O Que É Filosofia Da Mente

Publiquei este livro pela primeira vez em 1994, na coleção Primeiros Passos, da Editora Brasiliense. Naquela época pouco se falava de filosofia da mente no Brasil.
No ano anterior eu tinha aberto uma linha de pesquisa em filosofia da mente e ciência cognitiva na Universidade Federal de São Carlos, na pós-graduação em Filosofia.

Era uma linha de pesquisa pioneira no Brasil, para a qual afluíram estudantes de diversas áreas do conhecimento: a matemática, a psicologia, a ciência da computação e a psiquiatria. Mas os estudantes formados em filosofia mantiveram sua habitual distância prudente em relação às novidades.
A filosofia da mente ainda é um território desafiador para os filósofos profissionais. Ela não é uma reflexão feita no conforto do a priori ou do comentário aos textos de filósofos consagrados pela história. Na agenda dos filósofos da mente há temas derivados de ciências empíricas como a ciência da computação, a linguística e a neurociência. A filosofia da mente herda do método científico a revisão constante dos resultados das pesquisas e, juntamente com ela, a necessidade de readaptar seus temas de discussão e suas prioridades.
Existe, até hoje, muito preconceito em relação à filosofia da mente. Preconceito significa tomar uma posição sem conhecer um determinado assunto. Ou seja, o que não se conhece se destrói ou, simplesmente, se desqualifica.
Espero, com este pequeno livro, diminuir esse preconceito e mostrar que, apesar de suas peculiaridades, a filosofia da mente está profundamente mergulhada nos temas filosóficos tradicionais.

Durante séculos os filósofos tentaram responder às questões: O que é a mente? O que caracteriza os fenômenos mentais? O mesmo ocorre com quase todas as religiões que conhecemos. Todas elas referem-se à mente às vezes como "espírito" ou como "alma" - algo que teria propriedades especiais e que continuaria subsistindo mesmo após a nossa morte.
Na verdade, falar de "mente" ou de "fenômenos mentais" ainda é uma coisa que nos causa tanta estranheza quanto falar de OVNIs ou da existência de criaturas extraterrestres. A mente sempre foi um enigma, talvez pelo fato de os fenômenos mentais serem invisíveis e inacessíveis para nós. A ciência de que dispomos até hoje não parece ter auxiliado muito na tentativa de encontrar uma resposta para essas questões. A Psicologia quer fazer uma ciência da mente, desenvolveu testes e teorias acerca do funcionamento mental do homem e de alguns animais.
Mas os psicólogos nunca chegaram a um consenso sobre o que é a mente e sobre o que eles estão falando. Há não muito tempo havia psicólogos que nem sequer reconheciam a existência da mente ou dos fenômenos mentais, embora se declarassem estudiosos de Psicologia. Estranhas criaturas, que nem sequer sabiam que sonhavam!

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Publiquei este livro pela primeira vez em 1994, na coleção Primeiros Passos, da Editora Brasiliense. Naquela época pouco se falava de filosofia da mente no Brasil.
No ano anterior eu tinha aberto uma linha de pesquisa em filosofia da mente e ciência cognitiva na Universidade Federal de São Carlos, na pós-graduação em Filosofia. Era uma linha de pesquisa pioneira no Brasil, para a qual afluíram estudantes de diversas áreas do conhecimento: a matemática, a psicologia, a ciência da computação e a psiquiatria. Mas os estudantes formados em filosofia mantiveram sua habitual distância prudente em relação às novidades.
A filosofia da mente ainda é um território desafiador para os filósofos profissionais. Ela não é uma reflexão feita no conforto do a priori ou do comentário aos textos de filósofos consagrados pela história. Na agenda dos filósofos da mente há temas derivados de ciências empíricas como a ciência da computação, a linguística e a neurociência. A filosofia da mente herda do método científico a revisão constante dos resultados das pesquisas e, juntamente com ela, a necessidade de readaptar seus temas de discussão e suas prioridades.
Existe, até hoje, muito preconceito em relação à filosofia da mente. Preconceito significa tomar uma posição sem conhecer um determinado assunto. Ou seja, o que não se conhece se destrói ou, simplesmente, se desqualifica.
Espero, com este pequeno livro, diminuir esse preconceito e mostrar que, apesar de suas peculiaridades, a filosofia da mente está profundamente mergulhada nos temas filosóficos tradicionais.

Durante séculos os filósofos tentaram responder às questões: O que é a mente? O que caracteriza os fenômenos mentais? O mesmo ocorre com quase todas as religiões que conhecemos. Todas elas referem-se à mente às vezes como “espírito” ou como “alma” – algo que teria propriedades especiais e que continuaria subsistindo mesmo após a nossa morte.
Na verdade, falar de “mente” ou de “fenômenos mentais” ainda é uma coisa que nos causa tanta estranheza quanto falar de OVNIs ou da existência de criaturas extraterrestres. A mente sempre foi um enigma, talvez pelo fato de os fenômenos mentais serem invisíveis e inacessíveis para nós. A ciência de que dispomos até hoje não parece ter auxiliado muito na tentativa de encontrar uma resposta para essas questões. A Psicologia quer fazer uma ciência da mente, desenvolveu testes e teorias acerca do funcionamento mental do homem e de alguns animais.
Mas os psicólogos nunca chegaram a um consenso sobre o que é a mente e sobre o que eles estão falando. Há não muito tempo havia psicólogos que nem sequer reconheciam a existência da mente ou dos fenômenos mentais, embora se declarassem estudiosos de Psicologia. Estranhas criaturas, que nem sequer sabiam que sonhavam!

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