A Vontade De Poder

A vontade de poder – tentativa de uma transvaloração de todos os valores são textos e não uma obra de Friedrich Nietzsche.
Por obra, habitualmente, se entende e se subentende uma exposição sistemática, isto é, a apresentação de um tema, de um problema, de maneira articulada e bem composta

(sistema), seguindo um fio condutor, uma certa ideia ou concepção orientadora. A rigor, ainda que a concepção vontade de poder atravesse e conduza, quer explícita, quer implicitamente, todos os textos, A vontade de poder – tentativa de uma transvaloração de todos os valores não é isso – a saber, uma obra em sentido habitual ou canônico. Antes, trata-se de um apanhado de textos, de uma coletânea de anotações e de fragmentos, com base no vasto acervo póstumo [Nachlass] de Nietzsche, principalmente no que diz respeito às anotações do filósofo nos cadernos (uma incrível quantidade deles!) escritos na década de 1880, que foi a sua última década produtiva.
A primeira edição desta coletânea de textos surgiu em 1901, logo após a morte do filósofo (1900), com 483 fragmentos. Uma segunda edição, de 1906, com 1067 fragmentos, constitui a versão mais conhecida e divulgada, que serviu de base para a presente tradução.
Tal coletânea foi organizada por Elizabeth Förster-Nietzsche (livros 2 e 4), irmã do filósofo, e por Peter Gast (livros 1 e 3), dileto amigo, segundo um plano de Nietzsche, datado de 17 de março de 1887. Há outros planos, diferentes esboços de Nietzsche, visando à organização de uma tal obra (A vontade de poder – tentativa de uma transvaloração de todos os valores) que, por diversas circunstâncias, principalmente relacionadas à saúde, jamais veio à luz.
Elisabeth Nietzsche e Peter Gast, apoiados no referido plano, subdividindo-o em capítulos segundo critérios próprios, ainda que com acenos nos escritos, tomando a divisão proposta no plano escolhido em quatro livros e servindo-se do acervo póstumo existente, foram enchendo esse esqueleto, preenchendo, encorpando e engordando esses livros, no caso da edição de 1906, com textos que, de acordo com o assunto, o teor ou a natureza deles, se mostravam oportunos para se enquadrar nos títulos-temas dos referidos livros do plano que estava sendo seguido. Não se sabe, evidentemente, se Nietzsche levaria a cabo a realização de uma tal obra planejada, qual seria o plano a seguir, se algum existente ou outro que viesse a ser concebido. Evidentemente, caso o fizesse, a disposição, a organização dos textos, assim como os próprios textos jamais seriam esta ou estes. Daí tratar-se, sim, de textos de Nietzsche, mas não de uma obra de Nietzsche.

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A vontade de poder – tentativa de uma transvaloração de todos os valores são textos e não uma obra de Friedrich Nietzsche.
Por obra, habitualmente, se entende e se subentende uma exposição sistemática, isto é, a apresentação de um tema, de um problema, de maneira articulada e bem composta (sistema), seguindo um fio condutor, uma certa ideia ou concepção orientadora. A rigor, ainda que a concepção vontade de poder atravesse e conduza, quer explícita, quer implicitamente, todos os textos, A vontade de poder – tentativa de uma transvaloração de todos os valores não é isso – a saber, uma obra em sentido habitual ou canônico. Antes, trata-se de um apanhado de textos, de uma coletânea de anotações e de fragmentos, com base no vasto acervo póstumo [Nachlass] de Nietzsche, principalmente no que diz respeito às anotações do filósofo nos cadernos (uma incrível quantidade deles!) escritos na década de 1880, que foi a sua última década produtiva.
A primeira edição desta coletânea de textos surgiu em 1901, logo após a morte do filósofo (1900), com 483 fragmentos. Uma segunda edição, de 1906, com 1067 fragmentos, constitui a versão mais conhecida e divulgada, que serviu de base para a presente tradução.
Tal coletânea foi organizada por Elizabeth Förster-Nietzsche (livros 2 e 4), irmã do filósofo, e por Peter Gast (livros 1 e 3), dileto amigo, segundo um plano de Nietzsche, datado de 17 de março de 1887. Há outros planos, diferentes esboços de Nietzsche, visando à organização de uma tal obra (A vontade de poder – tentativa de uma transvaloração de todos os valores) que, por diversas circunstâncias, principalmente relacionadas à saúde, jamais veio à luz.
Elisabeth Nietzsche e Peter Gast, apoiados no referido plano, subdividindo-o em capítulos segundo critérios próprios, ainda que com acenos nos escritos, tomando a divisão proposta no plano escolhido em quatro livros e servindo-se do acervo póstumo existente, foram enchendo esse esqueleto, preenchendo, encorpando e engordando esses livros, no caso da edição de 1906, com textos que, de acordo com o assunto, o teor ou a natureza deles, se mostravam oportunos para se enquadrar nos títulos-temas dos referidos livros do plano que estava sendo seguido. Não se sabe, evidentemente, se Nietzsche levaria a cabo a realização de uma tal obra planejada, qual seria o plano a seguir, se algum existente ou outro que viesse a ser concebido. Evidentemente, caso o fizesse, a disposição, a organização dos textos, assim como os próprios textos jamais seriam esta ou estes. Daí tratar-se, sim, de textos de Nietzsche, mas não de uma obra de Nietzsche.

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