Homens Invisíveis

Já há algum tempo contribuições teóricas interessantes para os pesquisadores da área de Administração têm vindo de outros campos do conhecimento, como a Psicologia, a Sociologia e a Antropologia, só para ficar em alguns.
Mais uma vez isso ocorre com Homens Invisíveis: Relatos de uma Humilhação Social, de Fernando Braga da Costa, fruto da sua dissertação de Mestrado defendida no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.


Homens Invisíveis é um livro interessante, que pode ser recomendado a alunos de cursos de graduação e de pós-graduação nas áreas de Gestão de Pessoas, Relações de Trabalho e Estudos Organizacionais, particularmente os que trabalhem poder e simbolismo nas organizações.
Apoiado inicialmente nos estudos de Simone Weil sobre a opressão entre os operários, Homens Invisíveis tem o mérito de trazer à tona, com uma argumentação forte, e por vezes apaixonada, a questão da desigualdade e exclusão dos indivíduos.
Ao longo de quatro capítulos (Introdução, O lugar, As Condições Materiais de Trabalho, e No pé da serra de Petrópolis), o autor se debruça sobre um fenômeno muito interessante: o desaparecimento simbólico de indivíduos pobres com profissões que não exigem qualificação escolar ou técnica.
O que chamou a atenção do então estudante de psicologia sobre a invisibilidade simbólica dos garis da cidade universitária da USP se deu quando ele, vestido como eles, não foi enxergado por amigos, colegas e professores que haviam estado com ele apenas algumas horas antes.
Por que ao usar um uniforme ele desapareceu? Para responder a esta, entre inúmeras questões, ele desenvolveu sua dissertação de mestrado, estando, atualmente, no doutorado em Psicologia Social da mesma instituição.
Uma observação mais acurada do texto não deixa escapar que os principais problemas são de cunho metodológico, nebulosos ao considerarmos o tom argumentativo adotado. Em que pese que é provável que tenha havido uma orientação editorial, a fim de que a obra fosse mais comercial, a carência de maiores informações lança dúvidas sobre o teor das análises e conclusões.
O autor nos informa de que a investigação foi conduzida por meio de um estudo etnográfico realizado em dois níveis: investigação participante de uma modalidade de trabalho não-qualificado e subalterno (trabalho de garis) e investigação do encontro do pesquisador com trabalhadores pobres...

 

 

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Ao longo de quatro capítulos (Introdução, O lugar, As Condições Materiais de Trabalho, e No pé da serra de Petrópolis), o autor se debruça sobre um fenômeno muito interessante: o desaparecimento simbólico de indivíduos pobres com profissões que não exigem qualificação escolar ou técnica.
O que chamou a atenção do então estudante de psicologia sobre a invisibilidade simbólica dos garis da cidade universitária da USP se deu quando ele, vestido como eles, não foi enxergado por amigos, colegas e professores que haviam estado com ele apenas algumas horas antes.
Por que ao usar um uniforme ele desapareceu? Para responder a esta, entre inúmeras questões, ele desenvolveu sua dissertação de mestrado, estando, atualmente, no doutorado em Psicologia Social da mesma instituição.
Uma observação mais acurada do texto não deixa escapar que os principais problemas são de cunho metodológico, nebulosos ao considerarmos o tom argumentativo adotado. Em que pese que é provável que tenha havido uma orientação editorial, a fim de que a obra fosse mais comercial, a carência de maiores informações lança dúvidas sobre o teor das análises e conclusões.
O autor nos informa de que a investigação foi conduzida por meio de um estudo etnográfico realizado em dois níveis: investigação participante de uma modalidade de trabalho não-qualificado e subalterno (trabalho de garis) e investigação do encontro do pesquisador com trabalhadores pobres

 

 

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