Do Romance

Do Romance - Émile Zola apresenta toda a sua crença em uma concepção artística desprovida de qualquer indulgência em relação à raça humana.

Tendo como ponto de partida o positivismo e as descobertas científicas do século XIX, Émile Zola apresenta nesta reunião de ensaios os requisitos necessários, de seu ponto de vista, ao escritor realista.

Não deixa de censurar, no texto “O Senso do Real”, o que entende por excessos de alguns de seus colegas romancistas, assinalando o equívoco do desejo de fazer crítica social sem o esforço da expressão própria de cada escritor.

Discorre, em outros ensaios da coletânea, sobre a obra de Flaubert, Stendhal e os irmãos Goncourt, tecendo elogios e apontando também, com certo humor, o que ele considera imperfeições, como por exemplo os excessos detalhistas do autor de Madame Bovary.

Do Romance reúne quatro estudos nos quais Émile Zola, um dos principais escritores do movimento realista francês, apresenta toda a sua crença em uma concepção artística desprovida de qualquer indulgência em relação à raça humana e influenciada pelo positivismo e pelas descobertas científicas do século XIX.

Essas características do realismo são bastante conhecidas e acabaram-se tornando verdadeiros estereótipos. Mas Zola mostra-se aqui muito mais erudito e perspicaz - às vezes beirando a contradição -, ao defender outros requisitos para o seu escritor ideal.

Victor Hugo, o papa do maneirismo romântico, chega a ser citado como exemplo de um estilo refinado, porém perigoso. Por outro lado, a "mão pesada" de alguns escritores realistas é repreendida, assim como a crítica social sem a expressão própria de cada artista.

O melhor deste livro, no entanto, encontra-se nas três deliciosas peças críticas dedicadas a Stendhal, Flaubert e os irmãos Goncourt. Apesar do elogio a esses autores, Zola não fecha os olhos para as imperfeições dos seus colegas realistas e denuncia, por exemplo, uma composição literária fraca na obra de Stendhal, ou satiriza os excessos detalhistas de Flaubert.

Aos críticos ácidos do movimento realista, pode-se revelar que talvez exista muito mais bom-humor do que apatia na famosa frase de Stendhal; "Todas as manhãs leio uma página do Código Civil para pegar o tom".

Que não se espere, entretanto, nenhuma teoria do romance de alguém que nunca foi teórico do gênero. No fundo, trata-se de reflexões mais ou menos teóricas a serviço da prática.

E de uma prática que, por sua vez, vem impregnada daquela vocação humanitária evocada linhas atrás. Com a certeza ferrenha ou feroz que o excita, Zola ataca o inimigo e defende seus princípios, ao mesmo tempo humanitários e artísticos.

A arte confunde-se com o pensamento, ambos a serviço da crença pessoal. Donde a veemência de muitas de suas diatribes, a começar pelo contundente Meus Ódios, com que abriu os combates no início da carreira.

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Tendo como ponto de partida o positivismo e as descobertas científicas do século XIX, Émile Zola apresenta nesta reunião de ensaios os requisitos necessários, de seu ponto de vista, ao escritor realista.

Não deixa de censurar, no texto “O Senso do Real”, o que entende por excessos de alguns de seus colegas romancistas, assinalando o equívoco do desejo de fazer crítica social sem o esforço da expressão própria de cada escritor.

Discorre, em outros ensaios da coletânea, sobre a obra de Flaubert, Stendhal e os irmãos Goncourt, tecendo elogios e apontando também, com certo humor, o que ele considera imperfeições, como por exemplo os excessos detalhistas do autor de Madame Bovary.

Do Romance reúne quatro estudos nos quais Émile Zola, um dos principais escritores do movimento realista francês, apresenta toda a sua crença em uma concepção artística desprovida de qualquer indulgência em relação à raça humana e influenciada pelo positivismo e pelas descobertas científicas do século XIX.

Essas características do realismo são bastante conhecidas e acabaram-se tornando verdadeiros estereótipos. Mas Zola mostra-se aqui muito mais erudito e perspicaz – às vezes beirando a contradição -, ao defender outros requisitos para o seu escritor ideal.

Victor Hugo, o papa do maneirismo romântico, chega a ser citado como exemplo de um estilo refinado, porém perigoso. Por outro lado, a “mão pesada” de alguns escritores realistas é repreendida, assim como a crítica social sem a expressão própria de cada artista.

O melhor deste livro, no entanto, encontra-se nas três deliciosas peças críticas dedicadas a Stendhal, Flaubert e os irmãos Goncourt. Apesar do elogio a esses autores, Zola não fecha os olhos para as imperfeições dos seus colegas realistas e denuncia, por exemplo, uma composição literária fraca na obra de Stendhal, ou satiriza os excessos detalhistas de Flaubert.

Aos críticos ácidos do movimento realista, pode-se revelar que talvez exista muito mais bom-humor do que apatia na famosa frase de Stendhal; “Todas as manhãs leio uma página do Código Civil para pegar o tom”.

Que não se espere, entretanto, nenhuma teoria do romance de alguém que nunca foi teórico do gênero. No fundo, trata-se de reflexões mais ou menos teóricas a serviço da prática.

E de uma prática que, por sua vez, vem impregnada daquela vocação humanitária evocada linhas atrás. Com a certeza ferrenha ou feroz que o excita, Zola ataca o inimigo e defende seus princípios, ao mesmo tempo humanitários e artísticos.

A arte confunde-se com o pensamento, ambos a serviço da crença pessoal. Donde a veemência de muitas de suas diatribes, a começar pelo contundente Meus Ódios, com que abriu os combates no início da carreira.

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