A problemática ligada à condição feminina de mulheres professoras de assentamentos de Reforma Agrária, sua construção da identidade social de gênero, seu comportamento, seus discursos – sejam eles informais, em casa, na roda com amigos ou formais, como em sala de aula, estiveram presentes na nossa linha de investigação desde os primeiros trabalhos desenvolvidos nas áreas de assentamentos no Estado do Maranhão, mais especificamente na região Tocantina.
Através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA, Convênio EJA/Tocantins/UFMA, e como resultado deste trabalho, elaboramos a Tese de Doutorado, com o título Propuesta Curricular para la Educación de Jóvenes y Adultos Campesinos en Asentamientos de la Reforma Agrária, e mais recentemente a pesquisa Elisângela Santos De Amorim & José Fernando Manzke – A Mulher–Professora Em Assentamentos Da Reforma Agrária: Uma Escrita Que Se Faz História , por ocasião do financiamento CNPQ, edital 57/2008, concluída em 2010.
O presente estudo ampliou nossa investigação no espaço rural, por tratar de um espaço historicamente excluído dos estudos científicos e que só recentemente tem tido atenção por parte das agências governamentais.
A obra partiu do seguinte problema científico: Como as professoras de assentamentos de Reforma Agrária representam e ressignificam os aspectos do passado e como se dá a influência destas no universo profissional, considerando as relações de gênero, etnia e classe que perpassam pelos sujeitos que fazem a escola?
Para isto, nos direcionamos a partir do objetivo geral: Compreender como as professoras de assentamentos da Reforma Agrária representam e ressignificam os aspectos do passado e como se dá a influência destas no universo profissional, considerando as relações de gênero, etnia e classe que perpassam os sujeitos que fazem a escola.
E perseguimos os objetivos específicos, voltados para: Identificar através das memórias das professoras situações que marcaram sua profissão docente; Analisar as representações das mulheres-professoras rurais em seu cotidiano de assentada e educadora; Desvendar o universo profissional das professoras tendo como referência o contexto social, entrecruzando o pessoal, o interpessoal e o institucional; Relacionar as condições de gênero, etnia e classe na percepção de sua construção da identidade social das mulheres-professoras.
