Diversos programas em psicologia “científica” foram produzidos em abundância ao longo do século passado. A maior parte deles teve algum sucesso em produzir teorias que se tornaram bem confirmadas em domínios limitados de fenômenos comportamentais ou cognitivos.
Mas esse sucesso deixou de satisfazer as expectativas. À luz daquela segunda imagem, isso é prontamente compreensível e, de fato, é de se esperar.
Os ensaios publicados em tradução para o português de Psicologia Experimental E Natureza Humana, e escritos em um período de quase trinta anos, em seu conjunto, representam um argumento sistemático em apoio a esse ponto de vista – por meio de uma crítica detalhada e a diferentes respeitos do behaviorismo radical e de uma defesa da importância das categorias intencionais para a teorização em psicologia.
Os ensaios da parte I se concentram na famosa controvérsia entre B. F. Skinner (behaviorismo radical) e Noam Chomsky (uma versão da psicologia cognitiva). Eles mostram o poder explicativo que pode ser obtido pela segunda imagem e, ao mesmo tempo, dão um relato de como os valores (e as concepções da natureza humana) desempenham um papel crucial no desenvolvimento e na avaliação dos respectivos programas de pesquisa.
Esse papel está de acordo com as teorias, possuindo domínios limitados de aplicação, estando seguramente estabelecido em cada programa de pesquisa; e também nos permite identificar mais claramente quais são os limites daqueles domínios.
Recentemente, generalizamos e redefinimos esse argumento, para produzir um modelo metodológico que seja prontamente aplicável a todos os campos da ciência.
Os ensaios da parte 2 demonstram, à luz de considerações envolvendo a intencionalidade – e, muitas vezes, apenas delas – como somos capazes de definir com considerável precisão os limites de aplicabilidade das teorias behavioristas (de forma mais especulativa, eles também generalizam o argumento para englobar as teorias cognitivas.).
Assim, as categorias intencionais são importantes para realizarmos uma tarefa essencial da ciência: avaliar os limites de aplicabilidade das teorias.
Na parte 3, ao nos dirigirmos ao problema de como investigar a formação e a transformação dos valores de um modo sistemático e empírico, argumentamos que as categorias intencionais possuem um papel indispensável nas próprias explicações em psicologia e nas tentativas de identificar as possibilidades da ação humana.