O livro é resultado de um projeto de pesquisa que o autor começou a desenvolver em 2007, mas somente a partir de 2014 a ideia da publicação foi colocada em prática.
No livro, Fernando Augusto traz um estudo de nove artistas visuais que estão na Ufes ou tiveram passagem pela Instituição, ocupando o cargo de professor ao mesmo tempo em que atuam (ou atuavam) como artistas em plena atividade no circuito.
“Este trabalho cruza os discursos destes artistas, assim como seus métodos de ensino de arte, seguidos de extensas entrevistas com cada um deles”, explica o autor. O tema percorre questões capazes de fazer o leitor refletir sobre o lugar do artista na Universidade.
Segundo Fernando, seu objetivo ao produzir a obra é trazer a fala do artista que, no trabalho duplo de criar e ensinar, promove um processo reflexivo que lança luz sobre outras superfícies e se volta sobre seu próprio caminho, iluminando-o e produzindo novos conhecimentos.
Dentre os professores/artistas estudados estão Attilio Colnado; Hilal Sami Hilal; José Carlos Vilar; Joyce Brandão; Lincoln Guimarães; Mauro Lúcio Starling; Orlando Rosa Farya; Regina Rodrigues; e Rogério Câmara.
O projeto tem dois grandes eixos: de um lado, a poética pessoal e o processo de criação do artista professor; do outro, a sua metodologia de ensino de arte.
As perguntas não foram as mesmas para todos, nem estabelecidas a priori, mas, dentro do eixo programático, procurei primeiramente ver os trabalhos e a carreira do artista professor, ler textos críticos existentes sobre cada um deles e me informar sobre as disciplinas que ministravam no departamento.
Assim, buscava caminhos que viessem a responder aos questionamentos colocados na origem do projeto: como eles ensinavam e desenvolviam seus trabalhos artísticos? O que esperavam da universidade como artistas e professores? Que relações estabeleciam entre o fazer e o ensinar arte em uma escola? Como essas duas vias se comunicavam, se retroalimentavam? Como levavam elementos dos seus processos criativos para a sala de aula e o inverso?
