores se preocupavam menos com a expectativa de liberdade do escravo, como um recurso para evitar fugas.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Escravos, Quilombolas Ou Meeiros?

Escravos, Quilombolas Ou Meeiros? quantifica, qualifica e localiza grupos sociais indígenas e, particularmente, comunidades negras do Rio das Rãs.

Em Escravos, Quilombolas Ou Meeiros? Escravidão E Cultura Política No Médio São Francisco, estudo originário da sua dissertação de mestrado, José Ricardo Moreno Pinho quantifica, qualifica e localiza grupos sociais indígenas e, particularmente, comunidades negras do Rio das Rãs, afluente da margem direita do São Francisco, seu objeto de pesquisa.

Dentre outros aspectos relevantes, o seu estudo distingue o conceito histórico de quilombo, referenciado no modelo palmarino da formulação jurídico–sociológica que se elaborou para fundamentar defesas de interesses de comunidades negras, e se incorporou às Disposições Transitórias da Constituição brasileira de 1988.

Na avaliação das comunidades negras de Rio das Rãs, Moreno Pinho associa recursos metodológicos de natureza sistêmica, abordagens de facetas temáticas, recortes setoriais e enfoques locais ao emprego de categorias analíticas do materialismo histórico, do método quantitativo, da história regional e local e do cotidiano social.

Situa o trabalho compulsório no processo global de desenvolvimento capitalista; identifica especificidades desse regime de trabalho na pecuária e nas policulturas dessa região e compara essas particularidades com a escravidão monocultora, razão de ser desse sistema.

Aborda a resistência escrava na forma de fugas, embora ressalte outras estratégias atenuantes dos rigores do cativeiro, como o compadrio e a negociação, frequentemente interpretados como submissão ou debilidade moral de cativos. Destaca a cultura política, herança da colonização lusitana, e as formas de manifestação dos poderes locais na gestão do trabalho escravo.

Nas regiões pecuaristas e policultoras, de economias mais dirigidas ao mercado interno, o emprego da força de trabalho escrava alcançou menos expressão, relativamente ao das zonas monocultoras, em consequência das introduções simultâneas dos recursos da meação, do diarista e, em maior escala, do trabalho familiar autônomo, que a sociologia qualificou de campesinato.

O trabalho escravo na pecuária e nas policulturas caracterizava-se pela dispersão dos cativos em grandes unidades de criação extensiva de gado e em médias e pequenas unidades produtoras de cereais e de algodão.

Em tais circunstâncias, poucos escravos conseguiam se especializar numa profissão além das lidas do vaqueiro, do agricultor e do tropeiro, e as mulheres desenvolverem aptidões de costureira, rendeira ou tecelã.

Esses cativos desempenhavam quase todas as atividades da pecuária, da lavoura e da casa senhorial. Entretanto, tais circunstâncias proporcionavam, principalmente ao vaqueiro, melhores possibilidades para formação de pecúlio e de conquista da liberdade do que nas grandes concentrações de cativos, nas quais os senhores se preocupavam menos com a expectativa de liberdade do escravo, como um recurso para evitar fugas.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog